» 67 «

815 42 44
                                    

   Na hora que falei ele me olhou surpreso e o vi sorrir, neguei e quando ele se aproximou eu o empurrei de novo doida pra voltar a socar ele, em nenhum momento tive vontade de chorar, só de vomitar e eu queria tanto vomitar em cima dele.

- Tu ta falando sério? - perguntou.

- Se tu não procurasse na rua o que tem em casa teria percebido. - falei e ele abaixou a cabeça.

   Senti um enjoo mais forte e fui até a entrada do beco colocando o nada pra fora, senti ele segurar minha cintura e o meu cabelo, mas bati em sua mão o afastando de mim, levantei a cabeça respirando fundo e segurei as lágrimas que queriam descer.

- Eu me odeio. - falei passando a mão na boca e olhei pra ele - Me odeio por te amar tanto.

- Deixa eu te levar pra casa. - falou e neguei.

- Fica com ela. - apontei pra menina e sorri pra ela - Faça bom proveito dele.

   Tirei a chave do bolso e fui pra minha moto, coloquei uma bala na boca e liguei a moto, antes dele tentar algo dei partida e ao inves de eu ir pra casa fui pro asfalto, rodei um pouco até que resolvi ir pra minha mãe, Jaime estava lá e foi só eu entrar em casa que o encontrei no sofá.

- Boa noite. - falou confuso - A que devo a honra?

- Me da colo? - perguntei.

- O que aconteceu? - perguntou.

- Briguei com o Falcão. - falei e ele me encarou puto - Eu já sabia que ele estava me traindo, mas hoje ele passou dos limites.

- O que ele fez? - perguntou querendo levantar e deitei a cabeça no colo dele - Fala Jasmine, o que ele fez?

- Amanhã você cobra ele, pode ser? - perguntei e ele riu forçado - Por favor, preciso do seu colo.

- Eu vou matar ele. - falou sério - Não estou brincando.

- Eu sei. - falei lembrando do japa que ele matou.

   Acordei e ainda estava no sofá e o Jaime estava do meu lado, eu estava agarrada nas pernas dele. Levantei e fui pro meu antigo quarto, tomei um banho e coloquei uma roupa, vivo aqui com as crianças então temos roupas aqui.

   Desci e o Jaime já não estava mais no sofá, fui pra cozinha e preparei o café, minha mãe apareceu me olhando surpresa e me abraçou, me ajudou com as coisas e o Jaime desceu, tomamos café com ela e ficamos conversando um pouco.

- Vamos? - Jaime me olhou.

- Vamos. - respondi.

- Pra onde? - nossa mãe perguntou.

- Pra casa dela, preciso ter uma conversa com o Saulo. - falou e ela olhou pra ele negando - Não sei que horas volto, vou passar o dia lá.

- Tudo bem. - ela respirou fundo.

   Ela precisou aceitar a vida que levo né, mas ainda não gosta. Subi na minha moto e o Jaime subiu na minha garupa, dei o capacete pra ele e coloquei o meu, fui direto pro morro e parei na praça onde eu vi o pessoal reunido.

- Jaime, se segura. - pedi e ele riu tirando o capacete.

- Ele sabe que tudo tem seu limite. - falou descendo e desci logo atrás.

- Graças a Deus tu apareceu! - Loma me abraçou - Oi Jaime.

- Oi Loma. - a abraçou - Cadê meus sobrinhos?

- Com a vó emprestada. - respondeu sorrindo.

   Olhei pro Falcão e ele coçava a cabeça, ninguém sabia que o Jaime estava no Brasil, sentei no único espaço disponível e que era ao lado do Falcão, sentei e ele me olhou completamente arrependido, todos nos olharam e sorri.

- Gostaria de dizer uma coisa já que todos estão reunidos. - falei olhando pra eles - Eu estou grávida e é um menino.

- Mais um? - Pqd perguntou.

- Como sabe que é menino? - Falcão me olhou.

- Não aguentei esperar pra saber o sexo e fiz o exame pra saber. - falei sem olhar pra ele - Eu estou feliz e queria compartilhar com vocês.

   Vieram tudo me abraçar e beijar a barriga que eu ainda não tenho, Jaime pegou uma cadeira e sentou de frente pro Falcão que olhava até pro céu, mas não olhava pro meu irmão que encarava ele sério, quem tem cu tem medo.

- Você é maluco de bater na minha irmã? - Jaime perguntou e apoiei minha cabeça na mão - Responde ai Falcão.

- Tu bateu nela? - os meninos perguntaram.

- Foi por isso que ela sumiu. - Falcão falou olhando pra baixo.

- Pode me responder? - Jaime perguntou.

- Não tenho o que falar. - ele respondeu olhando pro Jaime.

- Então presta atenção no que vou te dizer. - falou calmo e os meninos negaram olhando pro Falcão - Na próxima vez que você encostar um dedo na minha irmã, eu vou te matar.

- Vai aliviar? - Cubo perguntou.

- Sua dívida aumentou Falcão. - falou fazendo até os meninos encararem ele surpresos - Faça mais uma merda dessa que você perde esse morro.

- Não vai mais acontecer. - falou sério - Vacilei essa noite, não vou mais fazer nada, é a tua irmã que eu amo e vou passar a ser um marido fiel.

- Melhor viver do que morrer né? - Loma falou sorrindo.

- Cala a boca. - Tk falou.

- Mas é verdade. - ela deu de ombros.

- Onde está os meus sobrinhos? - ele me olhou.

- Na mãe dele. - falei.

- Vamos lá pegar eles. - Cubo falou batendo no ombro do Picolé - Quer ir Jaime?

- Quero antes que eu mate o Falcão. - se levantou seguindo eles pros carros.

- Podemos conversar? - Falcão me olhou.

- O que quer falar? - perguntei.

- Me perdoa? - pegou minha mão - Vacilei muito feio.

- Eu pensei em ir embora. - falei e ele me olhava triste - Mas eu não posso ir, se eu tivesse só a Aiyra, tudo bem porque ela é do Cubo, mas também tem o Kaique que não é só meu.

- Eu pegava os dois linda e ia embora. - Loma falou.

- Paloma, cala a boca, não piora as coisas. - Tk pediu e ela cruzou os braços.

- Falcão tu não vai mudar. - falei e ele negou.

- Eu vou, pelos nossos filhos e tu eu vou. - falou virando a cadeira pra mim - Não me deixa Jasmine, por favor, eu faço tudo o que tu quiser.

- Tudo mesmo? - perguntei.

- Tudo. - respondeu sincero.

- Quero as duas fora do morro. - falei e ele concordou - Quero que tu cobre a Dayane pelas coisas que anda falando sobre os meus filhos.

- O que ela tem feito? - perguntou.

- Deveria saber já que passava mais tempo com elas do que comigo. - falei e o Pqd bateu palmas - Quero também que tu reveja suas amizades e quando tiver festa não quero mulheres vulgares, tu sabe de todas que estou falando.

- Tudo bem, mais alguma coisa? - perguntou com medo.

- No dia que tu encostar em mim de novo, pra defender quem quer que seja eu vou embora. - falei séria - Eu vou pegar os meus filhos e vou embora, nem adianta vir de chantagem falando que o Kaique é só seu, porque quem cuida dele sou eu.

- Está certa. - falou fazendo carinho na minha mão - Eu faço tudo Jas, só não me deixa.

- Se eu ver mudança continuo aqui. - falei vendo ele beijar minha mão.

(5/5).

Neurose MinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora