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Jasmine Pov

   Sei que não devo, mas agora é tarde. Não estou perdidamente apaixonada, mas porra, ele conquistou meu coração sem ao menos me tocar. Tem um mês que eu e o Falcão estamos ficando, ficando que digo, não saímos dos beijos ou mão boba, diz ele que quer esperar o momento certo comigo.

   Sei também que ele ainda se encontra com as amantes dele, mas quem disse que eu também não me encontro com ninguém? Todo sábado de manhã está eu e o Tuan firme e forte juntos. Ele e o Pqd são os únicos que sabem sobre esse meu lance com o Falcão, tirando a Loma.

   No início Tuan não gostou, mas fazer o que? As vezes ele chega e fala que viu o Falcão com a Mirella, quando vou ver no final do baile estou eu lá sentando pra ele horrores, as vezes até rola um ménage junto com a Loma, mas ninguém desconfia e como sempre só o Pqd sabe.

   Pqd se tornou um verdadeiro confidente pra mim, tudo o que falo pra ele ninguém fica sabendo, pelo menos duas vezes por semana fazemos a nossa noite, ele gostou de ter alguém para cuidar da pelezinha dele e daquele cabelinho.

   Terminei de arrumar meu quarto e ouvi baterem na porta, abri a mesma e vi a tia Glória lá com o cesto na mão, mandei um beijo e fui buscar as poucas roupas sujas, eu normalmente chego da rua e já coloco pra lavar, fora as roupas que estão no Tk.

- Tem andado muito com o Tuan. - falou apontando e sorri - Está colocando juízo na cabeça dele ou ele está acabando com o seu?

- Sabe que somos inseparáveis. - falei ela me olhou.

- Tenho medo de quando sua mãe souber, ela não vai gostar nada disso. - falou e dei de ombros.

- Ela não tem que gostar. - falei - Eu que frequento, não ela.

- Até parece que não conhece a mãe que tem. - falou e sorri.

   Passei o dia arrumando as coisas que eu iria doar, outras que iam pro porão e fiz uns desenhos exclusivos que alguns clientes pediram. Tem uma semana que não coloco meu pé no morro, todo dia uma mensagem diferente, mas de boa? Sem tempo irmão, trabalho me consumindo.

   Acordei com a tia Glória me acordando e só fiz sinal de que acordei. Fiz minhas higienes, tomei banho, me arrumei e peguei a chave da minha moto nova, Falcão realmente comprou uma nova no meu nome e tudo, só aceitei por que a outra tinha fodido a minha.

- Bom dia minha flor. - ouvi a voz da minha mãe e beijei sua testa.

- Bom dia minha rainha. - falei sentando do lado dela - Quer ver os desenhos que fiz pra uns clientes?

- Quero, vamos ver se o curso valeu a pena. - falou sorrindo e dei o caderno pra ela.

   Ela foi a única que me apoiou quando resolvi ser tatuadora, sempre desenhei bem, ela me colocou em um curso e aos dezesseis entrei lá no estúdio e estou até hoje trabalhando lá, comecei na recepção e agora sou a mais pedida pelo povo.

- Estão lindas Jasmine. - falou orgulhosa - Gostei desse falcão aqui.

- Esse é para um amigo. - falei e a tia Glória me olhou negando.

- Qualquer dia desses traga ele aqui. - falou e concordei.

- Agora eu preciso ir. - me levantei - Beijos mãe, beijos tia Glória.

- SE CUIDA! - as duas gritaram.

   Cheguei no estúdio cedo e fui pro meu canto, arrumei tudo direitinho e separei as coisas que iria usar para fazer a tatuagem do primeiro cliente. Carlos passou pela minha sala, mas não falou nada, Gabe chegou com a cliente e sorri já chamando ela pra sentar e conversar.

   Em média, faço cerca de vinte e cinco a trinta tatuagens por dia, a maioria é pequena ou média que acabo rápido, eu gostava mesmo era de fazer as mais trabalhosas, as grandes porque eu amo fazer, elaborar ela junto com o cliente, ficar ali algumas horinhas na maior paz.

- Gabe, estou indo. - falei e ele concordou - Tem alguém marcado depois desse?

- É fora também. - respondeu - Matheus Costa.

- Tá bom. - falei ajeitando a mochila nas costas - Beijos.

- Quer o endereço não? - perguntou.

- Eu sei quem é ele. - falei - Os dois últimos são amigos.

- Mec. - falou.

   O caminho foi tranquilo, parei na barreira pra falar com os caras que sempre falam comigo quando estou na praça e depois parei na tia do lanche, depois daquele dia com o Falcão eu virei cliente fixa dela, comprei logo dois, estou cheia de fome, não almocei hoje.

- Fala Picolé. - falei vendo ele abrir o portão - Pqd e o Matheus estão aí?

- Geral aí princesa. - falou e concordei guardando minha moto.

   Esses três quase quatro meses de convivência de tanto eles me chamarem de princesa, agora todos me chamam, até os vapores que não conheço me chamam assim. Além disso não deixo mais a minha moto na rua, Falcão fala pra confiar nele, mas não confio.

- Oi seus putos. - falei entrando e de cara vi duas garotas em cima do Falcão, uma delas era a Mirella, fora as outras que estavam com o Tuan e o Matheus - Nossa em.

- Deixa eles anjo, vem comigo. - Pqd apareceu saindo da cozinha com uma garrafa de dois litro de coca - Trouxe as paradas?

- Trouxe. - falei subindo a escada com ele.

   Queria entender o motivo deles fazerem isso sabendo que eu ia vir. Pqd entrou no meu quarto e entrei junto, ele trancou a porta e coloquei meus lanches na cama junto com a mochila. O abracei forte e ele sentou na cama, pegou um dos meus hamburguer e sorriu.

- Só porque é tu. - falei e depois entendi o motivo dele trazer a coca - Passaram a visão que eu estava lá na tia né?

- Claro, comprei até a coca. - falou rindo.

   Ele falou as tatuagens que queria fazer e combinamos de fazer uma juntos, eu iria fazer um fogo na virilha e ele uma arma, fiz os desenhos ali rápido e preparei as coisas, começamos pelas que ele ia fazer no braço e depois a da perna, no final ele tirou a bermuda ficando só de cueca e abaixou a mesma só onde eu iria fazer a arma.

- Fica de pau duro não em. - falei e ele riu sem graça.

- Se eu ficar foi mal. - falou e neguei rindo.

   Ele é o único que não consigo ver maldade, danço sarrando nele, as vezes sinto o pau dele duro, mas ele fica todo sem graça e pede desculpas. Fiz a tatuagem e ouvimos as vozes lá em baixo ficarem altas assim como as risadas, tirei minha calça que estava apertada e deitei na cama.

- Quer fazer? - perguntei e ele me olhou surpreso.

- Filha, aprendi a usar minha bebê na marra. - falou se referindo a fuzil dele.

- É fácil, só seguir o desenho. - falei e ele concordou.

   Puxei um pouquinho a calcinha pro lado e ele pegou a maquininha já, limpei o local, coloquei o desenho e depois tirei vendo que estava do jeito que eu queria, fiz sinal pra ele começar a fazer e ele estava concentrado, quis nem papo comigo.

- Caralho, deixa eu fazer outra. - pediu e comecei a rir - Onde tu quer?

- Na bunda. - falei virando e ele deu um tapa nela.

- Mó rabão. - falou e me olhou sem graça - Com todo o respeito.

- Relaxa. - falei e olhei pra ele - O que vamos fazer?

- Como faz esses desenhos? - perguntou.

   Expliquei e ele não deixou eu ver o que iria fazer, ele passou o dedo o de seria e concordei, foi rapidinho, na verdade a mais rápido que já fizeram em mim, ele tirou uma foto e me mostrou, ele tinha feito um "jazz" pequeno e bati palmas.

- Tu leva jeito. - falei e ele sorriu.

- Tô ligado. - falou.

(2/3).

Neurose MinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora