Capítulo V

186 58 125
                                    

Sofia narrando:

Finalmente as aulas chegaram ao fim, não aguentava mais ficar sentada naquela cadeira.
Arrumei minhas coisas e saí da sala junto com a Luana.
Fomos até a sala do Rafael e esperamos ele sair, depois seguimos até a saída.
Passamos perto de um carro e vê o idiota do café quase engolindo uma garota. Observei a cena e não contive a minha revirada de olho. A Luana e o Rafael olham na mesma direção que eu.

- Vai se acostumando Sofi, todo dia temos essa versão pornô de beijo aqui na frente. O Lucas é o maior cafajeste dessa escola, já pegou quase todas as garotas daqui e depois simplesmente as trata como lixo.

A Luana diz e pela sua voz e expressão ela está com tanto nojo quanto eu.
Não é como se eu fosse uma puritana que nunca viu ou deu um beijo, mais aquilo não era um simples beijo, eles estavam quase transando na frente de todo mundo.
Passei direto pela cena e segui com a Lua e o Rafa até em casa, descobri que eles são vizinho e moram duas ruas antes de mim.
Cheguei em casa, tomei banho e vesti um pijama.
Desci e fui comer o resto da pizza de ontem.
Estava assistindo um filme qualquer na Netflix quando sinto meus olhos pesarem e acabei dormindo.
Acordei meia desnorteada com um barulho dos internos,de onde diabos está vindo isso?
Levanto da cama e saiu do quarto. Chego na sala e percebo que está vindo da casa do vizinho, um idiota está tentando tocar bateria. Abro a porta e quando vejo já estou batendo na porta do vizinho, o barulho é tanto, que quase derrubo a porta para ele me ouvir.

- Não faz nem um dia que nos conhecemos e você já está batendo na minha porta princesinha?

Fala a última pessoa que eu esperava vê alí. E lá está ele,o idiota do café com aquele sorrisinho cínico que dá vontade de arrancar da cara dele.

- Na verdade vim mandar você parar de bater nesse negócio. Eu estou tentando dormir.

Falo já irritada.

- Perdão por incomoda-la minha querida vizinha, mais não irei parar os incomodados que se mudem. E a propósito adorei o pijama.

Ele fala e fecha a porta na linha cara.
Olho pra minha roupa e percebo que estou com um pijama super curto, sinto meu rosto queimar de vergonha e corro para casa.
Faz uma hora que aquele infeliz, está tocando aquela bateria,eu não aguento mais estou quase subindo pelas paredes,decido sair um pouco ou vou acabar ficando louca.
Subo até meu quarto, troco de roupa e vou andar um pouco.
Estou andando a cinco minutos até que encontro uma sorveteria.
Estou sentada tomando meu sorvete e um garoto com uma aparência oriental com o olho puxadinho senta na minha frente.

- O que uma garota tão linda faz sentada aqui sozinha?

- O que se faz em uma sorveteria?

Ele sorrir e caramba como ele é lindo!

- Uol!! Gostei de você. Qual seu nome?

- Sofia e o seu?

- Felipe

- Felipe? Pensei que teria um nome oriental.

Falo meio decepcionada e ele começa a rir.

- Eu sou brasileiro, meu pai é coreano e minha mãe brasileira, eles se casaram e eu acabei nascendo aqui.

Sorri e embarcamos em uma conversa bem agradável. Quando olhei já era quase 18:00 horas, minha mãe já deve ter chegado.

- Tenho que ir Felipe, foi bom conversar com você.

Falo já me levanto, ele se levanta junto e fala:

- Mais já? Fique mais um pouco.

- Não posso, minha mãe já deve ter chegado, tenho mesmo que ir.

- Tudo bem, até mais Sofia.

Ele me dá um beijo na bochecha e se afasta.

- Até mais.

Me despeço e volto para casa. Chego e vejo minha mãe estacionando o carro.

- Posso saber onde a senhorita estava?

Pergunta assim que me vê.

- Na sorveteria que tem aqui perto.

Ela me olha desconfiada e fala:

- Vamos entrar que ainda temos muita coisa pra fazer.

Quando ela fala isso, tenho vontade de morrer, ontem a noite arrumamos só o básico, já que teríamos que acordar cedo hoje.
Meio a contra gosto entro em casa,ela vai tomar banho, enquanto vou lavar a louça. Minha mãe optou por não ter empregada já que nos passamos um bom tempo fora de casa e ela não confia deixar uma estranha aqui sozinha, todo sábado uma diarista vêm limpar a casa, nós só fazemos mantê-la durante a semana.
Termino de lavar a louça e vou fazer o jantar, não cozinho tão bem quanto a minha mãe, mas dá pra comer. Faço panqueca, jantamos, e depois arrumamos algumas caixas que estavam espalhadas pela casa. Depois de algumas horas terminamos tudo.
Acabei de tomar banho e estou penteado o cabelo. Olho para janela e posso vê as primeiras estrelas no céu, o sol já se pôs e deu lugar a escuridão. Olhar o céu sempre mim confortou, lembro de ficar horas o  observando. Minha escuridão sempre pareceu menos perto do mesmo, e de certa forma isso me confortamava. As vezes nós achamos que temos os maiores problemas do mundo, que os nossos monstros interiores são maiores e muito mais tenebrosos do que o de qualquer outra pessoa, isso as vezes faz você ter pena de si mesmo. Faz você pensar que pela sua dor ser maior você tem direito de julgar a dor do outro, e não têm, você não sabe o que ele tá passando, ou o que já passou, você não sabe dos sentimentos e pensamentos que ele têm, pelo simples fato de não ser ele.
Por isso sempre que estou mal, sentindo que meus monstros querem mim dominar, sentindo que meus problemas são maiores que eu mesma, busco olhar para o céu, quando faço isso me sinto pequena perto de toda aquela imensidão, logo os meus problemas também são pequenos.
Desvio os olhos do céu por um segundo e foco na janela da casa ao lado, e percebo o Lucas olhando para a imensa escuridão a cima de nós.
Parece que assim como eu o idiota também tem monstros dentro de si.

Recomeçar é sabe domar monstros.

Oi gente, espero que estejam gostando

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Oi gente, espero que estejam gostando.
Não esqueçam de curtir, comentar e divulgar o livro.

Até o próximo capítulo!

RecomeçosOnde histórias criam vida. Descubra agora