Você já teve a impressão de que algo está faltando?
E embora tudo esteja aparentemente bem,você continua triste sem saber o motivo?
Já perdi a conta de quantas vezes saí na rua com um sorriso no rosto e um vazio na alma.
Nunca fui boa em começos, n...
Acabei caindo da cama com o meu despertador particular gritando, mas conhecida como dona Helena. Me levanto do chão, vou no banheiro escovar os dentes e aproveito para tomar banho, saio do quarto, chego na cozinha e encontro minha mãe com uma cara horrível, cruzes!
- Finalmente, achei que iria ter que subir lá com um balde com água de novo.
Comenta com um sorrisinho no rosto. A olho de cara feia e falo:
- Nem pense em fazer aquilo de novo dona Helena, eu achei que estava morrendo afogada. Afinal o que é tá urgente que não pode esperar eu dormir mais um pouco.
Falo com meu ótimo humor matinal.
- Bom talvez o fato que vamos nos mudar hoje e não tem nada arrumado seja um bom motivo pra acordar a donzela.
Reviro os olhos e vou tomar meu café, que se resume em misto quente e Nescau com leite. Quando termino, subo para meu quarto e começo a arrumar as minhas coisas. Já passa das 12:30 estou morrendo de fome, decido descer e vê o que tem para comer. Chego na cozinha e vejo minha mãe tirando uma lasanha do forno. Quase chorei quando senti aquele cheiro maravilhoso. Corri e pus um prato digno de um batalhão, comi tudo e fui ajudar minha mãe a organizar o resto da casa. São exatas 18:00 horas quando colocamos a última caixa no carro, estou morta, e só de pensar que temos que arrumar tudo isso na outra casa tenho vontade de morrer.
-Ei mocinha vá tomar banho quero chegar cedo, na nossa nova casa.
Disse minha mãe atrás de mim toda sorridente. A olho e sorrio fraco.
- Vou sentir falta daqui. Vivemos bons momentos nessa casa.
- Sim princesa, mas novos começos fazem bem a todo mundo.
Sorrio e a abraço, ela sempre fez tudo por mim, me crio sozinha e nunca poupou esforços para por um sorriso em meu rosto. Não sei nada sobre a família de minha mãe, e muito menos a do meu pai. Na verdade não sei de nada da vida que minha mãe levava antes de mim ter. Nunca foi por falta de pergunta, afinal eu sempre tento descobrir algo sobre seu passado, mas ela sempre parece triste e com medo, como se tivesse pavor que eu descobrisse algo sobre o sua antiga vida ou sua família, sendo que também é minha família. Apesar de ter me criado sozinha dona Helena fez um ótimo trabalho, e eu serei eternamente grata. Saio de seu abraço e entro em casa, subo e tomo meu banho, quando saio pego a única peça de roupa que separei, olho ao redor e vejo tudo vazio, e penso que é assim que me sinto, já sofri muito, com coisas que a maioria das pessoas não são nem capazes de imaginar, já caí e me levantei mais vez do que posso contar, mas nunca fui de lamentar.Sou grata a todas as pessoas que me derrubaram pois depois de cada queda me levantei mais forte, sou grata a cada cicatriz que sempre me lembram de nunca cometer o mesmo erro. A dor me fez crescer e construir muros ao meu redor para que eu não venha ser atacada novamente, na maioria das vezes me sinto segura, mas também sinto como se estivesse presa em cadeias que eu mesma construí e não importa o quanto eu grite ninguém é capaz de me ouvir, e os que ouvem parecem não entender.
- Chega desse pensamento Sofia, ou você vai acabar ficando louca.
Digo pra mim mesma e saio do quarto. Chego na sala e vejo minha mãe saindo com suas malas. Depois de cinco minutos ela volta com um grande sorriso no rosto e fala:
- Vamos Sofi, está na hora.
Sorrio e respondo
- Claro!
Saímos da casa e entramos no carro,coloco o sinto e observo a minha mãe fazer o mesmo, ela sorri e dá partida. Olho pela janela e vejo a casa que morei desde pequena ficar para trás. Todas as lembranças, os sorrisos, as lágrimas e os sofrimentos,tudo deixado para trás e por mais que eu não quisesse chegou a hora.
Hora de deixar o passado no lugar dele e recomeçar.
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