Jasmine Pov
Olhei pra Aiyra que brinca na quadra com o Aladim e mais dois meninos enquanto o Picolé estava no meio, Kaique estava dormindo no carrinho e ouvi a voz da Loma dizendo que ia comprar açaí, a Van foi junto com ela me deixando ali sozinha.
Estava enrolando pra ir visitar o meu pai, ele não é o que eu pensei que fosse me surpreendi muito quando soube que a máfia que aceitou o Jaime na verdade é a do meu pai, Jaime só faz o que faz pra provar que é capaz de tomar conta quando meu pai resolver passar o posto.
Isso me fez lembrar de uma conversa que eu e o Falcão tivemos, sobre ele ter assumido o posto pro Matheus poder curtir a vida. Não quero isso pro Kaique ou pro meu futuro filho com ele, não quero meus filhos envolvidos, mas infelizmente não depende de mim.
- Tem água aí? - Picolé perguntou e neguei.
- Vou lá comprar, passa um olho no Kaique. - falei e ele jogou a carteira dele pra mim.
- Compra sorvete pros pivetes também. - falou, tirei uma nota de cinquenta da carteira dele e joguei de volta pra ele - Pode ficar com o troco.
Fui até a tia e comprei as cinco garrafas de água e quatro sorvetes de copinho, paguei e voltei pra perto do Picolé que mexia com o Kaique que tinha acordado. Dei as garrafas pra ele e chamamos as crianças, beberam a garrafa toda e dei o sorvete, os dois meninos ficaram negando, mas o Picolé meio que ameaçou.
- Pode pegar, nada haver vocês ficarem olhando. - falei entregando junto com a colher - Sentem aqui com eles.
Sentaram e entreguei o sorvete de cada, peguei o Kaique no colo e ele colocou as mãozinhas no meu pescoço me olhando com um sorriso banguelo. Coloquei ele sentado no meu colo e vi as meninas voltarem com os açaí delas.
- Tu falou que não queria, então não comprei. - Loma falou.
- Tudo bem. - falei.
- Qual foi, ta rolando algo? - Picolé sentou na minha frente - O que tá pegando?
- Nada não. - falei e ele me encarou.
- É com o patrão né? - perguntou e concordei - Não importa o que tu ouviu, ele não tá no erro, patrão mudou.
- Eu sei, mas sei lá sabe? - perguntei e ele riu.
- Fica tranquila patroa. - falou.
Limpei as crianças que estavam com as bocas meladas e correram pra quadra de novo brincar. Picolé foi junto e fiquei conversando com as meninas, é foda pensar em tudo o que aconteceu, tudo o que passamos pra estar aqui hoje.
- Quer meu amor? - Loma perguntou pro Kaique que abriu a boca.
- Oferece mesmo, ele vai comer tudo e tu vai ficar olhando. - falei e ela riu.
- Não fala assim do meu amor. - falou me dando um tapa.
Quando deu seis horas eu coloquei o Kaique no carrinho e o Picolé pegou a Aiyra no colo, hoje ele estava de plantão, não podia sair de perto da gente por nada. Falcão recebeu umas ameaças e está todo preocupado com a gente, ficam cinco caras por perto, mas o Picolé é o único que pode se aproximar.
- Entra ai e vai pro chuveirão. - falei pra ele quando colocou a Aiyra no sofá - Vou pegar uma roupa minha pra tu.
- Qual foi patroa, sou novo pra morrer. - falou e comecei a rir.
- Para de me chamar de patroa, tu é amigo. - falei e ele negou rindo.
Subi pra dar um banho nas crianças e depois de vestidas deixei na sala brincando, peguei a roupa e deixei lá em cima da mesa, Picolé negou mas estava lá dando altos pulos na água fé do chuveirão, fui na cozinha e preparei uma salada, minha mãe tinha mandando marmita do jantar de ontem, ia só esquentar.
- Por que tem uma gazela pulando lá no chuveirão? - ouvi a voz do Falcão.
- Aquela gazela se sujou todo na quadra brincando com as crianças. - falei e ele negou.
- O trabalho dele é vigiar vocês e não brincar. - falou sério - Depois acontece algo e eu cobrar vou sair como errado.
- Os outros cincos também estavam lá, tu sabe melhor do que ninguém que o Picolé é amarradão na das crianças. - falei olhando pra ele - Tem caô nenhum ele brincar um pouco com eles, tu não teve ninguém pra brincar não?
- Eu tô preocupadão. - falou passando as mãos no rosto - Tá foda lá na boca.
- Não desconta em mim ou neles. - me referi as crianças - Deixa teus problemas lá na porta.
- Tranquilo, desculpa. - me abraçou - Só vim jantar com vocês, vou passar a noite lá na boca.
- Tudo bem. - falei e ele me olhou desconfiado - Cubo que vai ficar hoje?
- Vou precisar dele na boca. - falou e concordei - Vai ficar um muleque aqui.
Coloquei a Aiyra sentada na cadeirinha dela e peguei o Kaique, ela já comia sozinha e eu dava uma colherada da papinha pro Kaique e enfiava uma garfada da comida normal na boca, Falcão ficou o tempo todo me olhando, quando terminamos ele lavou a louça.
- Patroa, tô indo. - ouvi a voz do Picolé.
- Ta bom Picolé, até o próximo plantão. - falei alto.
- Eu vou pra boca. - Falcão falou e o encarei.
- Vou pra sua mãe amanhã. - falei e ele assentiu - Levar a Aiyra pra brincar com a Nanda e o Kaique pra ficar com a sua mãe.
- Tranquilo, só avisa antes de ir. - falou e concordei - Boa noite princesa.
- Boa meu anjo. - falei.
Coloquei o Kaique no berço já que ele tinha dormido, Aiyra sentou no sofá comigo e assistimos um pouco de tv até ela dormir no meu colo, levei pro quarto pondo da cama dela e fui pro meu, tomei um banho, meu pijama e deitei na cama com o celular na mão.
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Neurose Minha
أدب المراهقين"Não sei o que eu faço, o que eu digo Não sei se te ligo, preciso te ver De hora em hora, desisto da gente Juro que vou me jogar De ponta no mundo, sem rumo Topando de tudo até te esquecer Mas te esquecer não dá"