Capítulo 50

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- Scarlett? - Evans gritou largando a maleta no sofá.
- Aqui no jardim! - ela respondeu com outro grito.

Ele caminhou até lá e a encontrou sentada na terra, rodeada por plantas que ele mal sabia identificar, em meio ao pequeno jardim, que crescia em pouquinho mais todo dia.
Elas, as flores, já não lhe causavam dor... não lhe lembravam a morte nem o sofrimento. Não lhe lembravam o amargo velório de seus pais... Tudo graças a Scarlett. E agora as mesmas flores que durante tanto tempo lhe transmitiam tristeza, agora lembravam ela. Sua Scarlett. Ele sorriu contente.

- Evans! - ela gritou mostrando que já o estava chamando a algum tempo.
- Humm?
- Perguntei se você está bem.
- Estou. - ele respondeu confiante.
- Ótimo, então porque não tira esse sorriso idiota do rosto e vem me dar um beijinho?

O sorriso dele aumentou.
Ele deu alguns passos terminando com a distância que havia entre eles, se abaixou e colou os lábios nos dela como uma leve carícia.

- Você é muito mazinha. - ele disse quando afastou um pouquinho os lábios.
- Sou é? - ela disse com os olhos brilhando de divertimento.
- Sim. - ele sussurrou prendendo o lábio inferior dele entre seus dentes e o puxando. Ela sorriu mais e então acariciou a bochecha dele.

Evans soube que tinha alguma coisa errada no exato momento em que sentiu a mão dela encostando nele. Sentiu algo gelado em sua bochecha e então arriscou um rápido olhar para as mãos dela.

- Você me sujou com terra?
- Não. - ela disse sem tirar o brilho de divertimento dos olhos - Isso não é terra.
- Então o que é isso? - ele disse sorrindo de forma ameaçadora.
- Um tipo de fertilizante.
- Um tipo de fertilizante? - ele repetiu juntando as sobrancelhas.
- Isso.
- Você colocou esterco em mim? - ele perguntou com a voz ameaçadora o bastante, enquanto ela apenas riu.
- Sim, de vegetais apodrecidos.

Sim ela era muito mazinha.

- Eu vou contar até dez Scarlett. Um... dois...

Com um pequeno gritinho ela saiu correndo para dentro da casa.
Quando Evans finalmente gritou o "dez", ele levantou como um predador. Aquele jogo havia se tornado um passatempo para eles durante os quatro dias que haviam se passado. E agora o caçador ia em busca da caça, a qual ele podia jurar que estava escondida dentro do quarto, debaixo da cama.
Scarlett gritou em meio as gargalhadas enquanto Evans a jogava sobre a cama e lhe fazia cócegas.

- Chega! - ela gritava enquanto ria - Para!

Evans, que também ria, afastou-se um pouco dela e foi pego de surpresa quando a morena esticava as mãos e começava a lhe cutucar as costelas fazendo-o se esquivar.

- Hei! - ele disse em forma de repreensão e lhe agarrou os pulsos, pressionando-os logo em seguida no colchão acima da cabeça dela.

Eles ainda sorriam quando o olhar de ambos se encontrou.

- Sua monstrinha. - ele brincou, ambos riram.
- Como você sabia que eu estava debaixo da cama? - o sorriso dele alargou.
- Intuiçã0. - ele respondeu - Suspeitava desde o principio que você estava debaixo da cama.

Ela lhe deu um tapa no braço e fingiu indignação.

- Isso foi injusto. - ela protestou - Você sabia onde eu iria me esconder antes de eu ter me escondido.

Ele lhe revidou com um beijo estalado na ponta do nariz.

- Da próxima vez encontre um esconderijo melhor. - ele provocou.

Ela riu e o empurrou com força com as pernas para longe. ele cambaleou e retrocedeu alguns passos quase caindo, mas foi o suficiente para que ela levanta-se da cama com um pulo e fosse em direção a porta do banheiro.

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