Capítulo 45

9.7K 600 42
                                    

Dom: Que porra de história é essa que você vai se mudar?- ele disse batendo a porta com força.

Antonella: Calma tá ?! Muita calma nessa hora porque eu ia te contar, eu estava esperando a hora certa- eu disse tentando levantar da cadeira.

Dom: Calma Antonella ? Caralho... Você diz como se você fosse mudar de apartamento né?- ele estava extremamente bravo e suas veias ficavam extremamente visíveis.

Antonella: Eu não queria te contar sem saber pra onde eu iria, o quanto tempo eu ficaria... eu queria te contar tudo certo. Mas infelizmente não saiu como eu planejei- eu disse triste- quem te contou isso ?

Dom: Seu pai, eu fui na sala dele e ele me perguntou se eu já estava sabendo e olha que lindo, EU NÃO ESTAVA SABENDO- ele disse me olhando.

Antonella: Que droga! Você deve tá achando bastante fácil pra mim não é mesmo? De uma hora pra outra eu recebo uma notícia dessas, com a minha vida toda estruturada... Deve ser bastante fácil não é mesmo?- eu disse debochando.

Ele tava muito irritado e deu um soco na minha mesa, eu me assustei.

Dom: Depois a gente conversa ta ?- ele disse indo em direção à porta.

Antonella: Dom, espera- eu disse tentando impedir.

Dom: Antonella, depois a gente conversa ta legal ?- ele disse sério e saiu.

Burra, mil vezes burra como se já não bastasse isso, o Dom tinha que me odiar justamente agora.

Ele saiu da sala e eu fiquei ali, feito idiota tentando entender a burrada que eu fiz. Não demorou muito e eu tive que me recompor pra poder atender os pacientes.
Eu estava ali mas minha mente estava no Dom, eu precisava conversar com ele, a gente tinha que se entender.

Deu a hora do almoço e eu corri pra sala dele. Bati na porta e ele disse um "entra" sem muito ânimo.

Antonella: Posso falar com você ?- eu disse parada na porta.

Dom: Entra ai- ele disse meio seco.

Eu entrei e me sentei, e ele continuou sério sem me olhar.

Antonella: Tá, eu sei que eu errei em não ter te falado nada, sei que foi muito vacilo e eu não escondo isso... Mas eu não sabia como lidar com isso ta legal? Eu não queria chegar pra você e dizer uma coisa que em segundos poderia mudar tudo- minha voz começou a ficar embargada.

Dom: Mas eu te pedi pra você me contar, porra, me senti um otario- ele me olhou.

Antonella: Eu sei, você tem razão. Mas não foi a minha intenção, eu só não queria ter que te encarar, e nem se quer pensar que tudo isso que a gente tem vivido ter um prazo sabe ? É tudo novo pra mim, me perdoa- eu disse com os olhos cheios de lágrima e ele ficou pensativo por um instante.

E quando ele ia falar algo, alguém bate na porta e era o Pierre.

Pierre: Estamos precisando de você lá fora Tenente- ele me olhou e acho que sacou o que estava rolando.

Dom: To indo- ele disse levantando da mesa e sussurrou pra mim- Depois a gente termina isso.

Aquilo só me deixou mais angustiada e cheia de aflição. O que me restava mesmo era esperar. Sai da sala e fui almoçar com a Giulia, precisava de um pouco de apoio dela, ela sempre sabia o que dizer e além do mais me distraía.

DOM NARRANDO

Eu estava irritado, magoado e chateado com tudo isso e nem sabia o que fazer. Tailândia por um ano? Era demais pra mim.

Andrada: Ela te contou né ?- ele disse olhando pra baixo.

Dom: Na verdade foi o seu pai- eu disse sem olhar pra ele.

Andrada: E tu ficou bolado por isso né ?!- ele disse olhando pra mim.

Dom: Claro, eu pedi a ela pra não me esconder e ela me esconde uma parada dessa- eu disse irritado.

Andrada: Porra, eu sei que é foda, mas tenta ver o lado dela... Antonella sempre dá uma de independente, mas o máximo dela ficar longe da família foi 1 mês e olhe lá, ela é muito ligada ao sentimentos dela, e te garanto que ela só te escondeu porque estava procurando uma maneira melhor de te falar. Além do mais, se você a ama, não deveria perder tempo brigando com ela, até porque vocês não tem muito tempo juntos- ele me olhou sério e eu fiquei sem resposta.

Ele tinha razão, cada um reage de uma forma e ela teve os motivos dela. Assim como eu tive os meus pra ficar puto. Mas não podia deixar que isso atrapalhasse o que eu sentia por ela. Resolvi uns problema com os soldados que estavam lá e voltei pra minha sala , mas ela não estava mais lá.

Fui almoçar com o Andrada e ficamos trocando ideias, conversando sobre tudo, mas a minha mente só ia na Antonella. Resolvi mandar uma mensagem pra ela marcando um jantar, a gente precisava conversar e esclarecer as coisas.

Voltei pro meu serviço e as horas passaram normalmente, nem rápido demais e nem devagar.

ANTONELLA

Sai da sala do Dom e fui me encontrar com a Giulia. Uma coisa que era pra me ajudar só piorou, a Giulia chorou rios e eu também.

Logo depois recebi uma mensagem do Dom pedindo pra encontrar com ele no mesmo restaurante daquele dia, o japonês. Combinei tudo certinho e voltei pro consultório.

Eu iria no início de novembro e só tinha mais um mês aqui... Só de pensar eu tinha vontade de morrer por isso.

Fui pro consultório e atendi mais alguns pacientes e logo depois fui pra casa. O jantar tava marcado pra 20h e eu resolvi malhar um pouco , porque liberava toda minha raiva.

Depois fui pra casa e me arrumei correndo. Eu tava mais básica hoje pois estava sem animo. Peguei minhas coisas e fui em direção ao restaurante. O trânsito tava mais ou menos então cheguei lá umas 20:40 e o carro do Dom já estava lá. Minha perna tremia só de pensar no que a gente iria resolver, se a gente iria acabar...

Passou um filme na minha cabeça e eu desci do carro, com as pernas falhando, mas desci.

Fui entrando naquele restaurante com o coração na boca. De imediato não achei, acho que o nervoso acabou me cegando até que olhei pra cima e ele estava lá, sentado e tão pensativo que nem notou a minha presença.

Subi as escadas tremendo e ele me viu, sorriu meio que sem graça e eu fui ao encontro dele. Ele me desestrutura inteiramente, algo de louco. Fui sorrindo em direção à mesa.

Dom: Escolhi a mesma mesa daquele dia porque imaginei que fosse a que você mais gostasse- ele disse sorrindo.

Antonella: E você acertou- eu sorri nervosa.

Dom: Então mocinha, acho que a gente tem muito pra conversar , não acha ?- ele disse colocando as mãos sobre a mesa e me olhando.

Antonella: Com certeza- eu sorri sem mostrar os dentes- E acho que eu tenho que começar essa conversa antes de tudo- eu olhei pra ele que me encarou apenas concordando com a cabeça.

A Cardiologista e o Primeiro TenenteOnde histórias criam vida. Descubra agora