1. Aquele com bem-vindo ao meu mundo

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"Tudo é por liberdade e prazer,
nada é para sempre.
Todo mundo quer governar o mundo"
Tears for fears
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Quando me dei por vencida, convencida de que minha mãe não desistiria de me chamar, joguei o travesseiro contra o pôster da minha boyband favorita, vulgo: One Direction. Abri meus olhos, me sentei na cama como alguém que sofria de uma ressaca e com meus olhos lutando contra a vontade de se fecharem, coço os meus olhos, e então sai em direção ao banheiro, ouvindo outro grito de minha mãe.

Eram poucas as vezes que ela me acordava aos gritos.

Logo depois de me vestir, desci a escada de piso vinílico em direção à cozinha. Enquanto descia, amarrei meu cabelo em um meio rabo de cavalo. Chegando a cozinha, vejo que meu pai está sentado à mesa forrada com uma toalha de mesa com flores de diversas cores, ele segurava uma xícara que dizia "melhor pai do mundo" - eu dei a ele quando tinha uns dez anos -, com café quente, até consigo ver o vapor saindo da xícara, ele já está usando seu uniforme da polícia o distintivo dourado brilhava em seu peito, minha mãe está de costa para ele, usando um avental branco enquanto fazia alguma coisa no fogão, provavelmente algo para meu pai levar para o trabalho.

─ Bom dia ─ Falo enquanto me sento a mesa, e coloco o leite em minha tigela e em seguida o cereal colorido, meus olhos vagavam pelo rótulo atras da caixa de cereal que indicavam do que ele era feito.

─ Anos fazendo a mesma coisa todas as manhãs ─ Meu pai falou quando notou algo que eu fazia desde pequena: comer e focar meu olhar em qualquer coisa, até mesmo o rótulo da caixa de cereal.

─ Certas coisas nunca mudam.

Falei e então seus lábios se iluminaram em um sorriso que mostrava até a sua covinha direita.

Quando estava terminando de comer meus cereais, ouvi a buzina da Ranger Rover Evoque de Joey, rapidamente terminei de comer e antes de subir para meu quarto e pegar minhas coisas, minha mãe veio até mim e pronunciou:

─ Querida, ontem assinei a folha de demissão no trabalho. ─ Começou ─ Mas não é de todo mal. Muito pelo contrário... Agora eu posso focar na floricultura e finalmente inaugurar ela! E sabe, também não quero que seu pai cuide sozinho das despesas. Por isso, quero que me ajude com algumas coisas, tudo bem pra você?

─ Tranquilo, você me busca no colégio? ─ Perguntei já começando a subir as escadas.

─ Sim, sim ─ Respondeu ela.

Acenei com a cabeça e subi as escadas de dois em dois em direção ao meu quarto, peguei minha mochila, tirei meu celular do carregador e sai do quarto ouvindo mais uma buzina de Joey. Antes de sair de casa, me despedi de meus pais. Sai de casa andando em passos apressados, avistei o carro branco com vidros pretos do outro lado da rua e então corri para atravessar a rua, sentindo a brisa do vento de outono bater em meu rosto, fazendo com que alguns fios soltos do rabo de meu cabelo voem junto com ele e outros batem em minhas bochechas.

─ Ficou até tarde de novo assistindo série, Clair? ─ Joey falou assim que entrei no carro.

Este é o meu melhor amigo, Joey Scott. Eu o conheço desde o dia em que ele me salvou da minha crise de alergia com amendoim, ótimo jeito de começar uma amizade com alguém; quase morrendo e depois indo para a enfermaria. Ele é muito bom com computadores, seja sobre manutenção ou programação em si e ele tem a habilidade de dominar qualquer jogo virtual.

─ Não ─ Torci meus lábios, enquanto ligava o rádio. Eu estava mentindo para ele. Parei por um instante para observá-lo. Seus cabelos são na cor castanho escuro, hoje um pouco mais bagunçados do que o normal, mas o topete sempre jogado para o lado direito, seus olhos têm um tom castanho suave que às vezes me faz lembrar de chocolate. Ele está usando uma blusa xadrez por baixo de um suéter azul claro.

Love Change Us #1 || Reescrito e em RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora