Capítulo 2: Novas amizades.

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O som emaranhado estava irreconhecível dentro da cabeça de Barry. Ele havia recobrado a consciência, e pouco à pouco foi abrindo os olhos. A visão embaçada logo foi voltando ao normal, e quando acordou totalmente, se viu sentado numa viela.

Ainda meio sonolento, olhou a sua volta, e ao levantar a cabeça, vê um homem alto, forte, negro, com roupas sociais e com um óculos que combinava com sua cara diplomática, o encarando.

— Está tudo bem? – O homem o questionava.

— Ah, sim. Obrigado por perguntar. Mas como eu vim parar aqui?

— Eu vi você desmaiando no meio da calçada. Se eu te deixasse ali, você seria preso por perturbar a ordem na cidade. 

— Só por desmaiar? Mas que cidade mesquinha do caramba.

— Não esquenta, isso é só na parte rica da cidade. A parte pobre é esquecida por todos, até por Deus.

— Muito obrigado então. Qual é o seu nome? – Barry disse ao se levantar dificultosamente.

— Eu me chamo Maykon, prazer.

— Barry.

— Só por curiosidade, você é novo na cidade, não?

— Sou sim. Cheguei hoje.

— E onde você está se instalando? – O homem se mostrava estranhamente curioso.

— Ainda não pensei nisso. Não é nada que eu precise me preocupar.

— Como não?? Se você dormir na rua, pode esperar para ser levando em cana. E gente nova nos bairros mais perigosos... não lhe recomendo.

— Ah, claro. Tá tudo dando certo desde que eu cheguei aqui. – A irritação em sua fala demonstrava a tamanha frustração que sentia.

Maykon dá uma risadinha sarcástica, e não pôde deixar ele na mão, principalmente numa cidade como aquela.

— Não pude deixar de notar sua situação. Se você quiser, eu arranjo um lugar para você ficar, por enquanto.

— Sério? Eu não tenho como lhe pagar, nem retribuir.

— Não esquenta com isso.

— Ah cara, eu fico muito agradecido.

— Venha comigo, por favor.

A viela dava acesso a um estacionamento, onde um carro prata estava estacionado. Maykon aperta um botão do seu chaveiro e o carro faz plim plim. Em seguida, os dois entram no carro, porém Barry estranha um pouco como era estar dentro de um veículo. A primeira coisa que ele faz é abrir a viseira de sol, vendo no reflexo o seu cabelo branco e seu rosto sem imperfeições. Depois abriu o porta luvas, onde ele avistou uma Glock.

— E... isso aqui é pra quê? – Perguntou, inquieto.

— Não se preocupe. Nessa cidade, temos que ter um meio de nos proteger, não importa como.

— Tá bom então... – A desconfiança ainda batia em seu peito.

Maykon ligou o carro e partiu junto com um acompanhante desconhecido.
A viagem durou em torno de uma hora e dez minutos. Desde que saiu daquela parte da cidade, era possível ver claramente a diferença entre a situação social.

Os prédios agora se tornaram humildes casas de madeira. Os carros que antes se viam belos e civilizados estavam estavam depenados. As pessoas bem vestidas foram trocadas por pessoas com roupas rasgadas, com maioria delas passando fome. Barry se incomodou, mas Maykon parecia estar acostumado com tal realidade.

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