Quanta gente!

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Por Anika.

Mal acreditei quando Steve chegou. Quer dizer, quando o vi na minha sala, pronto para conhecer a nossa filha. Nada no mundo foi tão reconfortante quanto seu abraço depois de tanto tempo. E nada melhor que uma conversa sensata logo depois, onde contei sobre minha bissexualidade e ele achou aquilo um máximo. Provavelmente eu iria realizar o fetiche dele, faltava apenas Lissa concordar com isso.
Mas, antes disso, uma surpresa aqueceu meu peito, embora que eu ainda esteja desconfiada.
Anelisie. Minha irmã bateu à minha porta pedindo socorro. Eu a atendi e compreendi muitas coisas quando nos vimos novamente. Minha irmã tinha passado por poucas e boas na mão do marido. Por conta disso, ela entrou em um quadro depressivo, onde ela não tinha forças para nada, e por isso, tomava anticoncepcionais escondida do marido. Achava injusto condenar um bebê a viver naquele mundo de ilusões que ela vivia.
Mas Robert acabou descobrindo, e foi o caos. Ele achava que a minha irmã era infértil, mas quando viu a caixinha do medicamento em sua gaveta de calcinhas, acabou explodindo. Anelisie contou que suas costas ficaram cheias de cicatrizes, dos tapas, dos cortes que ele fez de propósito...
Visto que a noite o "capitão" faria pior com ela, em relação à intimidade, Anelisie fugiu. Por isso fiquei passando pomada em suas costas logo assim que ela me contou. Queria cuidar da minha irmã.
A reação dela quando viu Stela foi apenas amor. Ela falou que protegeria a menina dos olhos de gavião do meu pai, para que nunca ele pudesse colocar nem os olhos, e nem as mãos na minha filha.
E depois da confusão sobre o espaço onde iríamos dormir, finalmente deixaram-nos a sós. E foi bom. Maravilhoso, delicioso também.
O pedido de namoro foi muito inusitado. Não foi num restaurante, nem fora de casa. Foi na nossa cama, num momento onde nós dois trocamos intimidades e ele me pediu em namoro, dizendo que queria me chamar de amor, como eu tinha feito mais cedo. Concordei com ele que falei aquilo no automático. Steve era o amor que eu teria para a minha vida toda.
Na manhã seguinte...

A cozinha não tinha mais espaço para um humano sequer. Leo e Steve ficaram na sala, por serem maiores que todas nós, com a tarefa de encaixotar as minhas coisas. O acordado entre nós era dividir o valor das contas para nós cinco. Como Lissa e Ane ainda iriam arranjar um emprego, Leo e Steve concordaram em pagar comigo os primeiros meses até que elas arranjassem um emprego. E pra compensar, elas revezavam tomando conta da Stelinha.
Claro que Lissa entendeu na hora o que eu quero dizer com aquilo e não perdeu tempo em olhar para o meu dedo anelar direito. E depois para o de Steve.
Meu namorado tinha trago consigo duas alianças. E após o pedido de namoro, ele me deu de presente assim que acordei, enquanto amamentava minha pequena menininha. Então, pela primeira vez eu usava uma aliança com Steve, e pelo visto, ele iria me assumir publicamente.
Claro que ele sabia que eu não podia me expor tanto, por conta dos meus pais me acharem, porém principalmente, com Anelisie aqui. Mas prometi ir em eventos importantes com ele.
Voltando ao nosso café da manhã...

- Gente, o apartamento tem três quartos. Um meu e do Steve, e a Stela pode dormir com a gente. -falei, picando uma banana para fazer a minha salada de frutas.
- Eu divido um quarto de boas com o Leo. -Lissa disse.
- Ah eu gostei deles. Posso dividir com vocês?
- Claro! -Lissa concordou animada- A gente coloca três camas, ou junta todo mundo numa só! -nós três gargalhamos.
- E o quarto que sobrou vai ser da Stela! Ela é sua filha, e logo, logo vai crescer.
- Só de imaginar, já fico de cabelos brancos.

A manhã fazendo novos planos para a nova casa foi bem produtiva. Stela chorou pela fralda suja, mas o pai babão que ela tinha foi correndo ao seu chamado. Ouvi gargalhadas de Leonardo e fiquei tensa só de imaginar o que quer que Steve esteja fazendo com a menina.
No período da tarde, contratamos um caminhão e fomos no carro de Leo até o nosso apartamento. Lissa tinha percebido a aliança, mas não comentou com todos. Mal pude comemorar seu silêncio. Ela chegou gritando na casa nova e comentando sobre o fato de nós dois estarmos de alianças. Claro que para eles, assumimos nosso namoro.
Mal sabia eu que seria a melhor coisa da minha vida, ter Steve como namorado.

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