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Falcão Pov

   Estava tudo muito calmo pro meu gosto. Deixei o Pqd livre essa semana pra ver as paradas do estúdio novo, estou feliz por eles pensarem em expandir e fiquei mais ainda quando soube que o Matheus estava no meio, ele tinha terminado a faculdade e não procurou fazer nada.

   Cabeça estava a mil, olhei pro Pqd conversando com um garoto que não deveria ter mais que dezoito anos, do nada deu dois tapão na cara dele e ficou apontando na cara do muleque que abaixou a cabeça e saiu fora, ele acenou pra mim e foi atrás, ouvi por alto que a mãe dele voltou.

- Chefe, com todo o respeito, aquela é tua irmã? - um garoto perguntou e levantei.

- Onde? - perguntei e ele apontou.

   Olhei e vi a Fernanda com um short mostrando tudo e um top, respirei fundo, tá com dez anos e só está andando com essas minas novinhas que já sentam pra caralho pra quem dá mais. Minha mãe faz tudo pra ela, mas o pai estraga, comigo se cria não.

- Vai pra casa agora e troca essa roupa, tu tem dez anos porra! - falei altão na frente das coleguinhas mesmo - Tu é puta não caralho, vai logo Fernanda, me faz perder a paciência não!

- Tu não é o meu pai! - falou e puxei pelo braço.

- Sou teu irmão mais velho filha da puta! - falei arrastando ela, geral olhando, foda-se - Aquele merda lá ta pouco se fudendo pra tu!

   Ela deu uns berros, mas só encarei, rapidinho colocou o rabinho entre as pernas, entrei em casa chamando atenção das meninas e da minha mãe que estava lá, me olharam assustadas e joguei a Fernanda no sofá, foi só olhar minha mãe que começou a chorar, puro teatro.

- Próxima vez que eu ver a Fernanda assim vou meter a mão, tô brincando não! - falei pra minha mãe - Tá andando com as ninfetas aqui do morro, tudo rodada já!

- Fala com mais calma. - Van pediu.

- Olha as roupas que ela tá usando porra! - apontei - Tudo culpa daquele filho da puta, não quero mais ela indo pra casa dele.

- JÁ DISSE QUE TU NÃO É O MEU PAI! - a Fernanda gritou e dei o tapão que está merecendo a tempos.

- Grita comigo de novo, grita! - falei olhando ela - Quero o teu bem Fernanda, tu só tem dez anos, vai brincar de boneca.

- Eu não sei mais o que fazer. - minha mãe falou baixo passando a mão no cabelo.

- Vem Fernanda, vem com a tia. - a Jas se levantou pegando a mão dela e subiu.

- Não quero mais ela com o pai. - falei pra minha mãe - Manda ele vir se resolver comigo.

- Pegou pesado irmão. - Loma falou.

- Tô ligado, mas metade das minas que ela está andando já sentou prós caras lá da boca. - falei e elas concordaram - Quero minha irmã nessa não, é feião.

- Ninguém vai mexer com ela, por ser sua irmã. - Van falou e olhei pra ela - São nem loucos de fazer algo com ela.

- Nunca se sabe Vanessa. - falei.

   Sentei no sofá com os meninos esperando as princesas terminarem de se arrumar. Hoje é a festa do Davi e da Luara, a diferença deles é de um dia, então gastamos só com uma festa, Pqd mandou mensagem perguntando da gente e gritei a Jasmine.

- Bora filha, geral mandando mensagem já! - falei vendo ela descendo.

- Olha pai. - Aiyra girou o vestido - Tô bonita?

- Tá gatona! - falei girando ela - Vou ter que matar muito muleque.

- Parou Saulo, já te avisei. - Jas apontou pra mim.

- Vamos mamãe, quero comer doce. - Kaique falou.

- Vamos meu anjo. - falou.

   Coloquei eles no carro e fomos pro salão onde ia ser a festa, estava a família toda da Vanessa, conhecia só os pais, mas eles não convivem muito por medo de algo acontecer, mas são de boa com o Pqd, conhecem ele desde menor, sabem que é um muleque bom.

- Chegaram. - Tk falou segurando o Samuca pelo pescoço - Tá roubando os doces da mesa.

- Solta o muleque, eles podem. - falei e ele soltou fazendo o pequeno sorrir.

- Vamos Kaká! - falou e meu pivete foi.

   Coloquei o Davi no chão e saiu correndo atrás deles, Aiyra foi pra perto do Cubo e ficou rodando o vestido igual fez comigo. Sinto um ciúme do caralho, mas ele é pai, não posso e nem vou fazer nada pra prejudicar a conexão entre eles, respeito isso.

- Vem amor, olha ali a sua mãe. - Jas falou segurando na minha cintura e foi me empurrando.

   Veio uns parentes meu que eu nem sabia que ainda estavam vivos, minha mãe me fez falar com todos e a Jas já cortou uma prima minha que eu nem sabia que existia. Fiquei o tempo todo em pé só observando o pessoal conversando e as crianças brincando.

   Muita gente envolvida no mesmo lugar, passei a semana toda alertando os que iam ficar na contenção, ficar na segurança, atenção redobrada, não por causa dos envolvidos, mas sim por causa da minha família, se algo acontecer com algum deles eu viro bicho.

- Por que está preocupado? - ouvi a voz da Jas - Daqui a pouco meu pai e o Jaime chegam.

- Muito envolvido junto. - falei e ela pareceu desconfortável.

- Também está sentindo? - perguntou.

- Vai acontecer nada não. - falei e ela sorriu fraco - Mas se acontecer, tu pega as crianças e vai pra aquela sala.

   Apontei pra porta e expliquei, rara as vezes que usamos esse salão pra algo, então temos tudo esquematizado. Ela tentou não ficar tensa, mas dava pra ver que estava mais preocupada que eu, vi uns caras entrarem e logo depois meu sogro, todo na beca chamando atenção.

- VOVÔ! - Aiyra correu pra ele igual o meninos.

- Meus netos. - falou sabe abaixando para abraçar eles.

- Oi vovô. - Aisha e o Samuca se aproximaram tímidos.

- Oi meus netos. - falou abraçando eles também.

   Me amarro nisso, a relação que ele tem com o Tk é boa e ele considera os pivetes como netos, sem diferença, tudo igual. Jasmine o abraçou também e o cumprimentei, Jaime apareceu com duas caixas na mão, deu uma pro Davi e outra pra Luara que olhava pra ele chocada.

- Agradece Luara. - Pqd falou dando uma puxada no cabelo dela.

- Brigada. - falou me fazendo rir.

Neurose MinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora