A Cardiologista e o Primeiro Tenente

Capítulo 18

Maratona 2/5

ANTONELLA

Antonella: O que você ta fazendo aqui?- eu disse parando na porta.

Matheus: Acho que eu trabalho com seu irmão né princesa- ele disse cruzando as pernas.

Antonella: Hum, avisa a ele por favor que deixei isso pra ele aqui- disse colocando o café sobre a mesa e saindo sem olhar pra ele.

Matheus: Como você quiser- ele sorriu- Por que não foi ontem à noite ?- ele disse se inclinando pra frente da cadeira.

Eu parei na porta e olhei pra ele.

Antonella: Aonde?- eu disse franzindo a testa.

Matheus: Na casa do seu irmão... Ele não te chamou ?- ele disse fazendo cara de surpreso e logo fez uma cara de quem tinha lembrado algo- Ah, esqueci que você não gosta muito da Renata e companhia, desde aquela social que ela deu em cima do playboy que você tava... Inclusive , ela também estava com seu amigo Dom ontem, se não me engano até dormiram juntos- ele disse cínico.

Uma onda de ódio me consumiu naquele momento. Senti meu rosto formigar.

Antonella: E daí ? Não tenho nada com ele- eu menti, disfarçando.

Matheus: Achei que gostaria de saber...- ele disse debochando.

Antonella: Ainda bem que você ACHOU né- disse dando ênfase- Agora me da licença que eu tenho que trabalhar.

Sai pelos corredores querendo matar um. Tudo bem o Dom pegar outras meninas, mas a Renata? Eu me recuso. Tudo bem que não temos nada, mas pera lá né... Nem sei por que eu to com ódio disso, acho que to ficando maluca. A única coisa que posso fazer é evita-lo e deixar pra lá. Se é que isso é possível, parece que quando o vejo minhas roupas saem sozinhas. Mas vai ser melhor assim.

Entrou alguns pacientes e o dia passou corrido novamente. Minha mente não parava de imaginar o Dom e a Renata juntos , da mesma maneira em que eu estava com ele horas antes. Fiquei mexendo no celular por um tempo e minha mãe me ligou me chamando pra almoçar com ela. Topei e sai logo, antes que eu me encontrasse com o corno mal amado do Matheus. Por que ele me contou isso hein?!

ANTONELLA

Se passaram duas semanas após o ocorrido. Até me surpreendi com o Dom que mandou mensagem mas eu tava muito puta pra responder.

Hoje já era segunda novamente. Era o dia dele tirar o gesso do pé. Gelei só de lembrar. Acordei, fiz tudo normalmente e segui pro meu local de trabalho. Esse fds eu tinha visto o Maurício, mas ele tava muito ocupado porque estava fazendo residência em cirurgia geral, então tava estudando bastante. Cheguei no meu destino e cumprimentei algumas pessoas que estavam lá e fui pra minha sala. Atendi alguns pacientes e quando pensei que ele não viesse mais, ele apareceu.

DOM

As semanas passaram de carroça. Com esse pé fudido fiquei jogando a semana inteira e no celular programão. Mandei mensagem pra Doutora mas parece que tem alguém que não quer falar comigo. E nem sei o porque. Mas hoje eu vou descobrir porque vou tirar essa porcaria do meu pé.

Acordei, fiz minha higiene e fui tomar café com os mlks. Falei com eles e logo depois fomos. O Andrada já tinha trazido meu carro pra cá, então fui no meu mesmo. Fui resolver umas paradas do quartel mesmo mancando e depois fui até a sala da marrenta. Ela foi a única na história que não respondeu uma mensagem minha. E isso me deixa extremamente intrigado.

Percebi que saía um cabo de seu consultório e que o próximo seria eu. Nem bati na porta , entrei direto.

Antonella: Achei que não viesse mais- ela disse sem olhar pra mim.

Dom: Você achou mesmo que eu estou gostando de estar com isso aqui ?- disse mostrando o gesso.

Antonella: Vai saber, você é estanho- ela disse seca.

Tinha algo errado, essa não era a Antonella que eu conheço.

Dom: A gente transa, curte um momento legal, te mando uma mensagem, você não me responde e o estranho sou eu?- eu disse irritado- Ta certo mesmo- eu disse debochando e ela continuou seria.

Antonella: Me desculpa, não é nada com você... Só tive uns problemas durante a semana e acabei não ficando muito ligada à celular e tudo mais- ela me olhou -Então, vamos tirar isso ai- ela disse se levantando sorrindo pra mim.

Ela tirou o gesso, limpou e me ajudou a pisar novamente e a colocar o sapato.

Antonella: Prontinho, tá novo em folha- ela disse se afastando.

Dom: tava na hora- eu sorri aliviado- vou ter que ir nessa, depois a gente se fala- ela balançou a cabeça e sorriu sem mostrar os dentes.

Estranho. Mas levantei e fui em direção à porta. Lógico que eu queria agarrar ela ali mesmo e saber o porque da putaria, mas resolvi ir embora mesmo. Mulher é foda.

ANTONELLA

Ele veio, tirei o gesso e eu simplesmente não falei nada. Não queria que ele pensasse que eu era uma louca que nem bem tinha ficado de boa com ele estivesse arrumando encrenca. Mas que deu vontade de esmagar o pescoço dele só de saber em que ele ficou com aquele enfeite de quarto de bruxa que é a Renata. Me sentei por uns segundos e logo depois o Pierre veio na minha sala.

Pierre: Tonton, tá podendo falar agora ?- ele disse abrindo a porta.

Antonella: Claro, entra ai- eu sorri pra ele.

Pierre: Então, esse final de semana eu tava pensando da gente ir acampar na praia , fazer uma trilha, acender uma fogueira... Ficarmos good vibes esse fds- ele riu.

Antonella: Era o que eu estava precisando, preciso demais relaxar- eu disse sentando na mesa.

Pierre: Então tá fechado, vou chamar a Giulinha também e na sexta mesmo nós iremos , ta tudo ok ?- ele disse animado.

Antonella: Fechado- eu pisquei e ele foi até a porta.

Pierre: Ah- disse se virando- O Dom também vai, algum problema ?- ele disse me encarando.

É claro que tinha, todo o problema do mundo né.

Antonella: Não- eu respondi rapidamente, ele sorriu e saiu.
Meu Deus , eu e o Dom dormindo no "mesmo" lugar. Já estava pirando só de imaginar.