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                                       ~🇫🇷~

Desperto do meu transe e recobro a consciência.

O que ele acha que estava fazendo quando diminuiu a distância entre nós dessa forma? Esse cara é um abusado.

Olho para o livro que ele colocou em minhas mãos de um autor francês que ainda não tinha visto, e como ele falou parecia que possuía detalhes a mais sobre como a França foi formada e dentre outras coisas.

Tiro uma foto de cada livro antes de os devolver para seus determinados lugares. Saio da biblioteca e sigo em direção a saída da faculdade. Caminho até a livraria mais próxima, entro e saio a procura dos dois livros, fico em dúvida em relação ao livro que o Taehyung havia sugerido que eu fizesse a leitura, mas acabei o comprando, juntamente com o outro. Chego em meu apartamento morrendo de fome, já que já estava meio tarde e eu praticamente havia passado a manhã e uma parte da tarde fora, coloco os livros em cima da mesa da sala e sigo diretamente a cozinha afim de fazer algo para comer.

                                   ~🇫🇷~

— Minha cabeça ainda dói, Sophie. Nunca mais irei beber na minha vida —  ouço Florence falar do outro lado da linha.

— Você disse a mesma coisa na última vez que bebeu.

— Eu estou me comprometendo de verdade desta vez, parece que minha cabeça vai explodir.

— Toma outra aspirina e vai dormir, uma hora essa ressaca vai passar — digo

— Eu vou fazer isso, você foi na faculdade hoje? — ela me pergunta.

— Sim, a biblioteca de lá é incrível — sinto um arrepio na espinha ao lembrar do que aconteceu lá.

— Livros são chatos — ela diz.

— Chata é você — digo chateada enquanto ela sorri do outro lado da linha.

— Falo com você depois, até mais Sophie.

Ela desliga, enquanto fico me perguntando como alguém consegue não gostar de livros, de ler, ler é uma arte, ler é viver, ler traz conhecimento, leitura é algo indispensável nas nossas vidas, a leitura nos leva longe.

Olho para o livro que Taehyung havia dito para mim ler em cima da mesa de centro, sento no tapete felpudo no chão ao lado da mesma, pego o livro e começo a folheá-lo.

No mesmo instante lembro de Taehyung, a forma como ele parece ser gentil, o sorriso bonito e o cheiro inconfundível. E lembrar dele, me faz recordar de outro alguém que eu queria esquecer, tanto tempo para me recuperar de algo que deveria deixar no passado, mas que simplesmente vem a tona quando alguém se aproximar de mim.

Até quando minha mente vai me castigar com isso? Por que ela faz isso?

As memórias começavam voltar aos poucos até que começo a lembrar...

"Há algum tempo atrás eu tive um grande amor, meu primeiro e único amor, Thierry Gaillard, a quem me entreguei profundamente, intensamente e completamente. Ele era alguém popular, querido por todos e todas, eu era apenas mais uma garota normal sem amigos, não sei o que vi nele, assim como não sei o que ele viu em mim, bom, pensando bem, talvez ele viu em mim alguém idiota, frágil, iludida e apaixonada, eu realmente fui alguém assim. Não sei exatamente como as coisas aconteceram entre nós, mas não deviam ter acontecido. Eu era apenas mais uma caloura na Universidade, cheia de sonhos e planos. Conheci o Thierry por acaso, era uma quarta-feira como qualquer outra, eu havia confundido novamente meu horário e andava distraída no corredor, até que acidentalmente bati de frente com alguém e derrubei meus livros no chão, me desculpei mas me esqueci das desculpas assim que o vi, ele era alto, bronzeado e tinha olhos azuis. Ele me ajudou a pegar meus livros, e disse para prestar mais atenção quando andasse por aí, eu apenas fiz um sim com a cabeça e segui meu caminho. Naquele dia, eu não consegui tirar aquele cara da cabeça, pensei nele sem parar, até sonhei com ele a noite. Florence no outro dia já tinha a ficha completa do cara, ela era minha única amiga naquele lugar, nós morávamos no campus naquela época, Thierry não morava no campus, porém, morava em um apartamento próximo a Universidade, não foi difícil para Florence conseguir a ficha dele, as pessoas da coordenação a adoravam, então facilmente ela sempre conseguia o que quisesse de lá. Eu a havia dito que não era necessário tudo isso, afinal, foi um acaso eu ter esbarrado com ele naquele dia, se tivéssemos a chance de nos ver novamente, ele com certeza não me reconheceria, e o que ele poderia ver em uma caloura estranha e esquisita como eu?

ONE NIGHT IN PARIS || KTH [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora