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                                    ~🇫🇷~

— Por favor, Sophie. Eu preciso sair e me distrair, não quero ir sozinha.

Não era sempre que Florence aparecia dessa forma para mim, a última vez que ela havia aparecido assim, foi quando seus pais se divorciaram há 3 anos atrás, nós saímos tomamos sorvete, e no fim do dia, ela chorou como uma criança, desabafou comigo enquanto eu falava que tudo iria ficar bem e que nunca iria abandonar ela.

— Tudo bem, só espera um pouco — ela entra enquanto eu corro para o quarto, para tomar um banho rápido e vestir qualquer roupa.

De fato que era totalmente estranho ver minha amiga dessa forma, rara eram as vezes em que ela ficava triste ou pra baixo. Por que Florence irradiava alegria com bom humor por onde passava, seu mal humor não existia, era como se ela fosse a minha recarga de energia.

Então vê-la desta forma me deixa totalmente preocupada por dentro, meu coração parece apertar como nunca antes. Faria o que fosse possível para devolver o sorriso alegre ao seu rosto bonito.

                                  ~🇫🇷~

Quando Florence apareceu na minha porta aquela hora, eu imaginei que iríamos comprar um sorvete, ir até a praça mais próxima e conversar, mas, em vez disso, estamos em uma fila de uma boate.

O som alto vindo de dentro começa a me incomodar, eu odeio boates, festas, ou qualquer coisa relacionadas à isso, mas hoje necessito suportar tudo  por minha amiga, que desde que chegamos não tira o sorriso — mesmo que falso e forçado — do rosto.

Fico aliviada de vê-la assim, mas ainda preciso saber o que aconteceu, porém não a iria a forçar a nada, tinha plena certeza que quando Florence se sentir confortável, irá dizer tudo. Não me vejo na obrigação de a cobrar uma explicação agora, espero que ela se sinta confortável o suficiente para me falar sobre o que aflige seu coração e a deixa tão tristonha. As vezes penso que talvez tenhamos algum tipo de ligação emocional, por que quando ela fica triste, algo dentro de mim fica da mesma forma, e isso acontece de forma recíproca.

Logo chega a nossa vez de entrar, o lugar estava totalmente lotado, o espaço possuía um primeiro andar com uma área vip separada por portas de vidro, as luzes coloridas piscavam sem parar me fazendo ficar zonza. Florence me puxa de maneira brusca, me fazendo esbarrar em algumas pessoas pelo caminho, enquanto me levava diretamente para o bar, sendo prontamente atendida pelo garçom de sorriso simpático assim que o alcançarmos.

bonne nuit, belles, em que posso ajudá-las?— ele pergunta suavemente.

— Eu quero a bebida mais forte que você tem aí —  Florence diz enquanto arregalo os olhos surpresa, a bebida mais forte que ela já havia bebido foi cerveja, pelo jeito a noite iria se encerrar cedo.

— E vous? O que vai querer? — o garçom me pergunta.

— Água, quero apenas água — ele assente dando uma volta indo preparar a bebida da flor e pegar a minha água.

Rapidamente ele volta ainda esboçando um sorriso amigável entregando nossos pedidos, logo indo atender outras pessoas. Assim que minha amiga alcança sua bebida, vira tudo de uma vez fazendo uma careta em seguida. Observo sua face se tornar vermelha junto com um sorriso enorme que parece querer rasgar seu rosto, ela apoia o queixo sobre a palma da observando ao redor até virar para mim e dizer:

— Sophie, vamos dançar.

Percebo que apenas uma dose havia sido suficiente, para que ela já tivesse com a voz diferente do normal. Florence certamente era tão fraca para bebidas quanto eu.

ONE NIGHT IN PARIS || KTH [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora