Capítulo XI

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Sofia narrando:

A tarde com o Lucas foi melhor do que eu esperava, ele consegue ser uma pessoa legal quando não está ocupado sendo um idiota. Como sempre eu estrago tudo e começo a chorar perto dele. Uma simples frase e todas as lembranças voltam, não aguento mais viver o passado, porém por mais que eu queira nunca serei capaz de esquece-lô, a vida me deixou marcas eternas ou melhor eu as deixei.
Como se meu dia já não estivesse mais estranho, o Lucas fez algo que realmente me surpreendeu.
Ele me abraçou, uma semana me perturbando em cada oportunidade, e no final ele me abraça, e por incrível que pareça eu não me afastei, pelo contrário eu retribuiu, e acho que aquele abraço foi o passaporte que minhas lágrimas precisavam para vagar dos meus olhos até o ombro do garoto ao meu lado, molhando toda sua camisa.
Eu me odeio por isso, mas naquele momento desejei nunca mais sair dali, estava me sentindo acolhida e mesmo sem dizer uma palavra, sentia como se ele entendesse perfeitamente minha dor.
Como nem tudo são flores minha mãe chegou, e como sempre me fez passar vergonha. Depois de todo o interrogatório da dona Helena, o Lucas foi embora.
Assim que o garoto se foi tive que responder outras mil perguntas sobre quem era o
" bonitão" sentado ao meu lado no sofá.

Outro dia:

Estou tendo um sonho maravilhoso com um panda montando um unicórnio, até que o maldito toque do meu celular me desperta, resolvo ignorar mais quem quer que esteja do outro lado da linha é bem insistente. Estico o braço e pego o celular que está em cima do criado mudo. Atendo sem nem olhar de quem se trata.

- Alô

Falo com voz rouca de sono.

- EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ AINDA ESTÁ DORMINDO DONA SOFIA.

Tenho que para de atender sem olhar quem é. Principalmente se for a Luana do outro lado da linha, ou irei ficar surda mais cedo ou mais tarde.

- Luana é domingo qual o problema acordar tarde?

- QUAL O PROBLEMA? EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ ESQUECEU SOFIA. NÓS COMBINAMOS DE IR AO SHOPPING.

- Desculpa Lua, eu realmente esqueci.

- Eu chego aí em trinta minutos e espero que você esteja pronta.

Ela fala e desliga, sem nem me dá tempo de responder.
Corro para o banheiro e faço minhas higienes aproveitando para tomar banho. Saio do banheiro e sigo para o closet. Hoje o dia está quente, então decido pegar um vestido soltinho preto e uma sapatilha vermelha.
Escovo meus cabelos e desço as escadas, assim que chego no último degrau a campainha toca. Vou até a porta e encontro uma Luana emburrada.

- Eu não acredito que você esqueceu.

Reviro os olhos.

- Ainda bem que tenho você para mim lembrar. Não é mesmo?

- Eu odeio você Sofia, eu sou uma pessoa tão calma mas você consegue me estressar.

- Conheço bem sua calmaria.

Falo sarcástica e dou passagem para ela entrar.

- Bom dia filha!

Fala minha mãe descendo as escadas.

- Bom dia mãe. Essa é a Luana, uma amiga da escola.

- Bom dia Luana, é um prazer te conhecer.

Minha mãe fala toda sorridente.

- Bom dia dona Helena.

- Sem essa de dona querida, não sou tão velha.

Minha mãe fala sorrindo, e nos arrasta para cozinha mesmo eu e a Lua falando que não precisava se incomodar com café, mas quem disse que dona Helena escuta alguém?
Tomamos café e chamamos um táxi para nos levar ao shopping. O carro chega e seguimos até o nosso destino.

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