Capítulo 12: S.

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"Eu tô voltando pra você, meu amor.
            S."

Eu leio e releio. E leio. E releio. Acabo machucando um dos meus dedos apertando forte a flor sem nem ao mesmo perceber. Meu coração nunca palpitou tão forte e eu tenho que sentar rápido na minha cadeira por causa da tontura instantânea que eu sinto. A janela aberta faz falta agora com a falta de ar que tô começando a sentir.

Como ele entrou aqui? Ele não deve ter mais crachá ou qualquer permissão pra entrar aqui. Então como? Ele que apagou as luzes? Desde ontem ele tava testando pra entrar aqui? E as janelas? Ele abriu as porras das janelas?

Meu Deus. Ele tá aqui ainda? Tá aqui agora? É sério, eu não tô pronto pra qualquer tipo de reaproximação dele nesse momento.

Eu levanto rápido e mesmo cambaleando um pouco, segurando a rosa, mesmo machucando a minha mão eu saio rápido da minha sala, não querendo ficar ali sabendo que ele poderia estar ali também. Eu tô com medo de olhar pra trás e ver ele escondido nas sombras que a minha sala sem luz faz.

Abro minha porta e viro pra correr pelo corredor e ir até o Tae pelo menos, mas um corpo me bloqueia, me chocando contra ele e eu acabo soltando um grito, me achando em seguida, querendo me enfiar no meu mundinho enquanto abraço minhas pernas, de medo de olhar e ver que é ele.

— Jimin!! - A voz do Jungkook tá bem próxima de mim: Meu Deus, você tá sangrando?

— O que ta acontecendo? - Eu escuto a voz do Tae também ecoando pelo corredor e de repente tem vozes familiares próximas de mim e eu consigo relaxar nem que seja um pouco a minha mão e os meus braços.

— Jimin... - Jungkook tem um tom preocupado na sua voz e eu percebo que ele está agachado na minha frente: Fala comigo, o que tá acontecendo?

— Por que você tá segurando essa rosa que tá te machucando, Min? - O Tae acaba se agachando também, com o mesmo tom preocupado.

— Fala comigo, por favor! - Jungkook delicadamente segura minha outra mão, acariciando ela e isso me dá confiança pra soltar aos poucos meus joelhos e ir levantando a cabeça: Oi! - Ele sorri triste quando eu te olho.

— Ele tá aqui... - Eu acabo desviando meu olhar pro Tae que automaticamente põe sua mão na boca e desvia seu olhar pros outros meninos que permanecem em pé.

— Como assim tá aqui? Como ele entraria? Ele não pode entrar. - O Yoongi faz essas perguntas mais pra ele mesmo do que pra alguém em específico.

— É melhor descer e avisar a segurança, não? - O Jin que raramente fala com a voz séria, agora parece até outra pessoa.

Eu não quero ficar vendo eles discutindo sobre isso e é por isso que apoio meu queixo no meu joelho e fico com o olhar fixo em qualquer ponto no chão até que a mão do Jungkook que mantinha seu carinho na minha mão livre começa a me puxar.

— Vem... - Ele diz baixinho como se fosse só pra eu escutar e assim levanta o seu corpo me levantando junto com ele.

Eu seguro firme sua mão e a gente sai dali caminhando pelo corredor e indo em direção a sua sala. Fazemos esse caminho em silêncio, apenas escutando as vozes dos meninos ficando cada vez mais distante. A gente entra na sua sala em silêncio também e depois de passar pela porta eu fico olhando ao redor, procurando alguma coisa nas sombras.

— Você confia em mim? - Depois de fechar a porta ele para ao meu lado, se direcionando a mim.

— Confio. - Respondo baixinho, virando meu rosto pra olhá-lo.

— Ele não está aqui! - Sua voz firme e seu olhar me passam toda a confiança do mundo; ele continua: Vem, senta aqui. - Ele me direciona até uma das cadeiras na frente da sua mesa e eu me sento.

A Verdade Não Dita; pjm + jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora