Capítulo 22: Não, não, não, não, não, não.

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Acordo com o corpo do Jungkook enrolado no meu. Minhas pernas estão por cima das dele, mas o seu braço está por cima da minha cintura, com o seu nariz apoiado no meu ombro; os dois estão tortos na cama e eu não faço ideia de como isso aconteceu. Depois do jantar de ontem feito pelo meu pai, a gente resolveu assistir um pouco de TV com ele. Foi cansativo o estresse de ontem, então não demoramos pra dormir, mas dormimos um do lado do outro, normal, só que parece que a gente se atrai até dormindo.

Eu viro um pouco o meu rosto pra vê-lo dormindo, mesmo que torto e com o nariz amassado no meu ombro.

Ele é lindo, nunca vou cansar de pensar nisso ao vê-lo.

Passo delicadamente a pontinha do meu dedo pelo seu maxilar, subindo pra sua bochecha até acariciar suavemente seu cabelo, não querendo acordá-lo. Ele tem um sono até que pesado, então eu consigo aproveitar esses movimentos em seu rosto por mais alguns instantes.

A gente fechou a cortina ontem antes de dormir, por isso não tenho muito a noção de como está o dia lá fora, mas mesmo assim decido levantar pra ver se o meu pai precisa de alguma coisa. Me desvencilho aos poucos do corpo do Jungkook, deixando a sua mão apoiada na cama por último antes de conseguir me levantar. Faço minha higiene no banheiro e em seguida caminho pra cozinha, escutando alguns movimentos por lá.

— Bom dia! - Digo animado e sorridente, entrando na cozinha.

— Opa! Bom dia, meu filho. - Ele responde também sorridente, cortando algumas frutas na ilha central de frente pra porta da cozinha: Dormiu bem? - Me olha enquanto me aproximo de um banco dessa ilha.

— Dormi sim, muito bem, inclusive. E você? - Eu apoio meus cotovelos na bancada, olhando-o.

— Também! Claro, que não tão bem quanto você... - Ele diz com um sorriso de canto em seus lábios, deixando subentendido o que quis dizer e isso me deixa um pouco sem graça.

—  Gosta dele? - Pergunto me referindo ao Jungkook, querendo mudar o tom malicioso da conversa.

—  Você gosta dele? - Ele devolve a mesma pergunta, dividindo sua atenção comigo e com as frutas em suas mãos.

— Eu amo ele, pai. - Eu sorrio, soltando um suspiro em seguida.

— Então ele é a melhor pessoa que eu já conheci na vida. - Ele diz divertido, mantendo mais seus olhar em mim.

— Pior que ele é mesmo... - Suspiro enquanto me estico pra roubar um morango: Ele me ajudou e ainda ajuda muito em várias situações. É completamente diferente do que eu já vivi com qualquer outra pessoa.

— E olha que já teve muitas pessoas, hein... - Ele me provoca de uma forma divertida e eu quase engasgo com o morango rindo.

— Enfim... - Eu ignoro esse comentário de propósito e ele ri baixo junto comigo: Mesmo tendo muitos, eu achava que depois do Saengi eu não conseguiria mais sentir nada por ninguém. E eu não queria sentir, mas sabe quando a pessoa tem alguma coisa que te puxa pra ela? Mesmo que eu tentasse negar, eu não iria conseguir ficar longe dele.

— Isso é tão bonito, Minnie. - Esse meu antigo apelido saindo da sua boca me faz rir baixo novamente.

— E ele é adotado e coincidência ou não, sua família biológica é daqui de Busan. - Eu digo mantendo o meu olhar nos morangos que consigo roubar antes de serem cortados.

— Daqui? Caramba... - Meu pai comenta mais pra ele do que pra mim, focado nos seus movimentos: Mas espera... - Ele para o que ta fazendo e volta sua atenção pra mim: Como você falou que chama o pai adotivo dele?

— Não falei, pai... - Dou risada do seu jeito: É Jung Hajoon.

Meu pai mantém seu olhar no meu por alguns instantes e em seguida olha pro teto, parecendo pensar em alguma coisa. Eu aproveito essa sua distração pra comer os morangos que consigo.

A Verdade Não Dita; pjm + jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora