Capítulo 3: A cidade em que não se podia viver.

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A calçada suja, preenchida por lixo e insetos daquela parte da cidade estava sendo marcada pelos passos de Barry, que mantinha passos constantes enquanto murmurava.

— Mas que merda. Minha capa está completamente suja depois de me esconder naquele córrego.

Após ter fugido da gangue a qual acabara de matar o chefe, andava tranquilamente por aquela região pobre.

— E eu levei um monte de tiro lá, mas tô inteiro. Nem surti os efeitos. Isso só tem uma explicação. – Barry faz uma pausa dramática. — Eu devo estar na Matrix!

Mas após pensar mais um pouco...

— Nah, com certeza não é isso. Aliás, era pra eu saber o que é Matrix? Tanto faz.

Ele continou andando, e enquanto via pessoas circulando, comércios precários tentando sobreviver de alguma forma e adolescentes vestindo uniformes indo para suas escolas; e enquanto observava tudo isso, a manchete de um jornal que estava estacionado em uma banca lhe chamou atenção.

"Meses após o acidente em Nova Fonte, pessoas envolvidas influentes no projeto começaram a ser assassinadas em Unit City. Policiais afirmam que vigilante desconhecido trajando uma armadura negra tenha sido culpado dessas mortes", junto com uma imagem da cidade.

Unit era uma das cidades vizinhas. Uma cidade podre, comandada pela máfia. A única esperança daquela cidade fora depositada naquele misterioso vigilante.

— Unit... parece ser uma cidade interessante. Talvez eu tenha sorte de me encontrar com esse tal vigilante.

Ao ver a data de publicação da notícia, descobriu que estava em 17 de novembro de 2031.
Barry: 2031? Tá, isso não interfere em nada, mas eu esperava algo como... 2004? Sei lá.

— Aí vagabundo! Vai ficar só olhando ou vai comprar? – O comerciante daquela pequena banca surgiu irritado.

— ... – Confuso, ele olha a sua volta. — Está falando comigo?

— Não, tô falando com a puta que te pariu. Saia logo da minha frente, moleque.

— Foi mal. Tô indo já. – Sem delongas, Barry se afasta da banca. Porém logo percebe a aproximação de dois homens encapuzados contra o senhor que o expulsou dali. Ao observar, vê um deles sacando uma pistola e apontando para o senhor comerciante, que não percebe os dois ali.

— Passa o dinheiro, velho! - Fazendo o senhor virar assustado.

— P-Perdão, eu não tenho nenhum dinheiro comigo.

— Vai lá verificar. Se não tiver nada, pega qualquer coisa que vale pelo menos um centavo. – Ordena ao companheiro, que entra dentro da banca.

— Por favor, não... Eu tenho filhos pra criar. – O senhor implorava, com os olhos lacrimejantes.

— Todo mundo aqui sobrevive do seu jeito, panaca.

— Assaltar não é uma maneira justa de sobreviver. Tirar de alguém que precisa é ser a escória da sociedade. – Barry o surpreendeu, o encarando por trás dele.

— Quê? – O assaltante que o olhava de canto de olho agora lhe apontava a arma. — O que você pensa que está fazendo?!

— Poxa, você deveria pelo menos agradecer a lição de moral.

Barry segura a pistola ao mesmo tempo que bate no pulso do assaltante, roubado a arma. Os dois assaltantes se espantam, agora que estavam desarmados.

— Vazem daqui logo. Já lidei com muitos problemas em um dia só.

Os dois não perdem tempo e saem correndo dali. Barry suspira e se volta para o comerciante.

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