Jasmine Pov
Passou duas horas depois dos tiroteios e o Tuan entrou desesperado, tinha dado um calmante autorizado pelo médico dela e a deixei no quarto dormindo, Matheus ficou o tempo todo aqui dando apoio, ele explicou tudo pro Tuan e fui pro portão.
- Vanessa está bem? - Cubo apareceu.
- Dormindo. - respondeu e o olhei - Tu sabe onde o Falcão está, não sabe?
- Posso falar não. - falou e o olhei - Tu conhece ele, quero treta pro meu lado não.
- Eu preciso saber, se ele não fizer nada pra ajudar o Pqd eu vou fazer. - falei e ele me olhou - Meu pai tem conhecidos, posso tentar algo.
- E sujar tua imagem? - perguntou - Ele vai gostar disso não.
- Minha preocupação é com os meus amigos e o meu afilhado. - falei encarando ele - Por favor, me ajuda.
- E se ele fazer algo comigo? - perguntou.
- Não vai, eu vou te proteger. - falei e ele subiu na moto.
- Sobe aí. - falou e fiz sinal pra esperar.
- Já volto. - falei.
Entrei rápido, peguei minhas coisas e subi na garupa dele me agarrando na sua cintura já que ele acelerou. Eu não conhecia esse lado da comunidade, ele parou em frente a uma casa de portão azul e desci, ele fez o mesmo parando ali com a fuzil pra frente.
Passei pelo portão e bati na porta, vi a dona Sônia e ela me olhou um pouco surpresa. Entrei dando um abraço nela e sorri. Ela me ajudou muito na recuperação e quando me contou que era a mãe do Saulo me surpreendi, ela é tão boa pra ter um filho como ele.
- Saulo está? - perguntei e ela me olhou.
- Ele me contou, me perdoe Jas. - falou e neguei.
- Está tudo bem agora, não se preocupe comigo. - falei a abraçando - Agora me diz, cadê o encosto?
- No quarto do Matheus. - apontou pra porta no final do corredor.
- Obrigada. - falei e fui até o quarto.
Pensei em bater, mas a porta estava entre aberta, olhei para pela fresta e vi o Falcão sentado na cama falando com alguém no celular, ele parecia estressado, bati duas vezes chamando a atenção dele e vi o mesmo me olhar surpreso.
- Preciso conversar contigo. - falei baixo e ele encerrou a ligação.
- Entra. - falou e apontou pra cadeira que tinha ali - Não consegui falar com os muleques, tudo bem?
- Levaram o Pqd. - respondi e ele me encarava - Vai dar o seu jeito pra tirar ele de lá?
- Vou ver as coisas pra agilizar isso. - falou olhando pro celular.
- Meu pai tem contatos na polícia, posso tentar ajudar. - falei e ele negou.
- Eu vou dar o meu jeito. - falou e cruzei meus braços - Como a Vanessa está?
- Ela viu levarem o Pqd. - falei - Se não fosse pelo Matheus ela estaria no hospital e eu presa.
- O que tu fez? - perguntou preocupado.
- Tentei ajudar. - dei de ombros - Por que tu veio pra cá e deixou o teu morro sozinho?
- Deixei ele com o Tk. - falou sem me olhar.
- Mas era de tu que eles precisavam e não do Tk. - falei e ele me olhou - Se tu resolveu se esconder por causa do que ficou sabendo esquece, já foi.
- Como eu vou esquecer? - perguntou - Eu matei o meu filho porra, meu herdeiro Jasmine!
- Uma hora tu vai aprender a conviver com a dor. - falei lembrando da minha conversa com a Loma - Não adianta ficar assim.
- Se tu tivesse me contado. - passou a mão na cabeça.
- Aquilo não poderia ter acontecido, mas não estaríamos mais juntos. - falei e ele me olhou - Eu estava decidida a terminar tudo contigo, aquilo de certa forma foi um empurrão.
- Sei que vacilei muito contigo, tô ligado nisso. - falou - Mas tu dizer que isso foi bom ter acontecido é demais Jasmine, até pra mim.
- Falcão, tu me machucou de todas as maneiras possíveis, não só naquele dia. - falei olhando em seus olhos - Enquanto eu estava lá por ti, por nós, tu estava com outras, acha que eu estava feliz?
- Me perdoa. - falou e me levantei.
- Não tem como te perdoar Saulo, não tem como. - falei segurando o choro - Nunca falamos sobre filho, tu sempre deixou claro que família é o primeiro foco dos inimigos.
- Eu queria uma família contigo! - me olhou - Ainda quero se um dia tu puder me perdoar.
- Tive tanto medo da reação que tu teria, tu não parava em casa, tu não era mais meu. - falei começando a chorar - Mas tu acreditou nas coisas que elas falavam, no momento que falei que era sua, eu não fiquei com ninguém, apenas contigo.
- Me pegaram num momento vulnerável. - falou puxando a cadeira pra perto dele - Nunca quis fazer aquilo contigo, eu te amo pra caralho Jasmine.
- Tu não confiou em mim. - falei sentindo o toque dele na minha cintura - Eu me entreguei pra ti, eu passei por cima e abri mão de muita coisa Saulo.
- Eu sei de tudo que tu teve que abrir mão. - falou dessa vez segurando meu rosto - Me arrependo todos os dias pelo que te fiz e agora mais ainda.
- Agora é tarde para arrependimento. - falei e vi seus olhos lacrimejar - Eu ainda te amo, mesmo depois de tudo, mas não consigo mais ter algo contigo, desculpa.
- Fiz por onde né? - perguntou e afastando - Se preocupa com o Pqd não, vou resolver.
- Beleza. - me levantei limpando meu rosto.
- Foi o Matheus que me entregou? - perguntou e neguei - Cubo né?
- Ele não fez por mal. - falei e ele concordou - Não faz nada com ele, por favor, ele é meu protegido.
- De boa. - falou e sai dali.
- Obrigada dona Sônia. - falei tentando passar direto, mas ela me abraçou e voltei a chorar.
- Oh minha querida. - falou mexendo no meu cabelo - Eu sei como está se sentindo.
- Desculpa. - falei e vi a porta ser aberta pelo Cubo.
- Mal atrapalhar, mas a Vanessa está te procurando. - falou e me afastei da dona Sônia.
- Vai na frente e avisa que ela já tá indo. - ouvi a voz do Falcão.
- Certo chefe. - Cubo me olhou e concordei antes de sair.
- Volto mais tarde. - falou pra dona Sônia que o encarou.
- Vê se faz as coisas do jeito certo, não te criei pra ser esse babaca. - falou me fazendo sorrir.
- Pode deixar. - ele deu um beijo na testa dela - Eu prometo aqui pra vocês duas que vou melhorar.
- Espero. - ela falou, eu não conseguia mais acreditar, confiar nele.
•
(2/3).
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Neurose Minha
Teen Fiction"Não sei o que eu faço, o que eu digo Não sei se te ligo, preciso te ver De hora em hora, desisto da gente Juro que vou me jogar De ponta no mundo, sem rumo Topando de tudo até te esquecer Mas te esquecer não dá"