Capítulo 21: Um bom dia para ser forte.

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— Então, o que vai ser? – Gênesi indagava seu inimigo, o qual caíra do céu sem explicação aparente. Porém, o androide não retrucava nenhuma só palavra, talvez porque não tivesse dispositivo para saída de som. — Deixa eu adivinhar então. Você provavelmente é o inimigo mais forte que eu vou enfrentar, então nem armas nem lâminas podem te ferir, não é isso? É claro que é.

O androide não se precipitou e avançou, numa velocidade quase não vista, golpeou a cara de Gênesi numa potência que o fez capotar no chão, abrindo a pavimentação do local. Ele só foi parar quando bateu num prédio, com a face pingando sangue. O fone quebrou, logicamente, mas Gênesi, o próprio, levantou com um sorriso no rosto. E na mesma velocidade do androide, partiu para abatê-lo também.

Os dois começaram a trocar socos, porém ambos tinham uma percepção apurada para aparar os golpes. Se não isso, a carcaça do androide era mais impenetrável do que qualquer outra coisa já vista por Gênesi antes. E os leves cortes e hematomas feitos na pele de Gênesi logo se regeneravam.

De repente, um soco de afundar a cara no chão vindo de Gênesi atingiu a "nuca" do inimigo, que mesmo sendo duro na queda, não era capaz de absorver o impacto. Foi com tudo em direção ao chão, mas antes de alcançá-lo de fato, Gênesi deu-lhe um pontapé rigoroso e bem dado, levando o robô aos ares. Só que esse logo se recompôs em meio ao ar e pousou já avançando contra o jovem herói, com as duas lâminas a frente. Gênesi correu na direção do inimigo como resposta, botando os braços para trás em busca de mais agilidade.

Ao se chocarem, o androide cortou lateralmente com as duas lâminas, porém Gênesi deslizara com os joelhos por baixo, o agarrando pela "cintura" e o levando com um impulso a bater na lateral de um prédio. Mas quando acertaram o edifício, o robô, numa só cotovelada na lombar de Gênesi, fez rachar o chão ao fazê-lo cair. E ainda assim, o androide agarrou-lhe e com uma força descomunal que parecia simples para ele, o jogou para cima, aproximadamente uns 50 metros.

Enquanto Gênesi subia incontrolável, o androide, de maneira inexplicável, subia correndo pela lateral do prédio, numa velocidade também inexplicável. Então, quando alcançou Gênesi, o agarrou pelo braço e virou com tudo no edifício. Como se não fosse o bastante – o que na verdade não era, pelo menos não para matar Gênesi – ele ainda o pegou pelos cabelos e começou a martelar sua face  naquela parede de concreto. O sangue parecia ser uma nova pintura a medida que ia se espalhando.

Porém, durante o intervalo das batidas, se alguém estivesse ali pra ver, veria o sorriso ensanguentado que estava no rosto de Gênesi. Logo após, ele interrompe os golpes empurrando a cabeça do robô contra a parede também, e em seguida, se agarra no braço dele para virar uma joelhada em sua cara, quebrando a parede do prédio, levando os dois a entrarem no edifício já vazio.

O androide se recupera fácil, então parte pra cima de Gênesi com as lâminas em mãos, e o herói desviava os golpes com as costas das mãos ao bater com as costas das mãos nos respectivos punhos do robô. E numa dessas, Gênesi aproveitou para segurar as mãos do robô e ficar frente a frente com ele.

— Você é duro na queda. Veremos quem sai dessa hoje. Mas antes, vamos deixar a luta justa. – Gênesi disse logo antes de dar uma cabeçada no "crânio" do androide, dando uma leve desnorteada. Imediatamente, o jovem segura nos cabos das lâminas e dá uma voadora onde é considerado o peito do humanoide. O robô fora obrigado a soltar as armas quando foi empurrado pelo golpe, e também nem viu quando Gênesi o agarrou na cintura novamente de tão rápido que o movimento foi, assim o levando mais uma vez a bater na parede, porém dessa vez, a parede em questão quebrou-se no impacto, fazendo-os cair do 26° andar. E em meio ao ar, o androide conseguiu socar o herói e assim se soltar.

Ambos, quando caíram afastados, se recuperaram rapidamente. Novamente, avançaram violentamente um contra o outro, pois a luta não podia cessar. E mais uma vez, eles bateram de frente, e o androide conseguiu sair na vantagem ao defender o soco alto de Gênesi e acertar-lhe um gancho na barriga, e o golpe se estendeu até jogá-lo no chão. Depois de fazê-lo bater a coluna bruscamente, ainda o jogou para frente, fazendo com que ele fosse numa velocidade absurda e batesse num outro prédio, que cai no momento do colisão.

No entanto, enquanto o prédio caía, Gênesi voltou na mesma intensidade dos escombros e agarrou o androide. Ambos saíram rolando, atrelados um ao outro. Gênesi conseguiu sair na frente e assim que se pôs por cima do inimigo, começou a socar de todas as maneiras, alternadamente ou consecutivamente. Todavia, mesmo tendo seus impactos, os ataques não tinham efeito para vencer aquela batalha. Foi assim que o androide conseguiu desviar e num movimento rápido, chutar a panturrilha de Gênesi e envolvê-lo com seus braços. De repente, um tipo de propulsor é acionado pelo androide, então os dois sobem até os céus, até tocarem as nuvens. O robô não soltava o encapuzado, que tentava o máximo que podia.

E quando começaram a cair, não demorou até estarem em alta velocidade, uma que eles já se acostumaram. O androide planejava esborrachar com Gênesi no chão. Já ele, planejava acabar com tudo aquilo ali.

No meio daquele vento cortante, ambos braços de Gênesi se enrijeceram, e a coloração azul envolveram as veias mais uma vez. Com isso, ele se soltou facilmente dando uma cotovelada no que lhe envolvia. Quando virou-se para ele, durante a queda, deu-lhe algumas cabeçadas até sangrar a sua própria.

— O Gênesis chegou pra você, cuzão!!

E o herói acerta-lhe um soco no "abdômen" do androide, com toda aquela potência que adquiriu durante o restante da queda. Quando atingiu o chão, uma cratera se formou uma nuvem de poeira. Sem falar de todo o impacto ao redor e dos prédios que caíram em sequência.

Quando a poeira abaixou, o braço de Gênesi novamente estava estilhaçado por dentro, mas pelo menos os fios vitais dentro do androide estavam em sua mão. Ele os arrancou e o robô finalmente desligou.

— Merda. – Mesmo com a vitória em sua frente, ele virou os olhos para o estrago que fez a sua volta. — Tenho que aperfeiçoar mais. – Disse ao apoiar o braço completamente roxo.

De qualquer forma, com destruição ou não, a vitória era dele, mas não por muito tempo.

Fim do capítulo 21.

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