Louise
Mathew adorou Christopher e me pareceu que Chris também se divertiu com meu pequeno e saiu sorrindo quando se despediu.
No dia seguinte ainda estou lembrando da noite anterior e o quanto foi leve, sem cobranças ou reclamações.
Tenho um dia cheio no trabalho e nem vejo a hora passar, meu chefe pede para ficar até mais tarde e eu concordo mas quando vejo já são quase dez da noite.
“ Oi, você pode me buscar por favor? Não queria voltar sozinha para casa”
Mando mensagem para Allan rezando para ele estar de bom humor e vir me buscar.
“ Hoje não dá, desculpa. Conversamos amanhã? É um assunto sério”
“ Sério mesmo? :/ Estou achando realmente perigoso voltar sozinha”
“ No vai acontecer nada, relaxa”
Suspiro e guardo minhas coisas, escondendo bem o celular e saio do prédio. Até tentei falar com Erick também mas ele morava longe e não tinha como voltar.
Caminho apressada, tentando não chamar atenção para mim e observando todo mundo a minha volta.
Chego em uma rua deserta e meus medos se intensificam quando escuto passos atrás de mim. Acelero os meus e a pessoa atrás de mim também e sinto meu coração bater tanto que até dói.
Não tenho coragem de virar para trás e me pego repetindo baixinho: “por favor, que ele leve só o celular e não faça nada comigo”.
Viro a rua e a essa altura estou quase correndo, minhas pernas doloridas mas não penso em desacelerar. Para piorar, meu celular começa a tocar e eu não sei o que fazer mas não atendo.
Escuto o barulho de passos mais perto de mim e seguro o choro de medo que surge em minha garganta, rezando em silêncio.
Até que vejo uma pessoa, um homem e não sei se ele seria um cúmplice ou alguém por acaso mas torço pela segunda opção, passo por perto e ele não faz nada então respiro aliviada.
Entro na minha rua e vejo um outro homem parado próximo ao meu portão. Não era possível que eu teria que atravessar ou que esse cara ia fazer algo comigo.
Porém meu nervosismo vai embora quando vejo Christopher. Ele estava encostado em seu carro, me esperando eu tinha certeza.
- Chris! – grito e corro em sua direção – Graças a Deus é você.
E num ímpeto o abraço e sinto seus braços me envolvendo.
- Nossa, seu coração está acelerado – ele nota – Está tão feliz assim por me ver?
- Não perde a oportunidade hein? – sorrio – Na verdade, eu estava correndo e ver você foi um alívio.
- Correndo? Por quê?
- Vim caminhando sozinha e escutei passos atrás de mim, não sei o que a pessoa queria ou se estava realmente me seguindo mas não tive coragem de virar para ver – suspiro – Ainda bem que você está aqui.
- Mas porque você está sozinha uma hora dessas? É um absurdo – ele fica nervoso – E o Allan?
- Não quis vir – dou de ombros.
- Ele é um idiota! – ele grita – Não aconteceu nada mesmo?
- Não, está tudo bem.
- Vou ter uma conversinha com ele, é um absurdo te deixar desprotegida – ele bufa – Melhor você entrar, está precisando descansar depois dessa.
- Estou bem, já passou – ele segura minha mão – Você não vai entrar?
- Quer que eu entre? – ele parece esperançoso e eu assinto.
Entramos e minha mãe conhece Chris, mas não faz nenhum comentário. Mathew por outro lado, fica muito animado ao vê-lo e puxa para seu quarto para mostrar algum jogo.
Depois de jantarmos, Chris se despede e insiste em me buscar no dia seguinte mas eu nego e digo que está tudo bem, ele sorri e me chama de teimosa mas eu sei que não era a única.
(...)
Já conservaram com uma porta? É a mesma coisa que falar com Christopher que apareceu na porta do meu trabalho no dia seguinte e ficou me esperando.
- Você pelo menos escutou o que eu disse? – reclamo quando o vejo.
- Escutei e ignorei, você não ia voltar sozinha depois de ontem – ele responde sincero.
- Mas...
- Sem mas Lou, eu vou te levar para casa.
- Era isso que eu ia falar – reviro os olhos – Não vou para casa, preciso falar com o Allan.
- Ah... bom, eu te levo onde você precisar.
Ele abre a porta do carro e eu sei que é inútil discutir então entro e passo o endereço da onde ia me encontrar com Allan.
- Obrigada Chris, isso foi muito gentil – sorrio.
- Sempre que precisar – ele se inclina e beija minha testa.
Saio do carro e entro no restaurante, seguindo para minha mesa preferida.
Mais de uma hora se passa e nada de Allan, ligo várias vezes mas nada, cai direto na caixa postal.
Espero mais alguns minutos e ligo de novo, dessa vez ele atende.
*- Lou, o que foi? – sua voz está estranha.
- Como assim o que foi? Estou aqui no restaurante te esperando faz horas – respondo indignada.
- Puts, eu esqueci – escuto um barulho – Eu...eu vou indo agora, mais uns vinte min...
- Não precisa vir, você pode esquecer de mim por um bom tempo – desligo antes de ouvir mais alguma coisa.*
Seguro as lágrimas até estar na segurança do meu quarto e desabo. Allan dava claros indícios que não gostava mais de mim e eu como trouxa não conseguia terminar com ele.
Eu precisava ter uma conversa definitivamente com ele, não dava mais para viver assim mas não tinha estômago para fazer isso agora.
Tomo um banho e durmo, cansada demais de tanta coisa ruim acontecendo.
Na manhã seguinte, faço tudo no automático e nem com Erick consigo conversar direito, perdida em pensamentos.
- Terra chamando Louise – a voz de Christopher me assusta.
- O que você está fazendo aqui? – pergunto sem saber a quanto tempo ele está ali.
- Vim ver como você estava – ele sorri, tímido – E perguntar se você tem companhia para almoçar.
- Para sua sorte, eu não tenho e estou morrendo de fome.
- Agora você está falando minha língua – ele abre um largo sorriso.
Vamos até o restaurante que eu mais gostava da região e eu vejo Chris fazer um prato três vezes maior que o meu e dou risada.
- Você não vai comer tudo isso.
- Quer apostar? Um beijo talvez? – ele provoca.
- Garoto, você não tem nenhuma vergonha na cara – rio.
- Nunca disse que tinha – ele sorri maliciosamente.
Conversamos sobre coisas aleatórias até ele me perguntar de Allan e eu conto que ele me esqueceu. Chris não fala nada por um tempo, mas percebo sua cara fechada.
- Você merece mais Lou, merece muito mais – ele sussurra.
- Acontece – dou de ombros e ele balança a cabeça.
- Não, quem realmente se importa, demonstra, corre atrás e está ali por você – ele se levanta e senta ao meu lado – Quem quer, dá um jeito.
Meu coração acelera e nós mantemos o olhar um no outro, Chris leva uma mão até meu rosto e o acaricia.
- E eu quero você Lou.
Ele então se inclina e me beija.
VOCÊ ESTÁ LENDO
LOVERS
Fanfiction" Eu vivia infeliz, mesmo que fizesse de tudo para ninguém notar, mas quando ele entrou na minha vida, tudo virou de cabeça para baixo" Louise namorava Allan, mas vê seu coração balançar por Christopher, um amigo de longa data de seu namorado. Será...