Neurose Minha

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Falcão Pov

   Meu maior orgulho é ver meus filhos bem. Sem brincadeira, já fiz muita merda na vida, mas ver os três sorrindo, ver os três ali unidos me da uma paz do caralho. Aiyra e o Kaique as vezes tentam chamar atenção em algo, sempre fazem aquela auê, mas nada exagerado.

- Vai comer mais não? - Jas apontou pra pizza e peguei outro pedaço - Ta estranho hoje, o que foi?

- Quero tirar um tempo pra ficar com vocês. - falei voltando minha atenção pra ela que me olhava surpresa - O que foi, posso querer um tempo só nós cinco não?

- Claro que pode, mas agora não tem como. - falou e mordi meu pedaço da pizza - Olha a confusão que está o morro.

- Assim que tudo se acalmar, vamos meter o pé. - afirmei vendo ela sorrir - Só nós cinco em qualquer lugar.

- Fortaleza? - me olhou.

- Um canto quieto Jasmine, quero poder levar eles pra praia sem ser reconhecido. - falei e ela concordou.

- Eu vou achar um lugar quieto. - falou.

   Terminamos de lanchar e botei os meus dragões pra escovar os dentes, se tu não ficar em cima eles enrolam e não fazem porra nenhuma. Peguei meu celular vendo os meninos no grupo zoando o Tk e apaguei umas mensagens das minas que ainda insistem em mandar mensagem e fotos.

- Conversa com a Loma, tô mais aguentando o Tk chorando no meu ouvido vinte quatro horas não. - falei entrando no quarto e ela estava com o celular na cara - Vai ficar cega, filha da puta, tira essa porra de perto da cara!

- Não enche, vai começar? - perguntou bloqueando o celular - Loma já deu o aviso, quando vê mudança ela volta.

- E eu vou ter que aguentar aquele burro velho chorando no eu ouvido? - perguntei e ela me olhou com tédio - Tu já foi mais humilde comigo.

- Estou com sono. - falou - Tive um dia de merda hoje.

- Vem aqui então, vem. - falei.

- Banho primeiro. - falou e neguei.

- Vou tomar outro não, tomei junto com os meninos. - falei lembrando ela que me fez dar banho nos garotos - Vai deixar aqui agarradinha comigo não?

- Vou só porque quero carinho. - riu se jogando em cima de mim.

   Era agora ou nunca mais. Dei um puxão de orelha no Tk pra ele parar de ficar chorando pelos cantos e tomar postura se não eu mesmo mando ele tirar umas férias na prisão, os que eu tenho mais confiança já sabiam o que era pra fazer.

   Não vejo a hora de sair daqui e passar um tempo com minha família, tô pensando em levar a minha mãe e a Nanda também, pelo menos duas semanas. Silva queria voltar pro movimento e chamei ele pra dar uma volta, ele acha que vai ser só nós dois.

   Quero pegar ninguém ninguém na covardia, no primeiro momento vai ser só nós dois, mas se ele vier de caô e se o que eu imagino for verdade, meus crias tem carta branca pra se meterem. Chegamos na parte mais tranquila do morro.

- Tem certeza que quer voltar? - perguntei e ele concordou.

- Quero pô, tô precisando. - respondeu e concordei olhando pra ele.

- Tava onde antes de vir pra cá? - perguntei e ele ficou nervoso - Foi só uma pergunta parceiro.

- Fiquei pra lá e pra cá. - mentiu e olhei serinho pra ele.

- Eu tô ligado já nas coisas. - falei e ele me olhou de cara fechada - Então, qual vai ser?

- O que? - perguntou.

- Vai me contar logo o que tu veio fazer aqui, agir na pureza. - falei cruzando meus braços - Ou vou precisar te mandar pra salinha?

- Ta falando do que ai? - perguntou levantando e levantei junto.

- Tu sabe Silva, tu ta fechado com o filho da puta do meu tio. - falei e ele nem me olhou - Pra me matar né?

- Ele ta com ódio de tu Falcão. - falou - Por ter afastado a menor.

- Ele nunca se importou com ela. - falei e ele me olhou estranho - O que tu sabe Silva?

- Sei de nada não. - falou e senti meu sangue ferver.

- Pqd? - chamei no radinho.

- Fala chefe. - respondeu.

- Então Silva, qual vai ser? - perguntei e ele respirou fundo.

- Ela é a herdeira dele. - falou e cruzei meus braços de novo - Quer usar ela como moeda de troca.

- Com quem? - perguntei e ele me olhou rindo.

- Comigo né, ela ta prometida pra mim. - falou e neguei - Foi meu combinado com ele, não ta mais aguentando a pressão e como ela assumiria.

- Tu não vai assumir o morro dele. - falei encarando ele sério - E nem tocar na minha irmã, ela é uma criança.

- Vamos lá né Falcão, ela tá ficando gostosinha. - falou e dei um soco na cara dele.

   Dei outro soco e já mandei ele pro chão, fui pra cima só no soco senti um movimento ao redor e os gritos do Pqd e do Cubo mandando abaixarem as armas, levantei pegando o Silva pela camisa e dei mais alguns socos antes dele desmaiar, aqui pode dar tempo pra alemão se defender não.

- Manda pra salinha! - apontei pro Tk que veio junto com o Picolé e coloquei minha fuzil pra frente - Ajoelha todo mundo!

- Vai passar? - Cubo perguntou pros sete que estavam ajoelhados ali, tudo ganancioso que trocaram de lado.

- Vamos mandar um recado pro titio. - falei e mirei no primeiro dando três na cabeça.

   Cubo me ajudou e falei que era pra jogarem lá na porta do meu tio, se ele acha que vai usar minha irmã pra alguma coisa está muito enganado, pra fazer isso só me matando mesmo. Falei pro Tk dar um trato no Silva e guiei pra minha coroa.

- Cadê a Fernanda? - perguntei pro Matheus que estava com cara de sono.

- Na escola, minha mãe vai pirar se ver esse sangue todo ai. - falou e dei de ombros vendo minha mãe aparecer.

- O que é isso Sualo? - perguntou de braços cruzados.

- Tu vai pra Fortaleza com a Jasmine. - falei apontando e ela me encarou sem entender - Arruma as coisas de vocês, pra um mês ou mais.

- O que foi irmão? - Matheus me olhou preocupado.

- Vou resolver uma parada e mais tarde viajamos. - falei e eles me olharam.

- Eu não vou até me explicar o que está acontecendo Saulo! - falou apontando pra mim e coloquei as mãos na cintura olhando pra ela - Me explica, porque isso agora?

- Eu e a Jasmine vamos dar um tempo daqui e queremos vocês duas com a gente. - falei e o Matheus colocou a mão no peito.

- E esse sangue todo? - perguntou.

- É do Silva e de uns alemão. - respondi.

- Tu matou o Silva? - Matheus perguntou.

- Longa história. - falei e olhei pra minha mãe - Esteja arrumada.