Capítulo 22

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ANTONELLA

Estávamos indo em direção ao pessoal quando me deparo com o Pierre. Rapidamente solto minhas mãos da do Dom e o Pierre sorri.

Pierre: Achei que tivesse acontecido alguma coisa- ele disse aliviado- Mas esqueci que minha irmã está na companhia de um Primeiro Tenente do Exército e está tudo sob controle- ele riu olhando pra nós.

Dom: Sempre tá no controle né Tonton?- ele disse passando seu braço envolta do meu pescoço e sorrindo.

Concordei com a cabeça e fui andando na frente dos dois. Ele não tinha ficado a piranha da Renata então... Mais uma vez o Matheus se enfiando onde não é chamado. Ainda vou tirar essa história a limpo.
Cheguei perto da Giulia e contei toda a situação pra ela. Inclusive as mentiras do Matheus. Ela tentou me acalmar, mas isso soa como um pedido para que eu fique ainda mais nervosa.

Terminamos e a trilha e eu fui direto pra minha barraca pegar as coisas pra tomar um banho. O pessoal caiu na água, mas eu preferi ficar sozinha. Tomei um banho bastante demorado, pensei em algumas coisas e sai. O tempo já tinha ficado meio nublado então o pessoal já tinha saído um pouco da água. A Giulia tava no colo do Pierre, o Matheus e a Luiza, Dom e a Renata, sentados um pouco mais distante.

Ela fala e ele só assentia com a cabeça. Passei sem falar com ninguém e me deitei um pouco na minha barraca. Droga, um bichinho tinha me picado. Mas não deveria ser nada além de um mosquito.

Acabei cochilando e acordando depois com a Giulia me chamando pra ficar com eles. O cheiro do álcool era forte. Acabei achando graça dela toda atrapalhada e me juntei a eles. Eles tinham colocado um som em uma caixinha e estavam todos dançando e bebendo. O Dom já estava bastante animado. E a Renata que nem carrapato na cola dele. Olhei pra ele, mas logo desviei o olhar. Peguei uma bebida também, uma garrafinha de Skol beats estava friozinho então eu coloquei o casaco e voltei. Acabei bebendo mais do que eu deveria.

Eu já estava dançando sozinha, rindo a toa junto com a Giulia. O Dom me olhava e eu o provocava dançando, sorrindo maliciosamente. Até que o Matheus passou na minha frente e eu não desperdicei a chance. Saí arrastando ele pra um lado da praia, mais vazio e todos ficaram olhando com cara de espanto.

Ele me olhou surpreso, achando que eu o chamei pra gente se pegar, ele veio todo se insinuando e eu dei um tapa nas suas mãos que tentavam envolver minha cintura.

Antonella: Tira as mãos de mim seu ridículo- eu disse empurrando ele- Só quero te dizer que não é pra você entrar no meu caminho com as suas mentiras e loucuras você ta entendendo ?- eu disse brava porém soando meio bêbada.

Matheus: Você ta bêbada Tonton, mal sabe o que fala- ele disse irônico.

Antonella: Sei muito bem o que falo- eu disse olhando sério pra ele- Não vou mais aturar você e as suas mentiras idiotas- eu disse me aproximando dele e levantando um pouco meu dedo indicador- Você entendeu ?

Ele engoliu seco e eu sai, em direção ao outro lado da praia me afastando da onde estava o pessoal.

DOM

A Antonella saiu carregando o Saraiva pra longe e por um momento achei que ela fosse da moral pra ele. Fiquei observando de longe e ela parecia muito brava com ele. Aquele mané merecia mesmo. Logo depois ela sumiu, nos fazendo perder de vista. Ele voltou pra onde nós estávamos com o rosto avermelhado de ódio e a Giulia me olhou espantada. Ela veio em minha direção.

Giulia: O que foi aquilo ali- ela disse com os olhos arregalados- Eu disse pra ela não falar nada, mas ela é teimosa- ela disse dando um gole na bebida- Vou atrás dela- ela disse saindo de perto de mim e eu segurei o braço dela.

Dom: Não precisa, deixa que eu vou- ela tentou contestar mas eu a impedi- É sério, eu vou. Além do mais vocês são duas mulheres sozinhas nessa praia deserta, o que não acho legal- fiz uma cara de reprovação a fazendo concordar comigo.

Sai em direção aonde a Antonella tinha ido. E parecia que longe. Andei um pouco e ela estava sentada, olhando o mar. A lua refletia na água e iluminava o lugar. Uma visão extremamente perfeita.
Parei por uns segundos atrás dela que logo percebeu e me olhou.

Dom: Posso te fazer companhia ?- eu disse olhando pra ela e ela balançou a cabeça.

Me sentei ao lado dela e senti um cheiro de bebida.

Dom: Acho que alguém bebeu demais ai hein- ela me olhou de cara feia e eu ri.

Antonella: Ah cala a boca- ela disse me empurrando- Se veio pra cá pra ficar me irritando, é melhor voltar e ficar com a sua amiga Renata e me deixar aqui- ela disse olhando pra frente.

Dom: Uol, calminha- eu disse rindo e alisando o seu cabelo.

Ela continuou sem me olhar.

Dom: Vamos voltar pra lá ?- eu disse me debruçando sobre minhas pernas.

Antonella: Eu não quero- ela disse meio lento- Quero ficar aqui- ela me olhou nos olhos. Se quiser voltar, pode voltar, eu fico bem- ela sorriu sem mostrar os dentes.

E eu a beijei. Dessa vez não com rapidez, desejo e fogo. Somente a beijei, explorando cada parte da sua boca. Sem pressa. Eu acariciava seu rosto e ela colocou as mãos sobre a minha nuca.

A Cardiologista e o Primeiro TenenteOnde histórias criam vida. Descubra agora