Capítulo 15: Sem arrependimentos.

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Barry dormia não tão tranquilo aquela noite. Era impossível saber que tipo de pesadelo horripilante o atormentava, já que toda vez que dormia, era perturbado por assustadoras realidades; mas mesmo assim, ele não parava de tentar adormecer tranquilamente.

Porém Sophie sempre estava ao seu lado, o acalmando quando precisasse. Sua presença em si era o principal remédio que ele tinha, e também o único. O que lhe fazia suportar tudo que o acometera até ali.

Naquele horário matutino, ela despertara um pouco mais cedo que habitualmente. Contudo, ao perceber a agitação de seu parceiro durante o sono, decidiu recostar suavemente sua cabeça em seu tronco. De um êxito mágico, sua perturbação se esvaía instantaneamente. Numa situação corriqueira como aquela, Sophie percebeu o quão confortável e quentinho o tórax dele era. Foi tão atrativo que ela enrolou seus braços em seu entorno, e não conformada apenas com isso, se deitou por cima dele. Pode não parecer, mas foi de um conforto incrível para ambos. A pequena estatura e corpo esguio sempre era um ponto bom em Sophie.

Mas não demorou muito até continuar sendo atraída, então começou a subir gradativamente, até sua respiração tocar o rosto de Barry e passar suavemente seus lábios molhados pelo pescoço dele. Todos os tipos de sensações que Sophie sentia estavam a flor da pele. Ela estava prestes a fazer algo que poderia ser considerado crime se Barry não deixasse; porém seus pensamentos foram interrompidos quando ele a segurou fortemente pela garganta numa reação descontrolada.

— A-Apesar de gostar disso, a-acho que não foi a intenção, foi? – Disse ela, com uma breve dificuldade.

— So-Sophie?! Oh céus, perdão. – Falou ao soltá-la instantaneamente. — Não foi minha intenção.

— Tudo bem. Foi outro pesadelo, né?

— É... – Sua resposta demonstrava o quão desolado estava.

— O que foi dessa vez?

— Eu não me lembro... Mas eu senti aquela sensação de novo. – Se referia a sensação de morte que tinha toda vez, não só nos sonhos. — Eu estou sempre tão grudado morte, mas nunca parei de temê-la.

— Não se preocupe docinho. Você não vai morrer tão fácil assim. – Ela, agora deitada ao seu lado, fazia um cafuné nele para acalmá-lo.

— Não é só com a minha morte que eu me preocupo.

— Você é um fofo. – Ela concluía com um sorriso bobo pintado em sua face. Em adição, passava agora os dedos médio e indicador em seu peito ao invés de seus cabelos. – Por falar nisso, eu queria discutir isso contigo.

— Que eu sou fofo? – Ele indagava sem entender.

— É um dos pontos. Mas a priori, eu queria falar sobre nós dois.

— Tá bem... – Ele se assustava um pouco, devido a falta de seriedade que ela tratava esse assunto todas as vezes que falaram sobre.

— Nós dois somos parceiros a praticamente um mês. Desde sempre fomos melhores amigos e passamos por coisas bem intensas juntos. Sempre nos ajudamos e nos divertimos. – Ela não conseguia disfarçar a excitação ao falar isso, nem tirar aquele sorriso incitante — Eu refleti um pouco e cheguei a conclusão que esse tipo de relação apenas pessoas bem próximas tem, e sendo bem direta, acho que podíamos elevar isso pra melhor.

— Espera, espera. Você está dizendo que quer ter um relaciona... – Ela afirmava mesmo antes dele terminar a frase.

E ele não conseguiu terminar. Ficou vermelho como um pimentão no exato momento. Os seus olhos desviavam tentando achar um ponto para se esconder, mas não tinham.

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