» 52 «

1K 60 39
                                    

Falcão Pov

   Fugi junto com os parceiros, eles armaram uma rebelião e aproveitei já que nada estava dando certo. Cheguei no morro pianinho, fiz sinal de silêncio pros caras na barreira que arregalaram os olhos, enterre mais o boné na cabeça e peguei a moto de um emprestado, fui direto pra casa.

   Pulei o muro e peguei a chave que deixo na parada de luz e entrei, fui direto pro meu quarto e sorri ao ver ele todo bagunçado com os brinquedos, hoje estava acontecendo a festa da Aiyra, tomei banho e me arrumei, vou brotar de surpresa, será que minha dragãozinha lembra de mim?

   Cheguei na hora do parabéns, fiquei lá na porta vendo o pessoal batendo palmas e fui pro canto conseguindo ver a Jas com o Kaique no colo e o Cubo com a Aiyra, eles pareciam animados, mas a minha mulher estava segurando o choro, aquela carinha dela não me engana.

- Falcão? - ouvi a voz do meu irmão e me virei - Caralho mano, tu conseguiu sair?

- Fala baixo caralho! - falei e ele me abraçou - Sem grude Matheus, descola.

- Vai lá mano. - falou e neguei.

- Depois, deixa eles aproveitarem o momento. - falei voltando a olhar pra eles - Conta pra ninguém não.

- Acho bom tu ir logo, daqui a pouco as crianças vão lá pra casa. - falou e concordei.

   Vi minha coroa pegar o Kaique e a Jas ir pra lá e pra cá dando coisas pro pessoal. Fui pro canto ajeitando o boné e peguei uma cerveja que o garçom estava distribuindo, mó cota sem beber. Dei uma golada e senti alguém agarrar minha perna, olhei pra baixo vendo a Aiyra e ela sorria pra mim.

- Oi dragãozinho, lembra do tio? - perguntei e na hora que me abaixei ela agarrou no meu pescoço - Parabéns dragãozinho, tio nunca mais vai deixar vocês.

   Levantei com ela no colo e balancei um pouco, quando fui tentar por no chão percebi que ela estava dormindo, passei a mão no cabelo dela olhando em volta e vi a cara de desesperada do povo enquanto chamavam ela, levantei um pouco a minha mão balançando e o Cubo foi o primeiro a me ver.

- Jasmine lá. - ouvi ele falar alto virando ela.

   O sorriso que ela deu foi a melhor coisa que vi em toda a minha vida, veio correndo e me abraçou forte sem se importar com a dragãozinho no meu colo, me deu vários beijos na cara e o Cubo veio pegar a filha fazendo toque comigo enquanto era espremido pela mulher.

- Seja bem vindo de volta mano. - ele falou.

- Valeu ai por tudo. - falei e ele se afastou.

   Jasmine pegou impulso me fazendo pegar ela no colo e falei com todo mundo, meus manos tudo rindo de mim porque a Jas estava parecendo um macaco agarrada em mim e chorando, falei com a minha mãe que meteu um tapa na minha cabeça e mexi no rosto do meu muleque que dormia também.

- Jasmine desgruda. - falei soltando ela e tentando afastar - Vamos minha filha, me solta.

- Solto não. - falou me apertando mais - Tu pode ir embora de novo.

- Dessa vez só no saco preto. - falei e ela mordeu meu ombro - Filha da puta.

- Tu não fala isso nem brincando. - falou saindo do meu colo - Senti tua falta.

- Eu também gostosa. - falei dando um beijo na testa dela e um tapa na bunda - Pelo estado dela a festa foi boa.

- Tu não tem noção. - falou.

- Marlon olha aqui o teu filho! - ouvi a Van falar.

- Aladim, fica quieto se não nos dois apanha. - falou e olhei pro muleque que estava sorrindo.

   Falei com ele e peguei meu muleque no colo, ele estava grandão já. Só observava o pessoal de família ir embora e ficando os malucos, começaram a desmontar as paradas do aniversário e a minha mãe veio pegar ele pra levar pra casa.

- Vamo embora também? - perguntei pra Jas que negou.

- Agora é a festa dos adultos. - falou sorrindo - Ideia dos seus amigos.

- Ta certo. - falei.

   Tiraram as mesas também e deixou tudo liberado pra começar o furdunço, peguei cerveja vendo a Jas dançando com as meninas, geral queriam saber como foi minha "hospedagem" e só encarava, Tk já tinha cobrado o Dedé, ta debaixo da terra já, o espírito dele pode vir me atormenta avontade agora.

- Oi Falcão. - ouvi a voz da Dayane e olhei pro lado vendo ela toda alegre - Sentiu minha falta?

- Tá fazendo o que aqui? - perguntei - É resenha particular.

- Liberaram minha entrada. - sorriu passando a mão no meu braço - Vamos lá pra casa, tô com saudade.

- Quero não. - falei e ela se aproximou.

- Vai me dizer que não tá com saudades de mim? - perguntou dando um beijo na minha bochecha - Quer que tua mulherzinha fique sabendo que eu ia te visitar?

- Abre a boca que vai ta com o pé na cova! - falei apontando pra ela - Se liga porra, tu foi só minha diversão lá dentro, aqui fora é outro papo!

   Saiu de perto de mim rapidinho, voltei a olhar pra Jas e ela agora dançava com o Cubo, ainda sinto ciúmes deles juntos assim? Sinto, mas porra preciso me controlar, acenei pra ela que virou a cara, já ficou puta comigo, certeza que é por causa da filha da puta da Dayane.

   Fiquei mó cota sem fazer sexo e não queria expor ela ta ligado? Se ela fosse pra essa motivo os caras iam humilhar, iam falar vários bagulhos errados pra minha mulher então preferi que uma puta fosse lá do que a minha mulher, vai dar merda quando ela descobrir? Vai, mas faria de novo só pra proteger ela.

- Qual foi dessa careta ai? - ouvi a voz do Tk.

- Ta ligado que a Dayane foi me visitar né? - perguntei e ele concordou - Vou contar pra Jas, tu sabe que foi pra proteger ela das coisas.

- Tô ligado, faz isso mesmo, conversa na moral com ela. - falou e olhei pra ela que estava vindo na nossa direção.

- Vamos pra casa? - perguntou colocando as mãos na cintura.

- Cansada já? - perguntei.

- Só quero aproveitar um tempo contigo. - falou e sorri pegando a mão dela.

- Bora então, vou só falar com os caras. - falei e ela negou.

- Tu aguenta ficar sem falar com eles até amanhã. - falou e olhei pra ela - Por favor, Falcão.

- Vamos dragão. - falei.

   Subi na moto esperando ela subir e fomos pra casa, tranquei a porta e quando fui puxar ela estava catando algumas coisas do chão, encarei confuso e ela riu falando que a Aiyra e o Aladim espalham tudo. Ajudei ela a organizar as coisas e fomos pro quarto.

- Finge que o quarto está arrumado. - falei segurando a cintura dela - Eu preciso de uns carinhos.

- Uns carinhos meus né? - perguntou segurando nos meus ombros - Por que soube que a Dayane foi te fazer uns carinhos.

- Quer conversar agora? - perguntei sentando na cama e ela sentou do meu lado - Eu tava precisando e não queria que tu fosse humilhada pelos caras.

- Mas eu sou a sua mulher. - falou me olhando.

- Por isso mesmo porra, tu é minha mulher e não minha marmita! - falei e ela pegou minha mão - Tu ir me visitar no pátio é uma coisa, agora fazer visita íntima é outra, os caras não perdoam.

- Tudo bem, eu entendo. - falou respirando fundo e encarei ela surpreso - Só não quero que tu procure ela aqui fora.

Neurose MinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora