Eles nunca foram embora. (REVISADO)

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Na sala de reuniões, junto com todos os outros meninos que se sentam na mesa distribuídos como hoje cedo e, também com a presença do Jungkook na cadeira que estava vazia e portanto se senta ao meu lado, eu leio e releio o contrato que a empresa do BRS assinou com a gente para que fosse autorizado a gravação. Todos fazem o mesmo a pedido do Namjoon que intercala sua leitura com sua atenção no seu celular. Sendo que por vezes ele responde alguma coisa e em seguida joga o celular na mesa, me assustando.

Isso me motiva para encará-lo na ponta oposta de onde estou da mesa.

— Namjoon... — minha voz corta a concentração dos demais que desviam seu olhar para mim também. — O que a equipe deles disseram para você, afinal? O que a gente está procurando?

— Eu só quero saber se a gente pode por essa entrevista no ar ou não! — Namjoon tira seus olhos do contrato, correspondendo meu olhar.

— Mas por que não poderia? Eles sabem desde o início que a gente não corta as coisas que são ditas. — apoio os meus cotovelos na mesa, percebendo as cabeças ao meu redor acompanhando nossa conversa.

— Mas esse caso seria diferente, não? — Jungkook é quem chama a minha atenção ao responder com a sua cadeira ao meu lado. — Claramente está tendo um conflito entre a vontade deles e a empresa, na verdade.

— A gente não chegou onde chegamos com esse programa relevando as vontades da empresa. A gente sempre prioriza as vontades dos grupos.— o respondo diretamente.

— Mas você mesmo me disse que às vezes eles vem com um script dado pelas empresas para ser seguido e por isso dizem o que a empresa quer que seja dito. — Jungkook se ajeita na sua cadeira, a mantendo na minha direção.

— Sim, só que não é o caso desse grupo específico! Também te disse que tem empresas que não possuem mais esse controle nos grupos.

– Não parece que esse grupo é tão independente assim da empresa deles.

— Eu não estou te entendendo... — também me ajeito na minha cadeira, sustentando o meu olhar no dele, enquanto continuo. — O grupo assinou um contrato, eles vieram e quiseram falar o que queriam falar.

— Só acho que soltar essa entrevista do jeito que está vai trazer problemas para a gente. — seu olhar agora se divide entre mim e o contrato em suas mãos.

— Mas o contrato foi assinado!

— Isso não quer dizer nada para essas empresas, Jimin.

Por ainda não conseguir decifrar o Jungkook já que o conheci há horas, eu não sei ao certo de que lado ele está. Eu entendo que temos que respeitar as empresas, independente do grupo que seja, e não porque são empresas, mas sim porque simplesmente lidamos com pessoas e todo mundo merece o mínimo de respeito, então não é esse o caso. O ponto é que a gente segue os contratos, segue os desejos dos grupos, e não os da empresa. Não tem como um grupo assinar o nosso contrato e depois ainda ficarmos preocupados se a empresa vai querer que a matéria vá ao ar ou não; esse tipo de negociação tem que ser feito antes do contrato ser assinado, entre os membros do grupo e a sua respectiva empresa. Ou seja, em boas palavras, a gente não tem nada a ver com isso. Há um contrato envolvido, e estamos muito bem protegidos nesse sentido.

— Eles não vão conseguir ir contra o contrato. — digo, por fim.

— Eu só estou tentando dizer, que a empresa não deve ter ficado feliz. Acredito que vão preferir até mesmo pagar a multa do contrato do que colocar essa matéria no ar. — Jungkook mais uma vez tem a resposta na ponta da língua.

— Eles vão preferir pagar uma multa do que deixar que seus membros sejam sinceros? — eu estranho a sua linha de raciocínio e deixo isso claro no meu tom de voz.

A Verdade Não Dita; pjm + jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora