Prólogo

730 60 11
                                    

Acordo as seis em ponto e pulo da cama. Tomo um banho e desço para tomar café, que eu mesma preparo e escuto os gritos de Mathew, meu irmão mais novo, que se recusa a entrar no chuveiro.

- Você vai ter que levá-lo – minha mãe, Jane diz – Estou atrasada.

Ela sai como sempre apressada, sem perguntar se eu poderia. Me apresso em terminar o café e preparar algo para o pequeno e o convenço a tomar um banho rápido e colocar o uniforme.

Graças ao desvio em passar na escola do meu irmão, chego alguns minutos atrasadas, mas ninguém está por perto então consigo passar em branco dessa vez. Ligo o computador e deixo a porta entreaberta, vendo o movimento do andar do prédio em que estávamos, uma das vantagens de ser recepcionista.

- Atrasada – dou um pulo quando Erick entra e estou de costas, preparando a mesinha de café.

- Você quase me mata do coração garoto – dou risada – E ninguém me viu chegar então shiu!

- Só estou dizendo – ele diz levantando as mãos – E aí, vai passar mais um final de semana com aquele chato do Allan, ou vai enfim aceitar meu convite e ter uma vida social?

- Você implica muito com meu namorado, ele é muito legal ok? – defendo Allan, meu namorado fazia dois anos – Acho que vamos fazer alguma coisa diferente...

- Tipo escolher um filme de terror ao invés de comédia romântica? – ele ri – Você precisa de uma vida, não isso que você leva.

- Você não tem que trabalhar? – desconverso – Seu chefe já passou.

- Você não vai fugir pra sempre Lou, não vai.

Balanço a cabeça mas sei que ele está certo. Eu levava uma vida acomodada e bem difícil desde que meus pais se separaram e eu não tive escolha a não ser deixar o sonho de fazer faculdade de lado e começar a trabalhar para ajudar minha mãe.

Quando conheci Allan, tínhamos muita química e vivíamos intensamente, mas logo a chama apagou e caímos na rotina de uma forma nada boa.

Perdida nos pensamentos sobre como minha vida mudou, a manhã passa rápido e já é hora do almoço quando percebo Allan aparecer na minha frente.

- Oi amor, o que faz por aqui? – pergunto, dando um selinho nele.

- Estou de folga e aproveitando para levar o Chris para dar uma volta e lembrar da cidade – ele sorri.

- Quem?

- Meu amigo, Christopher – ele responde ao mesmo tempo que um garoto alto, de boné para trás e um moletom vermelho e branco entrava – Esse é o Chris, Chris, minha namorada Louise.

- Prazer – ele diz e sinto seu olhar percorrer meu corpo.

- Prazer Chris – sorrio e ele pisca.

- Ele vai dar uma festa esse final de semana e nós vamos – Allan comenta – Sua festa de boas-vindas.

- Jura?

- Sim, vocês não podem perder por nada – Chris diz.

- Estaremos lá – respondo ao mesmo tempo que sinto um frio na espinha.

Algo me dizia que isso não ia acabar bem.

LOVERS  Onde histórias criam vida. Descubra agora