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Falcão Pov

   Vi as mensagens da dragão e mandei o Picolé ir lá ajudar a resolver as coisas do baile, ela pediu pra ficar de frente nisso e depois de muito implorar deixei, diz ela que ia colocar tudo em ordem. Peguei minha fuzil e sai da sala vendo o Tk conversando com a Lisandra.

- Depois que a Loma cobrar vai vir de papo pra cima de mim. - falei parando do lado do Pqd que riu - Ela bate igual macho, fui brincar de lutinha com ela e levei três pontos.

- Ele que vai apanhar mesmo. - deu de ombros - Vanessa disse que tu vai bancar a janta hoje, procede?

- Tô sabendo de nada não. - falei e ele cruzou os braços.

- Vem não, minha irmã já avisou que é tudo na tua conta. - falou me fazendo rir.

- Gostam de me falir. - falei e ele sorriu.

   Fiquei mais um tempo ali e guiei pra minha goma, do portão consegui ouvir os gritos da Jasmine em uma língua totalmente diferente, só pode ser japonês nessa merda, sentei lá com os seguranças e o Cubo estava do outro lado olhando tudo envolta.

   Quando achei que as coisas tinham se acalmado entrei vendo a Aiyra sentada no sofá vendo tv e o Kaique do lado dela dormindo, essas crianças não acordam por nada. Dei um beijo na cabeça dos dois e fui pra cozinha vendo a Jas com um prato de brigadeiro na mão.

- Tô irritada, vem pra cima não! - apontou a colher pra mim - Ninguém me entende, incrível isso.

- Tava falando em línguas porque? - perguntei pegando a colher da mão dela - Era teu pai ou o teu irmão?

- Jaime. - deu o prato pra mim - Não aguento mais ele não.

- Família é chata mesmo. - falei pegando um pouco do brigadeiro e comendo - Se liga, arruma as crianças aí, vamos lá pra praça, Matheus vai trazer a Nanda.

- Momento família? - sorriu me olhando.

- Isso aí. - falei dando um selinho nela - Fala que foi eu não, mas o Tk estava de lero com a Lisandra.

- Pode deixar. - riu já pegando o celular - Leva o Kaique pro quarto?

- Tu já deu banho neles? - perguntei.

- Aiyra enrolou, mas o Kaique já. - falou e assenti saindo dali.

- Comigo tu não enrola, pro banho, bora! - falei desligando a tv e vi o bico que ela fez - Adianta não dragãozinho, melhor ficar cheirosa do que fedendo.

- Na. - falou cruzando os bracinhos.

- Na o cacete, vambora. - foi eu pegar o muleque no colo que ele acordou, peguei a Aiyra também - Ala fedendo pra caralho já filha, te esfregar com a escova, tu vai ver.

   Coloquei ela no chão e o Kaique no meio da cama com os travesseiros envolta, última vez que esqueci foi uma semana ouvindo da patroa, virei pra pegar a Aiyra e cadê a bicha? Gosta de banho não, falou em água se esconde igual o Cascão.

- Paro a palhaçada Aiyra, te dou dois segundos pra tu entrar nesse banheiro. - falei e ouvi a risada dela.

   Tá com um ano e três meses, bicha esperta do caralho, entende tudo, fala tudo, mas só quando quer né. Ela saiu de trás da poltrona que a Jas colocou aqui no quarto e correu pro banheiro, entrei junto tirando a roupa dela e jogando no cesto.

- Tio vai te dar uma colher de chá e por no morno. - falei vendo ela sorrir olhando pra cima - Fecha o olho dragãozinho, quer ficar cega?

   Quando da a loca na patroa todo mundo toma banho gelado, essa semana ela colocou na cabeça que a menina tem que se acostumar, aí o tio aqui ajuda né. Liguei o chuveiro ouvindo a risada dela e sentei no vaso vendo ela pulando, os melhores momentos são com ela e o Kaique.

- Ti bebelo. - falou passando a mão na cabeça.

- Tio vai passar. - falei pegando o shampoo e o condicionador dela - Vira pro tio lavar essa juba.

   Cabelo curtinho o dela e ralo, passei os bagulhos como a Jas me ensinou e tirei, vi ela fazendo festa com a água e peguei o sabonete ensaboando ela, tirei o sabão e deixei o chuveiro ligado até eu pegar a toalha dela, quando voltei ela estava sentada no chão brincando com os brinquedos.

- Vem com o tio doida. - falei enrolando ela na toalha.

- Ome. - falou mexendo a mão.

- Que? - perguntei confuso e vi ela soltar os braços da toalha.

- Ome papa. - falou passando a mão na barriga.

- Ta com fome né? - perguntei sorrindo - Vamos resolver isso aí já já.

   Coloquei em cima da cama e sequeira ela, Jasmine entrou com a roupa na mão e foi por nela, troquei a fralda do Kaique e coloquei o body e um short nele, o chinelo que a minha mãe deu e mostrei pra Jas que negou rindo, é fácil não, mas tô me virando bem.

- Ela me chamou de pai de novo. - falei saindo do banheiro de cueca e bermuda, as crianças estavam no quarto - Quero treta com o Cubo não.

- Ele entende que não tem diferença entre eles. - falou jogando uma blusa pra mim - Tu trata ela como se fosse filha, é normal ela te chamar de pai.

   Coloquei a blusa, meu tênis e peguei a Aiyra no colo, evito usar as correntes porque ela e o Kaique tem uma mania horrível de ficar puxando e por na boca, até o dia de levar um socão. Esperei a Jas pegar o Kaique e passei a fuzil no meu braço.

   Essa é a realidade deles, vai ser foda quando crescerem, Jasmine avisou que não quer filho envolvido, mas não é ela e nem eu que decide isso. Saímos de casa e a Aiyra já levantou os braços na direção do Cubo que negou com a cabeça.

   É foda as fofocas que rola com a minha família, todo dia fico sabendo de algo, adianta nada eu ameaçar, por isso deixo na mão da Loma, param rapidinho. Chegamos na praça e coloquei a Aiyra no chão que correu pra perto do Din e não do Cubo me fazendo rir.

- Quero papo contigo não! - ouvi a voz do Loma e olhei pra cima vendo o Tk andando atrás dela fazendo careta - Tá no erro, vai levar uns socão.

- Fiz nada porra, tudo agora é socão. - falou puto - Vou socar é teu útero mais tarde.

- Cruzes. - Jas riu tampando a orelha do Kaique - Meu filho aqui gente.

- Esses dois prestam não. - falei.

(2/4).

Neurose MinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora