06.

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Seus lábios se moldam ao meu e eu solto um suspiro quando sua língua invade minha boca.

Sua mão em minha nuca guia o beijo e eu me vejo envolver seu pescoço com meus braços, o puxando para perto.

Eu tinha um lado falando o quanto aquilo era errado mas o outro queria estar ali, queria que Christopher chegasse mais perto e não soltasse tão cedo.

Mas a consciência vence e eu me afasto, mantendo os olhos fechados por alguns segundos e quando por fim abro, vejo Chris sorrindo.

- Você Lou, é uma das mulheres mais incríveis que eu já conheci – ele acaricia meu rosto – E eu estou me apaixonando por você.

- Chris, isso está errado, você não pode – afasto sua mão.

- Eu sei, eu sei e acredite que eu tento lutar com isso – ele suspira – Mas está fugindo do meu controle.

- Eu tenho que ir Chris, desculpa – me levanto.

- Você não pode sair assim depois desse beijo.

- Isso foi um erro Christopher, não deveria ter acontecido – suspiro – Eu já vou.

- Lou...Lou...

Ele me chama mas eu não me viro e vou correndo até meu trabalho, chego sem fôlego.

- Viu um fantasma? – Erick pergunta – Ou foi um nude do Allan que te deixou com essa cara de assustada?

- Hilário Brian – reviro os olhos – Não foi isso.

- E o que foi então?

- O Christopher me beijou.

- Rapaz, cada vez mais eu gosto desse cara – ele ri.

- Isso é sério Erick, ele não podia ter feito isso – bufo.

- Por que? Você gostou mais do que deveria? – ele ergue uma sobrancelha e eu o encaro séria.

- Não, eu não gostei – respondo – Eu não gostei pois ele não pode fazer as coisas desse jeito.

- Aham, repita isso até se convencer porque a mim, você não engana – ele pisca e sai.

(...)

Volto para casa ainda com Christopher em meus pensamentos, mas nem isso é suficiente para eu atender suas inúmeras ligações.

Permaneço firme e mando mensagem para Allan, pedindo para que ele fosse até minha casa e sem desculpas dessa vez.

- O Chris não vem hoje? – Mathew pergunta, mais uma vez estávamos só nós dois em casa.

- Não e por favor, não toca no nome dele – peço.

- Por que? – ele pergunta no mesmo instante que a campainha toca.

- Depois eu te explico ok? Só seja legal e ajude sua irmãzinha – sorrio e ele assente.

Abro a porta e dou espaço para Allan entrar, ele cumprimenta Mat que dá um sorriso mas não é mais simpático que isso.

- Vamos até meu quarto – chamo – Mat, qualquer coisa grita.

Subo com Allan atrás de mim em silêncio.

- Precisamos conversar sobre nós – digo me sentando na cama.

- Imaginei que ia dizer isso – ele solta uma risadinha sarcástica.

- É sério Allan, não suporto mais o jeito que as coisas estão, parece que nos tornamos dois desconhecidos – suspiro.

- Também não estou feliz com essa situação Louise, você não parece mais a mesma – ele retruca.

- Só eu? Você não demonstra mais se importar por mim, esquece que tinha um compromisso comigo...

- Eu estava com várias coisas na cabeça está bom?

- Anota em um post it, na agenda do celular – falo com raiva – Não tem desculpa! E antes fosse só isso, mas você sabe muito bem quantas vezes já me deixou em segundo plano.

- Talvez por não suportar suas reclamações, suas cobranças – ele me encara – Estou cansado.

- Que cobranças eu faço de você me diz?

- Você sabe muito bem.

- Estou te perguntando Allan – cruzo os braços.

- Mulheres estão sempre cobrando as coisas está bom? Sempre querendo que fossemos alguém que não somos.

- Não estou querendo saber no geral Allan, estou falando de mim, de nós dois – me levanto.

- Olha Lou, eu quero dar um tempo é isso – ele se afasta até a janela – Eu quero um tempo sem ouvir suas reclamações do trabalho e da sua casa, de ver você de mau humor e de colocar suas expectativas para que eu seja algo que eu não sou.

- Um tempo? Então é isso que você quer?

- Sim, é isso – ele assente.

- Então é isso, vamos dar um tempo – volto a me sentar.

- Fácil assim? – ele me olha intrigado.

- Você não acabou de dizer que cansou de me ouvir reclamar? Seu descanso já começou então.

- Não precisa fazer um drama Lou – ele revira os olhos.

- Tudo o que eu falo é drama pra você? – ele não responde – Você já pode ir Allan.

- Tudo bem Louise, como queira – ele dá de ombros – Só vou avisar que vou viajar esse final de semana, não vou ver mensagens e nem ligações.

- Tudo bem.

Allan para e me olha por alguns instantes mas permaneço com a expressão neutra. Eu não ia falar mais nada, não ia lutar ou implorar por atenção de quem não queria saber de mim.

- Ok, já estou indo.

Ele sai do quarto e eu me recosto na cama. Vejo uma mensagem de Christopher mas nem abro, por hoje chega de pensar na minha vida amorosa.

Desço e faço algo para mim e Mat comermos e fazemos uma maratona de uma série de desenho animado que ele já viu umas quinze vezes.

- Então, você deixou o Allan para ficar com o Chris? – Mat pergunta do nada.

- Não, eu e o Allan só vamos ficar um tempo longe para pensarmos no que está acontecendo de errado.

- Mas e o Chris?

- Por que você quer saber tanto dele? – pergunto curiosa.

- Eu gostei dele – o pequeno dá de ombros – E ele parece gostar de mim de verdade, não como o Allan que finge gostar.

- O Allan só não tem tanta intimidade com crianças.

- Eu não sou criança – eu dou risada – Mas o Chris continua sendo mais legal.

- Enfim, não fica tão animado porque ele não deve aparecer tão cedo.

- Duvido – olho para ele – O Chris não consegue ficar muito tempo longe de você.

- E como você sabe disso?

- Pelo jeito que ele te olha e ele sempre dá um jeito de ficar do seu lado, de brincar com você – ele explica – Você que é a adulta Lou, você que deve saber disso.

Dou risada e não respondo mas meu caçula não tinha ideia que ele estava sabendo mais do que eu no momento.

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