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  Um mês.

30 dias, 720 horas, 43.200 minutos e 2.592.000 segundos.

Era o tempo em que Taehyung havia se declarado para mim, e parecia ter evaporado da face da terra. É como se ele tivesse sido sugado para outra dimensão, em minha mente não havia outra explicação, já que ele não atendia chamadas e muito menos respondia minhas mensagens. 

Será que era culpa minha por não ter respondido que sentia o mesmo que ele? Eu havia o afastado de mim? 

— Tava aqui pensando, So. Se eu pintar o cabelo de rosa, vai me deixar mais bonito? 

— Sim.

Eu me sentia péssima, o medo de me relacionar com alguém novamente com toda certeza havia feito, ele perceber que deveria seguir em frente com alguém que fosse sentimentalmente resolvida. 

— Tô pensando em ficar careca, o que acha, So?

— Show. 

Não tiraria a razão dele, nem o culparia, afinal, quem iria querer alguém tão mal resolvido consigo mesmo, como eu? Exatamente, ninguém. 

E devia tá tudo bem, não é? 

— So, eu acho que vou desmaiar.

— Aham.

Mas não estava tudo bem, eu sentia falta dele, havia me acostumado com a sua presença, mensagens, ligações e tudo mais. Por mais que tentasse não me tornar alguém dependente dele na questão sentimental. 

— Taehyung tá te ligando.

— O quê? — pego meu celular com pressa percebendo que o mesmo se encontrava desligado. 

— Agora você presta atenção, Sophie Durfour? Fala o que aconteceu, sua cara de tonta tá me deixando curioso — Jackson diz largando o notebook na mesa.

Estávamos na biblioteca finalizando um trabalho para a próxima semana, porém minha mente se encontrava tão agitada nos últimos dias, que eu ao menos estava conseguindo me concentrar. 

Jackson permanecia de braços cruzados esperando que eu dissesse tudo o que passava em minha cabeça, para me manter tão fora de órbita. 

— O que foi, So? — chegou mais perto acariciando meu ombro — Você está se sentindo bem? Quer água? — sua expressão estava tão preocupada que eu me perguntei se minha cara estava realmente péssima. 

— Tá tudo bem, Jackson. — sorri fraco — É que … — respiro fundo — O Taehyung… Ele se declarou pra mim, sabe. Disse tudo que sente, e…

— É O QUÊ? — gritou, logo fazendo a bibliotecária o olhar feio — Perdão, meu amor, foi emoção demais. — piscou para a senhora que apenas revirou os olhos — Quando foi isso? Me conta direito. 

— Faz um mês — dou de ombros.

— E VOCÊ SÓ ME CONTA AGORA? — grita novamente.

— Senhor Wang, se não manter o seu tom mais baixo, serei obrigada a pedir que se retire da biblioteca. Aqui é um lugar para estudo, peço que se recomponha. — a Sra. Duarte disse baixando seus óculos. 

— Mil perdões, excelentíssima. — ele sorri amarelo. — Vem, So. 

Ele recolhe nossos materiais, me puxando para fora de onde estávamos, indo em direção a parte mais afastada do jardim, onde a sombra era maior, graças a uma grande árvore de carvalho branco que segundo os veteranos, era bem mais antiga que a própria universidade. Aquele era o ponto mais sossegado de todo o nosso prédio, já que poucas pessoas iam até ali e as poucas que apareciam, era apenas pra tirar um belo cochilo pós-aula. 

ONE NIGHT IN PARIS || KTH [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora