Capítulo VI

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Sofia narrando:

Estou andando pelos corredores, hoje minha mãe teve uma emergência no hospital e acabou me trazendo mais cedo, só têm algumas poucas pessoas por aqui e como não conheço ninguém resolvi andar um pouco pela escola. Fui até a parti de trás e observo um lindo jardim, resolvo ficar alí um pouco, me sento atrás de uma árvore. Escuto vozes chegando mais perto, não ligo muito, e continuo alí até que a voz começa a se alterar permitindo que eu escute a conversa.

- Você é um traste, que nunca vai ser capaz de amar ninguém. Eu poderia ter te dado mais Lucas, eu poderia ter te dado todo o amor do mundo mais você não quis.

Diz uma voz melosa e pelo jeito a menina está chorando.

- Têm razão eu nunca vou amar ninguém pelo simples fato de não querer. E você se apaixonou porque quis, eu nunca senti nada por você, você foi apenas mais uma a passar pelas minhas mãos. Mais uma que não passa de uma cadela que só serve pra brincar de vez em quando.

O idiota do Lucas fala e a menina chora ainda mais. Eu estou horrorizada ,como ele têm coragem, sei que têm muita gente que transa sem compromisso, mas qual a necessidade de pisar assim em alguém?

- Eu odeio você Lucas, odeio. Eu não sei como fui tão burra a ponto de caí nas suas garras.

Ele solta uma risada e fala

- Não se preocupa gata, logo aparece outro pra brincar com você, afinal é só pra isso que você serve. Brincar e jogar fora. Há e não esquenta você sempre foi burrinha mesmo.

A menina saí correndo e o idiota fica lá fumando como se nada tivesse acontecido. Depois de dez minutos apreciando seu cigarro ele levanta e saí, espero mais uns cinco minutos e saio também.
Chego na sala e vejo a Lua sentada em sua cadeira.

- Bom dia Sofi, onde estava?

Luana me pergunta, fazendo cara de desconfiada.

- Bom dia, estava atrás da escola, no jardim.

- Sozinha?

- Sim. Quer dizer, o idiota do Lucas tava lá junto com uma menina, ele tratou ela como se fosse lixo. Deu até pena da menina.

- Eu não tenho nem um pingo de pena. Essas meninas são tudo oferecida, e sabem muito bem onde estão se metendo quando vão pra cama com o Lucas.

Ela fala, quando ia lhe responder o professor chega e começa a aula. Fico boa parte da aula pensando no que a Luana falou. Por uma parte ela está certa, eu cheguei aqui faz dois dias e já percebi que o Lucas não presta, então imagino que essas meninas saibam o mesmo. Mas por outro fico com pena, afinal você não manda no coração,e ninguém merece ser tratado daquela forma. Olho pro Lucas e observo ele esta dormindo encostado em seus braços, parece tão calmo e sereno. Ele falou com tanta raiva com aquela garota, parecia que tinha certeza que todas as mulheres são iguais e merecem ser tratadas como lixo. Pensando nisso uma raiva começa a mim dominar, eu sei bem o que é ser tratada como lixo, principalmente por pessoas como o Lucas.
O sinal acabou de tocar, nos avisando que está na hora do intervalo.
Saio da sala junto com a Luana e vamos direto para cantina,como o Rafa faltou hoje, comemos sozinhas, mas não teve problema, pelo contrário foi muito bom, pude conhecer a Lua melhor. Ela nasceu no Canadá, mas acabou se mudando para o Brasil. Assim como eu, carrega uma longa bagagem nas costas.
Conversamos um pouco mais sobre nossas vidas, até que o sinal toca.
Voltamos para sala e as aulas seguem normalmente.

Saio da escola junto com a Lua e vamos que nem duas doidas cantando e dançando as músicas que tem na playlist dela, que por sinal eu conheço todas.
Chegamos na rua dela, nos despedimos e sigo até minha casa.
Chego em casa, tomo banho e desço pra comer alguma coisa. Passo perto da geladeira e vejo um bilhete com um número, viro o mesmo e está escrito:
"Filha esse é o número de um restaurante que entrega a domicílio, peça algo pra você comer. Tenho reparado que está se alimentando muito mal mocinha.O dinheiro está em cima da geladeira
Beijos mamãe."

Reviro os olhos e vou ligar para o restaurante, peço o prato executivo do dia e vou para sala assistir qualquer coisa até a comida chegar.
Vinte minutos depois tocam a campainha, pego o dinheiro e vou atender a porta. Pego a comida e vou comer. Como tudo estava ótima. Subo até o quarto e vou me deitar um pouco, estou muito cansada hoje.
Acordo às 15:00 horas e escuto um barulho lá em baixo, decido descer pra vê o que foi.
Chego lá em baixo e vejo minha mãe.

- O que faz em casa tão cedo?

Pergunto, afinal falta duas horas para o plantão dela acabar.

- Como cheguei mais cedo, acabei saindo cedo também. Vou tomar um banho, tô morrendo de calor.

Ela fala e já vai subindo as escadas.

Estou lendo um livro, quando eacuto uma batida na porta.

- Pode entrar.

Falo guardando o livro.

- Sofi eu estou com vontade de fazer um bolo, você não quer me ajudar?

Fala minha mãe colocando apenas a cabeça para dentro do quarto, ele está parecendo uma criança assim. Sorriu e respondo.

- Claro, já estou indo.

Falo já levantando da cama e prendendo o cabelo.
Desço as escadas e vou direto para cozinha. Chego lá e ela já está separando os ingredientes.
Dez minutos depois, já estamos brincando de jogar farinha uma na outra, estou toda melada, mas não ligo para isso, nesse momento eu e minha mãe estamos parecendo duas crianças, nesse momento parece que ganhar a guerra de farinha é mais importante do que qualquer outro problema. Gosto de me sentir assim, me sentir criança. Nesse momento não estou ligando para minha roupa ou cabelo, pois viver o momento é mais importante que a minha aparência. Quantas pessoas por aí não estão deixando de viver os momentos, deixando de conviver com as pessoas ao seu redor porque é mais confortável ficar no seu quadrado, desejando que cada vez mais o tempo passe, pensando que o amanhã será melhor.
Viva cada momento, pois eles não voltaram. Aproveite cada pessoa enquanto elas ainda estão ao seu lado, pois você não sabe quando partiram.
Aprenda a viver cada momento como se fosse o último, sem se importar com fotos, aparências ou status. Apenas Viva.

Recomeçar é aprender a viver.

Mais um capítulo gente, espero que estejam gostando

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Até o próximo capítulo!

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