~🇫🇷~Os dias passam rápido como uma rajada de vento durante o inverno, em um dia cheguei a uma cidade nova, longe dos meus pais, em um lugar novo, sem conhecer absolutamente nada, assustada com o que poderia enfrentar. Hoje faz exatamente um mês desde esse dia, não posso dizer que foi 100% fácil, por que não foi.
As crises longe de casa pareciam piores, já que sempre as enfrentava sozinha, o bom é que elas acabaram diminuindo dias depois da ida ao cinema. Florence ainda vinha me perturbar às seis da manhã, implorando pra eu lhe acompanhasse em inaugurações de café, ou para simplesmente ir ao museu. Nunca imaginei que ela pudesse gostar de museu, sempre achou tudo isso chato.
Mas um pequeno detalhe durante esses trinta dias, que me fazem analisar ou me deixar pensativa, é a frequência de Taehyung. É estranho a forma como ele acabou de tornando um pouco próximo.
Não próximo o suficiente, mas sempre me manda mensagens perguntando se estou bem, as vezes me chama para passear com o Yeontan — isso quando não o deixava aqui comigo, pedindo para cuidar dele.
Sentada próxima a janela do meu quarto, com uma xícara de chá de maçã em mãos, observando a movimentação das ruas de Paris, me faz lembrar que em alguns dias, retornarei as aulas na faculdade, e só pensar nisso, sinto um frio desconfortável no estômago, mas tento pensar positivo de que irá ocorrer tudo bem.
A tarde resolvo ir até uma livraria comprar alguns livros de apoio para o meu curso, já que achava que os materiais que possuo não parece ser o suficiente para o bimestre. Tenho que deixar tudo organizado até o dia da volta, confesso que me sinto totalmente nervosa com o retorno, não tive uma das melhores experiências, tenho medo que isso possa me afetar de alguma forma, sei que não vai ser muito fácil voltar, mas tenho que enfrentar e superar. Afasto os pensamentos negativos de minha mente e volto minha atenção para os livros a minha frente na estante da livraria.
— Você, você... E... Você iram com comigo agora — aponto para cada livro enquanto falo, sigo para mais dois corredores a procura de livros, passo algum tempo procurando, peço ajuda algumas vezes, depois sigo até o caixa, pago os livros que peguei, a moça do caixa os coloca em uma sacola e me entrega, saio caminhando calmamente para fora.
— Pensei que não fosse sair nunca — ouço assim que piso fora da livraria, vendo Taehyung encostado na parede ao lado, sustentando um sorriso bonito no rosto — Boa tarde, Durfour. Hoje o Tannie não veio comigo.
— Você não perde essa mania de me seguir, não é? — pergunto o encarando com os braços cruzados, segurando um sorriso.
— Veja bem — ele coloca o dedo indicado em seu lábio e olha para cima, em seguida olha pra mim — As outras vezes foram apenas coincidências, por mais que você continue a dizer que não foram. Mas hoje ... Bem... Eu realmente segui você.
— Perseguidor barato — digo o dando as costas, começando a andar.
— Qual é, Durfour? Pensei que já tínhamos passado dessa fase — ele me segue.
— O que você quer? Já disse que não vou sair com você.
— Eu não falei nada disso, mas já que sugere... — ele dá de ombros me fazendo sorrir.
— Mon Dieu, eu não sugeri nada. Deixa de ser maluco, Taehyung. — observo os dois lados da rua antes de atravessar.
Antes que eu o possa ir de encontro ao outro lado da rua, não percebo a aproximação de uma moto de repente, acabo sendo puxada para trás indo diretamente contra o peito de Taehyung. Tudo acontece muito rápido, não me atento tanto a toda aquela aproximação entre nós, já que meu coração batia de forma acelerada depois do quase atropelamento. Sinto o abraço forte do Kim em minha cintura me fazendo voltar a realidade, percebendo a posição que estávamos.
— O quê você acha que está fazendo? Me larga, seu doido — digo me soltando do seu abraço.
— Foi mal, só tentei te livrar de ser atropelada, Durfour. — ele levanta os braços rendido.
Passo uma das mãos sobre a testa respirando fundo e olhando ao redor, as pessoas ao menos haviam se tocado que uma pessoa — eu — quase havia sido atropelado. Olho para Taehyung que agora estava com as duas mãos no bolso chutando uma pedra imaginaria a sua frente. Ele ficava bonitinho com essa expressão emburrada, ainda era estranho o ter por perto, tentando manter uma aproximação rala que eu não entendia.
Por que ele queria se aproximar de mim? E por que eu não parecia querer impedir?
Não que eu odiasse a presença de homens ao meu redor, mas era definitivamente bizarro o quanto eu não repelia sua presença. Taehyung tinha algo que eu não sabia explicar, sua presença era confortável, mas ao mesmo tempo me causava um medo incomum.
Será que ele era como Thierry? Será que queria apenas brincar comigo?
De certo que nem todos os homens são iguais, mas e se?
E se ele for como Thierry?
Aquilo me assustava, eu tinha medo de tudo começar de novo, ou se repetir como um looping. Por mais sua companhia fosse agradável, eu ainda tinha um pé atrás, por que confiar nunca foi o meu forte.
— Não quis te deixar desconfortável, juro que só quis te tirar da frente da moto — ele diz ainda sem me olhar, mantendo os olhos fixos nos seus pés.
— Tudo bem, er... Obrigada — digo atraindo seus olhos para mim.
Um voto de confiança no momento, era como pisar em falso, sem a certeza estava fazendo o certo. Um mês são apenas poucos dias para conhecer alguém por completo para crer que poderia fielmente acreditar em uma pessoa. Mas algo nele me fazia acreditar que eu poderia depositar toda a confiança do mundo, então por isso respirei fundo antes de perguntar:
— Por que me seguiu e estava me esperando?
— Queria te levar a um lugar antes do início das aulas — ele diz sem os costumeiros sorrisos.
— Onde? — pergunto.
— Só vai saber se vier comigo — ele me encara, enquanto eu pondero minha resposta.
— Vai ter muitas pessoas?
— Bem, acho que pelo horário não — ele olha as horas no celular.
— Eu vou gostar?
— Só saberá se vier comigo, chéris. — o sorriso volta pra seu rosto.
— Tudo bem.
Capítulo revisado e modificado!
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ONE NIGHT IN PARIS || KTH [EM REVISÃO]
Hayran Kurgu"Não sei ao certo como Taehyung entrou em minha vida, e se tornou minha pessoa. Mas espero que ele nunca saia dela, que se tornou colorida com a sua chegada. O meu mundo preto e branco, agora tinha outro tom, outra cor ou deveria dizer várias cores...