LOVERS

23.

O passeio havia sido incrível, todos os detalhes daquele dia ficariam guardados na minha memória para sempre.

Eu estava bem relaxada e só Deus sabe o quanto eu precisava relaxar depois de me matar de estudar todos os dias.

Uma das partes boas de estar com Christopher era isso, ele me transmitia leveza, conforto, estar com ele era como assistir vários filmes de comédia seguidos, você nunca parava de rir.

- Pensando em que? - ele olha pra mim rapidamente mas logo desvia seu olhar para estrada.

Já eram umas 17h40 da tarde, estávamos voltando para casa porque apesar de ser final de semana, eu ainda tinha responsabilidades.

Que iriam ficar pra depois porque com toda a certeza do mundo, eu iria chegar, me jogar na cama e só acordar umas 22 horas da noite morta de fome. Como sempre.

- No quanto eu amei nossa tarde... - olho pra ele e sorrio baixo fazendo carinho em sua nuca.

Ele se arrepia rapidamente e eu rio baixo.

- Então valeu a pena ter acordado às 06 da manhã de um sábado? - riu.

- Valeu muito a pena - rimos.

- Ainda acho que você poderia ir lá pra casa... - ele coloca a mão na minha coxa.

Ele realmente não perdia uma oportunidade.

- Eu adoraria mas eu tenho que...

- Já sei - me interrompe. - Você tem que estudar - ele revira os olhos fazendo bico. - Eu que lute pra ganhar sua atenção então.

- Para com isso vai - rio. - Você me teve o dia todo hoje, já é um grande passo, eu não estava quase saindo de casa nas últimas semanas.

- Então nós podemos dizer que o Vélez aqui ganha mais um ponto, é? - ele pisca e eu balanço a cabeça rindo. Era muito convencido, meu pai.

- Sim, o Vélez ganha mais um ponto.

Ele ri estacionando o carro em frente à minha casa. - Vou te acompanhar até a porta.

- Que cavalheiro... - rio e ele sai do carro dando a volta abrindo a porta para mim.

- Venha, minha bela dama - diz esticando sua mão.

- Você é um bobo - rimos e eu seguro sua mão saindo do carro.

- Eu sou um bobo por você - se aproxima me abraçando pela cintura. - Completamente bobo...

Sorrio baixo corando levemente e me aproximo mais. - É o meu bobo - sussurro em seu ouvido e ele sorri me dando um selinho demorado.

- Então foi por ele que você me trocou, Louise? Logo pelo meu melhor amigo?

O tom de raiva na voz de Allan faz a gente se afastar rapidamente.

Me viro para observar sua expressão e o nunca vi tão transtornado.

- Allan cara, eu posso explicar...- Chris começa mas um riso debochado o interrompe.

- Acha mesmo que precisa? Essa demonstração não foi suficiente?

Eu solto um suspiro: - Allan, o que você está fazendo aqui?

- Vim conversar com você, pedir uma chance...não imaginava que você estava dando uma chance para Christopher Vélez.

Ficamos em silêncio um momento, Allan parecia outra pessoa, andando de um lado para o outro com a expressão furiosa.

- Eu não sei porque estou surpreso, é típico de você Vélez. Sempre atrás de todas as garotas possíveis, se achando o maioral por pegar todo mundo que queria – ele se vira para mim – Mas você Lou, fazer isso comigo, ficando com esse cara que nem conhece direito. Achei que você era mais esperta!

- Olha Allan, você pode estar nervoso mas eu não admito que você fale desse jeito de mim e nem do Christopher – tento amenizar – É melhor você ir embora.

- Santo Deus! Ele fez um trabalho bem feito – ele ri, mas o som parece um engasgo – O que ele disse para você? Que nunca sentiu isso antes? Que você é única na vida dele? Consigo imaginar sua cara escutando esses clichês que ele já disse para mais de dez garotas...

- Chega Allan! – Chris fala alto e dá um passo a frente, sua expressão calma dá lugar a raiva – Vai embora agora!

- Você se acha o imbatível não é Christopher? – ele sorri – Isso não vai durar e você vai se arrepender de ter roubado a minha garota.

- Você não soube valorizar e você perdeu Allan. A culpa foi sua – Chris rebate.

- E você apareceu como o salvador da pátria para mostrar que era melhor que eu? – Allan responde com raiva – Muito conveniente Vélez.

- Não quero provar nada. Eu gosto da Louise e é a única coisa que me importa.

- Nobre, muito nobre – ele ri, sem acreditar – Pena que eu te conheço.

- Allan, por favor – interrompo – Vai embora, depois a gente conversa com calma.

- Não preciso falar mais nada – seu olhar enojado vai de mim para Christopher – Isso já foi o bastante.

Ele se vira e entra em seu carro, saindo em alta velocidade e desaparecendo de vista.

- Acho que vou ligar para os pais dele – digo mas Chris interrompe.

- Não, acho melhor avisar o Richard. Ele vai saber onde encontra-lo.

Assinto e Chris abre os braços para me acolher.

- Vai ficar tudo bem baby.

- Você viu a expressão dele? E o jeito dele falar? – falo com um nó na garganta.

- Só porque ele estava nervoso, esquece isso Lou – ele beija meu cabelo – Descansa está bem? Não tem motivos para estar preocupada.

- Você tem razão – suspiro – Você quer entrar?

- Acho melhor você dormir um pouco, parece que vai desmaiar a qualquer momento – ele ri.

- Obrigada por hoje de novo, foi tudo o que eu precisava – sorrio e ele se aproxima.

- Sempre que precisar.

Chris sela nossos lábios em um beijo lento, seus braços envolvendo minha cintura e sua mão em meu cabelo.

- Até mais linda.

- Até mais Chris – dando um último beijo rápido, eu me viro e entro em casa, correndo para meu quarto, exausta.