Sofia Narrando:
- Tá levando tudo? - Minha mãe me pergunta pela milésima vez.
- Sim mãe. - Falo enquanto desço as escadas com a minha mala.
- Então vamos, se não você vai acabar perdendo esse ônibus. - Ela fala e sai andando até a garagem.
Se você não está entendendo nada deixa eu te explicar. Ontem o Lucas me "intimou" a ir na viajem, porém eu recusei e sai andando, como somos vizinhos o idiota me acompanhou até em casa e fez questão de falar a mesma coisa, só que dessa fez na frente da minha mãe, acho que você já sabe o que aconteceu,né?
- Tome cuidado e não faça nada que eu não faria. - Minha mãe fala parando o carro em frente à escola.
- Então não farei nada. - Falo em um tom irônico e recebo um beliscão. - Ai! Eu só tava brincando. - Falo enquanto passo a mão no meu braço agora dolorido.
- Promete que vai ficar bem? - Ela pergunta e eu balanço a cabeça em concordância. Ela sorrir e me abraça.
Sei que esse fim de semana vai ser um pouco difícil pra ambas, nós nunca passamos mais de uma noite separadas. Confesso que esse era um dos motivos pelo qual eu não queria vim, ainda mais por tudo que aconteceu nos últimos dias. Ver o seu passado caindo de paraquedas na sua vida não é algo muito simples de lidar.
- E a senhora? Vai ficar bem? - Pergunto assim que nos afastamos.
- Claro que vou. - Ela fala se ajeitando no seu acento. - Vou aproveitar esses dias pra me aproximar mais dos meus pais. - Fala com um grande sorriso. - E se você me chamar de senhora de novo eu te dou outro beliscão. Onde já se viu eu nova desse jeito. - Ela fala tentando fingir irritação e começo a rir. - Agora sai logo desse carro,que eu quero aproveitar minha liberdade.
- Falando assim até parece que consegue viver sem mim. - Falo enquanto vou até o banco de trás pegar minha mala. Dou a volta no carro e minha mãe sai do mesmo ficando ao meu lado.
- Eu te amo. - Ela fala e beija minha testa. - Não fume, não beba, não engravide e o principal volte viva.
- Pode deixar. - Falo sorrindo, ela retribui o sorriso e entra novamente no carro. - Mãe, não coloque fogo na casa.
- Não prometo nada. - Com essa frase e um sorriso divertido no rosto ela vai embora.
Me viro para escola e já consigo ver um ônibus parado na frente, respiro fundo e vou caminhando na direção do mesmo, assim que me aproximo dou de cara com um bando de adolescentes.
- Sofia ainda bem que chegou, estávamos só esperando você. - Aurora fala e vêm caminhando apressada na minha direção. - Vamos, coloque sua mala ali. - Ela fala indicando um local com uma grande aglomeração de bagagem.
- Está certo. - Caminho até o local e coloco minha mala lá, como ela mandou, volto ao lugar que estava e foco minha atenção na fala da professora.
- Bom alunos agora que todos chegaram vamos partir. Quando chegarmos lá eu darei mais informações. - Aurora fala e caminha até o ônibus.
Sou uma das primeiras a entrar e sigo até o último acento, me sento e coloco meus fones. Depois de alguns poucos minutos sinto um ombro tocando o meu, me afasto sem ao menos me dar o trabalho de olhar para pessoa ao lado. Depois de pouco segundo sinto um dos meus fones sendo tirado do meu ouvido.
- O que diabos você está fazendo?! - Pergunto um pouco irritada enquanto me viro pra encarar o indigente ao meu lado.
- Qual o motivo de tanto estresse princesinha? - Refiro os olhos assim que encontro o idiota sentado ao meu lado.
- Ah Lucas, tanto lugar vazio e você vêm sentar justo aqui. Por que não vai procurar outra pessoa pra perturbar? - Falo enquanto puxo meu fone de sua mão e coloco novamente em meu ouvido.
- E ficar sem sua maravilhosa companhia? Claro que não. - Ela fala tirando meu fone novamente e colocando em seu ouvido. - Até que você tem um bom gosto. - Reviro os olhos e o ignoro.
Já se passaram trinta minutos que estamos a caminho e nesse momento estou em um dilema, o Lucas está dormindo, mas esse não é o problema, o problema é o cabeção está babando em cima do meu ombro. Nesse momento estou em discussão comigo mesma, a minha parte anjo quer que eu deixe o pobre coitado dormir, já minha pequena demônia está me dizendo seriamente pra empurrar o idiota e deixar que ele bata a cabeça na janela. Confesso que a segunda opção me parece melhor, porém eu sou um ser humano muito bom, por isso resolvo fazer uma boa ação. O ônibus parou por conta do semáforo e como estamos do lado do sol à luz está batendo bem na cara do idiota e pelo que me parece ele vai acordar a qualquer momento, o que é uma pena já que ele é tão mais legal dormindo, pensando nisso e afim de me dar mais alguns momentos de paz, resolvo fazer mais uma boa ação e coloco minha mão na frente do seu rosto, bloqueando a luz, antes de fazer esse ato de "afeto" olho pro lado pra ter certeza que ninguém está vendo aquela cena. Assim que o ônibus começa a andar eu espero alguns segundos e retiro minha mão.
- Não precisa tirar, eu estou confortável assim. - O Lucas fala com a voz um pouco rouca.
- Folgado. - Falo e empurro sua cabeça.
Ele ia responder, porém o ônibus parou e a Aurora se levanta.
- Galera já chegamos, desçam devagar e cada um pega sua mala e leva pra dentro. - Ela mal termina de falar e eu já fico em pé.
Desço do ônibus e fico de boca aberta quando me dou conta de onde estou. Eu deveria ter lido aquele maldito papel que o Lucas me deu, se solbesse que viríamos pra cá jamais teria aceito. Quando fui embora a alguns meses atrás prometi a me mesma que jamais voltaria e que jamais olharia pra trás. Porém aqui estou eu mais uma vez levando uma surra da vida.
"Recomeçar é estar disposto a pular de paraquedas nesse grande mistério que carinhosamente chamamos de vida."
Oi gente, tudo bem?
Fiquei um bom tempo sem postar e isso graças à falta de tempo, não sei quando vai sair o próximo capítulo, mas tentarei postar o mais rápido possível. Espero que tenham gostado desse capítulo e eu garanto que o próximo terá muitas surpresas.
Até o próximo capítulo e muito obrigada por todo carinho. 💕
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Recomeços
RomanceVocê já teve a impressão de que algo está faltando? E embora tudo esteja aparentemente bem,você continua triste sem saber o motivo? Já perdi a conta de quantas vezes saí na rua com um sorriso no rosto e um vazio na alma. Nunca fui boa em começos, n...