~🇫🇷~— Precisamos conversar
— Eu sei—- ela diz sentando sobre a cama e tomando um gole de café — Só que ... — ela puxa o ar — Ainda é difícil de aceitar.
— Do que você está falando? — pergunto sem entender.
— Meu pai, ele ... Ele vai se casar novamente — ela respira fundo — Eu sei que já faz 3 anos ou mais que meus pais se separaram, mas ainda é difícil aceitar que minha mãe e ele não vão estar juntos como antes, eu também sei que eu deveria ser uma pessoa madura e entender que nem tudo acontece da forma que a gente quer, mas eu só queria minha família de volta — lágrimas começam a rolar por seu rosto — Minha mãe demonstra que da parte dela, está tudo bem, mais eu sei que ela por dentro está destruída também, Sophie. Ela sempre mostrou ser forte, mas não conseguimos ser fortes o tempo todo — ela desata a chorar da mesma forma que chorou há 3 anos atrás, coloco a bandeja com o nosso café no chão e a abraço.
— Flor... Eu queria ser melhor com as palavras e saber o que te dizer, sinto muito — ela continua chorando por mais algum tempo até que para e seca os olhos com as costas de suas mãos.
— O convite chegou ontem, o casamento vai ser bem no início do próximo mês, mas ele quer que eu vá antes, para conhecer sua futura esposa, eu não quero ir.
— Você deveria ir — suspiro acariciando sua mão — Sei que é difícil, mas você poderia dá uma chance a seu pai.
— Você vai comigo se eu for? Não quero passar por tudo isso sozinha, sei que é pedir demais, mais eu preciso de você, Florzinha. Você é a única que eu posso contar — ela fala segurando minhas mãos.
— Florence, como eu poderia deixar você passar por tudo isso sozinha? Eu estou do seu lado para o que der e vier, você sempre terá o meu apoio e eu sei que sempre terei o seu, só não vai ter meu apoio quando fizer algo idiota — ela abre um sorriso — Eu irei sim com você.
— Obrigada, você é a melhor amiga do mundo — ela diz me abraçando — Florzinha, como chegamos em casa ontem? — ela pergunta mudando de assunto.
— O quê?
— Como foi que voltamos para casa? Eu acho que bebi demais, não lembro muito bem da noite passada — ela diz passando a mão na nuca — Alguém nos trouxe? Só lembro de ouvir uma voz masculina — ela diz esperando por uma resposta.
— Você está falando bobagens, será que ainda está bêbada? — digo tentando me livrar dessa conversa, sei que se ela souber que Taehyung nos trouxe, vai encher meu saco.
— Não estou bêbada, você não ia conseguir me trazer sozinha, me diz como voltamos.
— Oh... Bem... É... Nós viemos de táxi, e o taxista me ajudou a trazer você para dentro. — digo.
— Por quê você gaguejou, Florzinha? Você nunca gagueja, a menos que...
— A menos que nada, toma logo o seu café que está frio — digo impedindo que qualquer outro comentário saia de sua boca.
Após o café, ela continuou me seguindo pela casa querendo saber o que tinha acontecido na noite passada, já que sua memória parecia não estar funcionando muito bem. Apesar da dor de cabeça que ela estava sentindo, seguiu me importunando até que sem paciência a puxei até o seu apartamento colocando ela lá dentro e fechando a porta.
Pela tarde vou até a faculdade resolver os últimos detalhes da transferência, já que como mudei de cidade, tinha que mudar a faculdade também.
— Trouxe tudo que pedimos, Senhorita? — a senhora da coordenação me pergunta.
— Sim, senhora. Está tudo aqui — entrego tudo que haviam me pedido, ela analisa cada parte e digita algo no computador — Está tudo certo agora, senhorita, nos vemos em alguns dias. Tenha um bom dia.
— Obrigada, senhora. Tenha um bom dia também — sorrio e saio da sala de coordenação.
Caminho pelos corredores do faculdade até que encontro um sala que me chamar bastante atenção, a sala da biblioteca. Fico encantada com o lugar, possuía cabines específicas para estudos, um primeiro andar com longas estantes com diversos livros, era como se estivesse dentro do paraiso. Começo a andar e olhar em volta, indo até a parte de cima e caminhando por um corredor com um gênero específico, paro em uma prateleira com os mais diversos livros sobre a revolução francesa, devo dizer que se marketing não tivesse me atraído tanto, com toda a certeza eu teria cursado história. Sempre gostei de conhecer a história de cada país, cada revolução, como era o funcionamento das coisas em cada época, como viviam nossos antepassados, cada pequeno detalhe me deixava fascinada.
Pego um dos livros de capa dura encostando um lado do corpo na estante enquanto começo a folhear o livro em minhas mãos, as figuras tomam minha atenção me fazendo esquecer de tudo ao redor.
Me assusto quando alguém espirra perto de mim, tiro os olhos do livro, virando o rosto devagar, deparando-me com o cara que me ofereceu uma carona ontem, Kim Taehyung.
Inacreditável.
Ele me encara de volta enquanto reviro os olhos, voltando minha atenção para o livro que estava a ler, aprofundar o conhecimento sobre nossa cultura e revoluções, nunca é demais, na verdade, aprender nunca é demais. Esse era um dos lemas que procuro levar pra vida.
— Você não vai me dá um "oi"? — ele pergunta se aproximando de mim, continuo o ignorando — Sério que você vai fingir que não me conhece? — Viro a página do livro -— Durfour? — fecho o livro e volto minha atenção para ele.
— Eu não conheço você, e não falo com estranhos — o idiota sorri de lado.
— Eu não sou um estranho, conversamos ontem, te falei meu nome, te dei uma carona... — continuo a revirar os olhos.
— Para mim você é um estranho, desconhecido, alguém que nunca vi antes, uma pedra fora de órbita. Alguém que eu nem deveria estar respondendo — ele apenas rir.
— Você é mesmo uma garota interessante, Dufour. — ele dá um leve sorriso de lado — Diria que até intrigante também — ele encosta as costas na estante e segura o queixo com os dedos.
— Não me importo com o que você acha, Taehyung.
— Você por acaso saberia o nome de um estranho? — abro a boca para responder mais ele me corta — Você sabe o meu, pare de me tratar mal, só estou tentando ser simpático.
— Quem disse que quero sua simpatia? Na verdade, por que está aqui? — digo um pouco alto, ouço vários "Shi" ao mesmo tempo.
— Você deveria falar mais baixo, estamos em uma biblioteca.
— E você poderia me deixar em paz.
Encosto minhas costas novamente contra prateleira voltando a ler o livro, mais sou impedida de continuar minha leitura, por que Taehyung chega bem perto de mim, perto o suficiente para que eu pudesse sentir seu cheiro, perceber os detalhes que compunham o seu rosto e fazer meu coração bater rápido.
— O quê... — ele coloca o dedo indicador em meus lábios e me encara por meros segundos.
Ele levanta o braço e pega um livro na prateleira que eu estava encostada, sem tirar os olhos de mim, se afasta e me entrega o livro.
— Acho que iria te fazer muito bem ler esse livro, já que parece gostar da história da França — ele sai, me deixando sozinha com um coração acelerado e totalmente congelada.
Capítulo revisado!
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ONE NIGHT IN PARIS || KTH [EM REVISÃO]
Fanfiction"Não sei ao certo como Taehyung entrou em minha vida, e se tornou minha pessoa. Mas espero que ele nunca saia dela, que se tornou colorida com a sua chegada. O meu mundo preto e branco, agora tinha outro tom, outra cor ou deveria dizer várias cores...