Capítulo 17: Efeito passageiro.

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Gênesi passara um pouco mais de dois dias para retornar para seu cafofo. Havia perdido mais uma moto de Sophie. Se ela não tivesse tamanha coleção, era melhor ele se preocupar um pouco com sua situação.

Seu lar estava minimamente sujo, pois ele não limpava ali há algum tempo; em contrapartida, não tinha vontade de realizar qualquer atividade que levaria a sujar o local.

Ali, seus pensamentos limitados pelo cansaço e estresse se embaralhavam. Ele não fazia ideia do que fazer. As gangues estavam devidamente unidas; o prefeito com uma proteção irremediável.

Ele se largou no sofá, soltando um suspiro de cansaço.

— Mas que... – Ele dizia para si mesmo. — situação que eu me meti.

Mantinha seu corpo esparramado pelo móvel. Sentia vontade de derramar lágrimas, mas nada chegava ao menos em seus globos oculares que há tanto eram deturpados por uma latente raiva. A única coisa que queria fazer naquele momento era se esconder, de tudo e todos.

Ainda desesperançoso, passou as mãos pelo rosto, para tentar despertar o cérebro. Em sequência, ele se levantou até uma pequena geladeira, mas que não chegava a ser um frigobar. Era um dos eletrodomésticos que ele nunca dera importância. Aliás, ao olhar bem, ele percebeu que nunca se tocara que ali haviam mais móveis que sequer sabia que estavam ali. Mas em foco, abriu a geladeira e de lá retirou um bolo comido por um pouco mais que a metade. Sophie havia o comprado um pouco antes de partir.

Num ato de refúgio mental, se assentou a mesa para se deliciar com aquele doce o qual gostara tanto da última vez que experimentou.

Delicadamente, pôs um pedaço em seu prato, para logo depois levá-lo a sua boca. Mas seu aguçado paladar não sentiu sabor algum. Seus olhos arregalados não puderam analisar sua situação. Ele continuava insessantemente, colocando cada vez mais daquele alimento em sua boca, mas a única coisa que sentia era o desgosto de si mesmo. Aquilo cortou o vazio que o habitava, e não numa maneira benéfica. Ele pegou a guloseima em desespero e jogou com violência na parede.

Ainda com essa ânsia latente, ele se voltou a procurar nas estantes e gavetas a maleta com a substância que conseguira há tempos atrás. Restavam apenas 5. Mas não fez muita diferença. Gênesi pega um o injeta sem se segurar. Mas após o líquido entrar totalmente em seu ante-braço, não houve reação nenhum. Nem mesmo ele sentiu alguma mudança mínima em seu corpo.

— Merda... – Disse, realizando o processo mais uma vez. — Não surte mais efeito...!!

E de novo, ele joga o que está em sua mão para qualquer lugar onde ele pudesse descontar, e logo lançou um berro aos ares. E então, depois de toda essa sequência de acontecimentos, e retorna para o lugar de onde não deveria ter saído, o sofá.

— Isso é... AGH!! – Não tinha palavras pra mensurar o que estava sentindo. — Se eu pudesse acabar com tudo isso de uma vez...

Ele estava começando a perceber que não podia lutar contra seu próprio destino.

Porém, logo seu momento tranquilo acabaria. Gênesi não percebeu, mas sua base estava cercada pelos agentes da VERO. Ele só se tocara quando as paredes laterais foram destruídas simultaneamente, junto com a entrada de diversos soldados unidos.

Antes que pudesse levar os disparos, se escondeu, após o susto, atrás do sofá, que se mostrava inútil em parar os projéteis.

Os soldados entravam destruindo e pisoteando qualquer coisa que viam pela frente. E todo aquele barulho ensurdecedor enlouquecia Gênesi. Os ciclos sempre vinham e todos eles eram fodidos demais pra cabeça dele.

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