Por Anika.
Meses se passaram. O sucesso era inevitável e eu rodei o mundo. Conheci muita gente, mas Nicolas me conquistou pela cara de pau.
- Olá, tudo bem? -perguntei, pegando o livro dele e começando a dedicatória.
- Oi. Tudo sim. -enfiou as mãos nos bolsos, mas se lembrou rapidamente de algo, tirando-o do bolso para me entregar- É um presente.
- Poxa, obrigada. -sorri em resposta, segurando a caixinha- Qual seu nome?
- Nicolas. -sorri- Peço que abra só quando acabar a sessão.
- Tudo bem. -deixei o presente em cima da mesa e terminei sua dedicatória um pouco mais especial.O presente era um lindo cordão prata com o meu nome de pingente. Junto, havia seu telefone e um bilhete dizendo que me esperaria pra jantar em um restaurante mais tarde. Fui. E me apaixonei por ele.
Nicolas era brasileiro, formado em arquitetura e design, e trabalhava na Itália como engenheiro técnico de segurança, sua formação da pós-graduação, e como engenheiro civil, seu doutorado. Seu projeto como mestrando, era em engenharia da computação.
E como ele morava na Itália, fazer o romance acontecer não demorou muito.
Nos apaixonamos nesse restaurante, e o primeiro beijo foi no último dia em que fiquei no país, na orla da praia. A nossa primeira vez demorou dois meses para rolar e o casamento aconteceu dez meses após o primeiro encontro.
Nisso, vi minha filha falar, andar, correr, crescer, tudo por Leo, que me pediu perdão pessoalmente. Ele me mantinha informada sobre ela, e várias vezes Stela conversou comigo por FaceTime, me chamando de mãe. Nicolas era um apaixonado completo por Stela.
Vez ou outra Leo mentia para Steve, falando que ia levar Stela no pediatra, mas na verdade, a levava na minha casa, e nós passávamos o dia inteiro brincando. Ela sabia perfeitamente que eu era a mamãe, e que Nicolas era o tito dela. E passar os anos, ao menos, mais próxima da minha menina, não teve preço.
A conversa no saguão do hotel não tardou a terminar. Devolvi Stela para Norma, uma amiga tão fiel, que fingiu que não me conhecia para manter Steve alheio aos nossos encontros. Nicolas e eu saímos de mãos dadas e fomos para o nosso quarto no hotel.- Steve pareceu acabado. -comentou ele, tirando a camisa social.
- Percebi. - disse, guardando as sandálias no saco protetor - É bom, por tudo que ele me fez, está pagando por isso.
- Foi tão ruim assim?
- Sim. -tirei os brincos.
- Tudo bem, não vou insistir mais. -me ajudou a abrir o vestido, e tirá-lo.
- Desculpe, Nicolas. -me virei para ele- Eu só... evito falar daquele dia. Achei que nunca mais fosse ver Stela.
- Devo imaginar a dor que sentiu. -segurou-me no colo- Mas vamos esquecer Steve por algumas horas...
- Isso me parece uma proposta irrecusável. -mordi seu lábio inferior.Nós nos amamos no chuveiro, do jeito intenso. Nicolas era bem dotado, e tinha jeito para coisa. Eu adorava ir para cama com ele, e embora as vezes a agenda fosse corrida, nós conseguíamos ter um tempinho para nós dois.
Quando nos secamos e fomos para cama, já era bem tarde. Já que o sono não vinha, ficamos conversando sobre nosso casamento e ele foi me ensinado português, para que eu pudesse me comunicar com a sua família sem que ele fosse um tradutor espontâneo. Aliás, sua família e acolheu como uma filha. Eu amava cada um.
Quando nossas línguas se embolaram de novo, alguém bateu à porta. Ele gemeu, bravo por ter tido que parar o nosso momento íntimo.- Se o prédio não estiver pegando fogo, eu soco a pessoa. -ele disse, vestindo a cueca e por cima um roupão.
- Não seja tão mau assim, marido. -o marido foi dito em português.
- Minha esposa. -ele disse um português claro. Consegui entender e soltei um sorriso para o seu piscar cheio de flerte.Nicolas foi abrir a porta, enquanto eu vestia minha camisola, e o hobby de seda por cima. Consegui ouvir a voz de Steve. Ele não fez isso...
- Eu amoooo a Nika! -sua língua embolou toda- E você, -apontou o dedo no peito de Nicolas- É um gostoso.
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O Livro da minha Vida
RomanceAnika Lombard é uma jovem sonhadora, dona de um dos sorrisos mais lindos do sul de Washington. Ela havia acabado de se formar em literatura, e amava ler. Tinha um dom especial para lidar com as palavras e não sabia disso. Assim que se formou, sua fa...