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Jasmine Pov

   Coloquei o Davi sentado em sua cadeirinha enquanto Aiyra e Kaique sentavam em suas cadeiras, minha mãe sentou na cadeira do Falcão fazendo as crianças olharem pra ela o que me fez sorrir, ele ainda não tinha chegado e nem sei se vai vir.

- É assim filho. - mostrei pro Kaique como usava o rashi - Quer ajuda Aiyra?

- Não mamãe. - falou mostrando que sabe usar.

- Meus netinhos estão enormes. - falou olhando pra eles sorrindo - Onde está o Tuan com meus outros netos?

- Eles viajaram com os pais da Loma. - respondi e ela me olhou sorrindo.

- Tuan deve estar sofrendo na mão daquele homem. - falou me fazendo rir.

- Cheguei atrasado né? - Falcão entrou na cozinha todo suado - Mal ai sogrinha, vou tomar uma ducha rápida, me esperem.

- É sempre assim? - minha mãe perguntou depois que ele saiu.

- Não, deve ter acontecido algo lá. - falei sem olhar pra ela.

   Minha mãe odiava o fato dos netos crescerem no meio disso, mas é o trabalho do pai deles e ela ainda não entendeu que nem tudo é como falam, aqui tem muita coisa ruim, Falcão então, vira o demônio quando precisa, mas ele deixa o dono do morro da porta pra fora.

- Voltei. - ele falou dando meu beijo na cabeça de cada, me deu um beijo e beijou a mão dela - É uma honra recebe-la na minha humilde residência.

- Que de humilde não tem nada né? - o olhou.

- Mas tem tudo que minhas crias precisam. - falou e o olhei - Só tem essa comida?

- Tem pizza pra você. - falei vendo ele sorrir.

- Por isso que eu te amo. - falou pegando minha mão.

   Ele foi até o fogão pegando a caixa de pizza, ele não gostava muito de comida japonesa, então eu sempre comprava pizza pra ele. Pegou o prato dele colocando dois pedaços e voltou pra mesa olhando pra minha mãe que bebia uma taça do vinho que ela trouxe pra beber.

- Desculpa o incomodo senhora, mas esse lugar ai é meu. - falou e minha mãe olhou pra ele.

- Não pode se sentar aqui? - apontou pra cadeira ao lado do Kaique - Só por hoje, amanhã terá seu lugar de volta.

   Ele colocou o prato na mesa e colocou as mãos na cintura me olhando me fazendo rir, ele fez a mesma coisa que o Kaique faz quando não gosta de algo, as mãos na cintura e apontando, no caso o Falcão apontou pra minha mãe que ignorou ele.

- Respira Falcão, respira fundo e usa a educação que tua mãe deu e sua mulher exige. - falou indo sentar do lado do Kaique que deu um sorrisinho.

   Passamos o jantar todo conversando assuntos que pra minha mãe era importante, Falcão se interessou quando o assunto foi as empresas da minha família, ele falou que eu tenho que ficar de olho por ser herança da família, se não o Jaime ferra tudo o que a minha mãe concordou.

   Já estava tarde, as crianças estavam em seus quartos dormindo e estávamos na sala, convenci minha mãe a dormir aqui e estamos tendo papos sadios. Falcão ficou o tempo todo concordando com tudo o que ela falava, se fosse xingamento ele concordava também.

- Por que se atrasou? - minha mãe perguntou.

- Muita treta lá na boca. - falou e ri da careta que minha mãe fez - Muita treta pra resolver.

- É tão difícil assim vender droga? - perguntou e coloquei a mão no rosto.

- Eu não vendo, eles vendem, eu fico supervisionando e resolvendo paradas mais pesadas. - respondeu olhando pra ela.

- Um exemplo. - ela falou dando um gole no vinho.

- Roubo a banco, invasão nas favelas dos alemão, fico sempre atento a invasão aqui. - falou e vi o olho arregalado dela - Quando rola ataque aqui eu tenho que me virar em vários ta ligado, mandar morador entrar, dar comando pros soldados, acionar os parceiros e proteger minha família.

- Meu Deus do céu! - falou - Olha o perigo que meus netos correm!

- Correm mesmo sogra, mas o pai ta aqui pra cuidar. - falou sério - Nada vai acontecer com eles enquanto eu estiver perto.

- Não acha melhor ir lá pra casa? - ela me olhou - Pelo menos por um tempo.

- Aqui eles estão protegidos. - falei sentindo o olhar do Falcão em mim e pude perceber seu sorriso - Não tem só o Falcão, como o Pqd e o Tk.

- Eu fico tão preocupada. - falou e o Falcão olhou pra ela.

- Fica não, quer passar uma semana aqui pra tu ver como é tranquilo pra eles? - perguntou e minha mãe o encarou - Minha casa vai estar aberta sempre que tu quiser.

- Vai ser ótimo ter a senhora aqui. - falei olhando pra ela - Vai ser até bom pras crianças.

- Vou pensar. - falou e dei um sorriso fazendo toque com o Falcão.

- Tu vai gostar, e vamos começar por hoje. - falou vendo a hora no celular - Te levar pra conhecer meu morro a noite.

- Ta doido menino? - ela perguntou negando.

- Vamos mãe, essa hora a gente sempre vai lá na tia lanchar. - falei vendo que era quase meia noite.

- Não tem perigo mesmo? - perguntou.

- Tu tá com o chefe sogra, pode ir com teus ouros. - ele zoou e ela deu um tapão na cabeça dele.

- Mais respeito comigo menino. - falou se levantando - Vamos então, antes que eu me arrependa.

- Pqd, cola aqui em casa com a Van e as crianças. - Falcão passou um radinho por Pqd.

- Qual foi seu puto, agora que o clima pegou fogo? - perguntou putão e minha mãe negou.

- Levar minha sogra pra curtir a noite. - Falcão falou fugindo da minha mãe que ameaçou bater nele de novo - Cubo vai ficar com as crias.

- Marca dez. - respondeu.

- Saulo, se alguma coisa acontecer comigo. - ela falou apontando pra ele.

- "Eu vou te matar". - ele concluiu - Tu vai gostar.

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Neurose MinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora