08.

270 38 4
                                    

Acordo no dia seguinte meio sonolenta, pensando que estou sonhando ainda, mas os dedos que passeiam pelas minhas costas são bem reais. Me viro e vejo Christopher abrir um largo sorriso.

- Bom dia linda – suas mãos param em minha cintura.

- Bom dia Chris – sorrio de volta – Que horas são?

- Dez da manhã – ele afasta meu cabelo – Mas podemos continuar aqui.

- Que? Não, meu irmão eu esqueci dele – levanto apressada e vou atrás das minhas roupas – Preciso ir para casa.

Christopher fica na cama me observando e rindo do meu desespero: - Você poderia me ajudar sabia? Não ficar rindo...

- Ok, ok eu te levo – ele levanta e eu paro para observar seu corpo, ele percebe e abre um sorriso malicioso – Lembrando da noite passada? Acho que minhas costas vão ficar vermelhas por um bom tempo.

- Ai, desculpa por isso – falo um pouco envergonhada.

- Ei – ele levanta meu rosto – Foi incrível, cada momento e eu adorei.

- Eu também gostei – sussurro – Mais do que deveria.

Ainda rindo ele me dá um beijo rápido e veste sua roupa, passo no banheiro e descemos as escadas, morrendo de medo de encontrar sua família.

- Quer tomar café aqui? – ele pergunta já indo para a cozinha.

- Não, você pode tomar lá em casa se quiser mas podemos ir? – pergunto e ele assente, respiro aliviada e seguimos para o carro.

Chris tagarela sobre qualquer assunto, como sempre faz e eu agradeço por ter alguém tão leve na minha vida nesse momento.

- Obrigada Chris – digo assim que chegamos – Pelo passeio, pela noite, por tudo.

- Estou aqui se precisar de mim – ele diz e se inclina para deixar me dar um beijo – Nos falamos depois?

Concordo e saio do carro, correndo para ver meu irmão. Felizmente, Mathew estava bem com a vizinha e minha mãe apesar de furiosa, não estava em casa.

- O que você quer fazer hoje? – pergunto para meu caçula.

- Não sei, estou cansado de ficar em casa Lou – ele reclama – Pode ser ir na pracinha mesmo.

- Tem certeza? Podemos ir para qualquer lugar que você quiser.

- Você está muito boazinha, o que aconteceu? – ele desconfia.

- Aproveita meu bom humor antes que eu mude de ideia – digo rindo.

- Qualquer lugar? – ele pede confirmação e eu assinto – Eu queria ver o papai.

- Então nós vamos, se troca que eu vou tomar um banho rápido.

- Você está falando sério? – ele pergunta animado – Você é a melhor irmã do mundo.

- Se lembre disso quando eu te pedir para arrumar seu quarto – me inclino para receber um beijo dele e seguimos cada um para seu quarto.

(...)

A casa do meu pai ainda era no nosso antigo bairro, o que era um pouco longe de nosso atual endereço e trazia muitas recordações. Eu tinha avisado por mensagem que iriamos e ele ficou muito empolgado, falando que ia fazer um almoço especial, o que significava que ele ia comprar pois meu pai era péssimo na cozinha.

- Mat! Lou! – ele nos envolve em um abraço de urso assim que nos vê parados na porta.

Me desvencilho do abraço e deixo os dois ali, vendo uma figura feminina parada poucos passos atrás de nós. Ela parece meio temerosa, então sorrio já entendendo tudo.

- Crianças – finjo estar brava – Sempre serão minhas crianças, não adianta fazer bico.

- Você é péssimo pai – falo e sorrio e vejo ele se virar para a mulher.

- Essa é Rose, amiga do papai e ela vai almoçar com a gente hoje – ela se aproxima e cumprimenta nós dois. A princípio Mathew parece meio desconfiado mas logo ela o leva para ver algo na tv e ele parece a vontade.

- Só para constar, amigos não dormem juntos pai – sussurro para ele.

- Amizade colorida, nunca ouviu falar? Poxa filha, pensei que você era a jovem e bem informada – ele brinca.

- Hilário – reviro os olhos e me sento ao seu lado – Quero que me conte tudo sobre ela.

- Ei, eu que tenho que fazer o interrogatório – ele faz a voz grave – Cadê seu namorado?

- Estamos dando um tempo, apesar dele estar atrás de mim – dou de ombros – Não sei se quero voltar.

- Não sei o que aconteceu e você não precisa me contar se quiser, mas não cometa o mesmo erro meu e da sua mãe – ele suspira – Relacionamentos podem ser salvos se ambas as partes tiverem dispostas.

- Eu não sei até hoje o que aconteceu entre vocês – comento.

- Um dia eu conto, hoje vamos falar de coisas boas – ele sorri e eu deixo para lá.

Seguimos em uma tarde muito boa, com uma macarronada deliciosa e alguns jogos que meu pai perdeu de proposito só para ver meu irmão sorrindo.

Christopher

Volto para casa cantando alto no carro, animado depois de passar o dia e a noite com a Louise. Não poderia estar tão envolvido assim, mas não estava me importando com isso no momento.

- O que aconteceu com você? – Madison diz assim que eu chego na cozinha.

- Só estou feliz maninha – ligo o fogão – Quer panquecas?

- Quero – ela se senta – É a Lou não é? Ela que está te deixando mais bobo do que você já é.

- Muito engraçada você – faço uma careta – Mas você está certa, é por causa dela.

- Duas semanas – ela diz do nada.

- O que?

- É o tempo que vai durar essa história – ela ri – Você não dura com ninguém maninho.

- Dessa vez é diferente – me viro para ela – Eu estou diferente e estou sentindo...

-...algo que nunca senti antes – ela completa para mim – É, já ouvi essa ladainha antes.

- Me dá um voto de confiança Mad! – exclamo e ela ri.

- Ok, eu...-ela começa a dizer mas somos interrompidos. Era Allan, que invadia minha cozinha.

- Chris, desculpa estar aqui tão cedo mas eu preciso da sua ajuda.

- O que foi cara? O que eu posso fazer por você?

- Você entende mais de mulher do que eu, tem que me ajudar – ele se aproxima – Me arrependi de pedir um tempo para a Lou, eu quero conquistar ela de volta.

Fico sem reação olhando para ele, pensando que só poderia ser brincadeira. Atrás de Allan, Mad sorri e mostra dois dedos em uma das mãos. Tic, tac.

LOVERS  Onde histórias criam vida. Descubra agora