14.

288 36 0
                                    

Sinto o corpo de Christopher colado no meu e seu hálito de bebida forte em minha boca.

Tento me desvencilhar mas ele é mais forte, então permaneço quieta para ele entender que eu não quero nada. Não correspondo ao beijo e ele parece se frustrar.

- Eu sei que você quer Lou, não adianta negar – ele diz contra meu pescoço e eu me arrepio involuntariamente.

- Eu quero Chris, mas não desse jeito – suplico – Você não vai lembrar de nada amanhã.

- Jamais poderia esquecer você – ele fala com o rosto próximo ao meu.

- Por favor Chris – peço e ele fica pensativo por um instante.

Aproveito para me afastar e o levo até a cama.

- Por que você bebeu tanto? – pergunto e vejo ele dar de ombros.

- Estava afim – ele responde e olha para outro lado.

- Não acredito em você – tento sorrir e ele me olha desconfiado.

- Você nunca acredita em mim – ele se acomoda na cama – O que é péssimo pois não costumo mentir para você.

- Você só foge, caso algo dá errado – provoco.

- Foi uma idiotice, não vou fazer isso mais – ele segura minha mão e me puxa para perto – Me dá uma chance Lou, eu posso te fazer feliz.

- Você bebeu demais Chris, não está pensando direito – desconverso – Acho melhor você dormir e amanhã a gente conversa.

- Fica aqui comigo – ele acaricia meu cabelo – Dorme aqui.

- Tentador – sorrio – Tira a camisa e os sapatos.

- Mudou de ideia foi? – ele abre um sorriso malicioso e sua mão vai até minha nuca – Eu sabia.

- Chris, não – dou risada – É para você ficar mais confortável, eu vou embora. Quer que eu pegue algo para você?

- Eu quero que você me pegue.

- Christopher! – não aguento e dou risada – Você é impossível.

- Eu estou bem na sua frente, não tem como ficar mais possível – ele sorri. Droga de garoto bonito.

- Chega, eu vou sair e pegar uma água para você. Não sai daí – digo séria.

- Estarei te esperando linda – ele passa a língua no lábio inferior e eu saio antes que não aguente suas provocações.

Desço e passo direto para a cozinha, pegando água e um pedaço de pizza para ele.

Porém quando eu volto, vejo Christopher já dormindo. Sorrio e me aproximo, deixando a água e a pizza no móvel ao lado da cama e pegando um lençol para cobri-lo.

Desço e me junto aos outros, mas minha cabeça continua em Christopher. Passamos mais algum tempo ali, até Allan decidir ir embora.

Concordo com ele mas digo que esqueci algo no banheiro de cima, o que era uma desculpa para ver como estava Christopher.

Ele continuava do mesmo jeito que eu deixei e suspiro aliviada. Quando me viro para ir embora, dou de cara com Richard.

- Não sabia que você estava aqui – ele diz com a expressão surpresa.

- É, eu passei no banheiro e vi o Chris aqui, vim ver se estava tudo bem – tento parecer despreocupada.

- Claro, sem problemas e pode ficar tranquila que eu vou cuidar bem dele – ele pisca para mim e eu só assinto com a cabeça, indo embora em seguida.

(...)

Nem lembro como me despedi de Allan, só me lembro de chegar no quarto e me jogar na cama com a roupa que eu estava e dormir assim.

Acordo cedo no domingo com o meu irmão caçula cantando e o xingo mentalmente já que não tinha forças para levantar.

Depois a campainha toca e eu agradeço porque pelo menos com visita ele vai ficar quieto.

Eu estava enganada. Não sei quem chegou mas parecia incentivar Mat a cantar.

Levanto furiosa e vou ver o que estava acontecendo, e me deparo com Christopher batendo palmas para meu irmão enquanto ele faz seu show.

- O que significa isso? Vocês sabem que horas são? – reclamo com os dois.

- Eu disse, ela é muito chata de manhã, você deveria ter vindo depois – Mathew fala para Christopher como se eu não estivesse ali.

- Você estava certo cara, vou sofrer bem mais agora – Chris responde.

- Acho melhor você deixar ela comer primeiro, ela não pensa direito quando está com fome.

- Dá para vocês dois pararem de me ignorar? – interrompo o diálogo.

- Desculpa Lou, não queria te acordar mas precisava falar com você – Chris se levanta – Podemos conversar?

- Não – falo e vou para a cozinha.

- Eu disse! – meu irmão grita da sala e eu me viro para xinga-lo mas acabo vendo Chris e desisto.

- Eu posso fazer panquecas se você quiser – ele oferece – Minha irmã adora.

- Pode ser – bufo – Vou preparar o café. Mat, o que você quer?

- Panquecas! – ele grita de volta. É claro, cúmplice do Christopher.

- Então vamos as panquecas – Christopher pede licença e separa os ingredientes, assumindo o comando do fogão.

Preparo o café para nós dois e um suco para Mat e arrumo a mesa. Eu como em silêncio mas os dois conversam muito, eu nem estava entendendo sobre o que era mas eles pareciam se dar bem.

- Vou lavar a louça, os dois para a sala – expulso assim que terminamos.

- Eu te ajudo depois, mas podemos ir conversar? – Chris pede.

- Está bem, vamos para o quarto – falo e ele abre um sorriso – Quando é que você vai se comportar?

- Nunca – ele responde sincero.

Chego no meu quarto e me sento na cama, encarando Chris que fica em pé.

- Queria te pedir desculpas por ontem, eu não deveria ter te beijado daquele jeito – ele suspira – É, eu me lembro e foi péssimo, não sei nem como descrever como eu estou me sentindo por fazer isso com você.

- Você parou quando eu pedi – tento aliviar.

- Mesmo assim, não foi certo e eu queria me desculpar por isso – ele se senta – Por favor.

- Está desculpado Chris, eu só queria entender como e porquê você bebeu tanto do nada – peço.

- É uma longa história Lou, preciso te contar com calma mas esse não é o momento certo – ele olha para outro lado.

- Você não confia em mim?

- Não é isso.

- Então é o que?

- Não sei como você vai reagir quando eu te contar, por isso não quero falar agora – ele me olha – Prometo de contar.

- Jura de dedinho? – falo em tom de brincadeira.

Chris ri: - Juro de dedinho.

- Então tudo bem, você está melhor? – pergunto e avalio seu estado.

- Tudo ótimo – ele sorri – E aí, o que você vai fazer hoje?

- Tenho que cuidar do meu irmão – respondo.

- Posso ficar aqui um pouco? Duvido que você saiba jogar algum jogo de videogame – ele provoca.

- Não sei ok? Mas é só porque tem que fazer várias coisas ao mesmo tempo, são vários botões e eu me perco.

- Eu não acredito – ele ri.

- Não ri – bato em seu braço de brincadeira – Eu já tentei várias vezes e não deu certo.

- Bom, hoje é seu dia de sorte porque eu vou te ensinar tudo – ele me puxa.

- Você não vai trapacear não é?

- Você precisa confiar mais em mim Lou – ele pisca e eu abro um sorriso.

Não queria dizer que naquele momento, eu não confiava nem em mim mesma perto dele.

LOVERS  Onde histórias criam vida. Descubra agora