Motorista: Moça! Você vai descer aqui?
Me desperto dos meus pensamentos. Percebo que meu rosto está um pouco molhado, enxugo as lágrimas rápido. Sorrio pro motorista ele me olha meio estranho e força um sorriso, pago-o e saio.
Parada em frente daquela casa grande, observo-a que quase nada mudou, provavelmente a cor foi retocada, o gramado não estava tão verdinho, o pequeno jardim já não estava mais ali . Decido seguir em direção à casa, subi a pequena escadinha até chegar na porta, rodei a maçaneta, mas não abriu. Eu não peguei minha chave, é, mamãe me deu uma chave. Talvez ela ainda guarde a chave reserva no vaso de flores, olhei para o vaso, onde as flores estavam secas que partiu meu coração. Mamãe ama flores assim como eu, principalmente girassóis, lembro-me de quando eu tinha 8 anos, foi quando me apaixonei pela primeira vez.
Mexi no vaso, talvez mamãe esteja trabalhado muito para não cuidar das flores.
Achei!!!!!!
Abri a porta e entrei. A casa estava silenciosa. Mamãe está trabalhando ainda, e minha tia com certeza está no restaurante, sinto falta do meu trabalho, ocupa a mente.
Tia Bianca, não é minha tia de sangue, ela era a esposa do Pedro, sim, a esposa. Mamãe e ela sempre foram melhores amigas. Tia veio morar com a gente depois que Pedro foi preso, ela ficou em choque, então era mamãe ajudando ela, ela ajudando mamãe.
Fui até a cozinha, estava muito bem organizada, como sempre, tinha novos móveis e tinha cheiro perfumado ali. Retornei à sala. Respirei lentamente, parece que eu me vinha no meio da sala com 7 anos, brincando de boneca com Emma, nossas bonecas eram amigas e podre de ricas sem trabalhar e ainda solteiras. Queria essa vida.
Sorri ao lembrar da cena.
Fui para o andar de cima, andando pelo meio do corredor, até chegar a porta que era meu quarto. Abro ela entrando no quarto, estava tudo organizado, tudo do jeito que deixei, minha cama de solteiro encostada na parede ao lado da janela, um urso enorme marrom no chão, meu mural de fotos dos famosos americanos que eu mais gostava.
Abri a porta de correr do guarda roupa, e deparo com minhas bonecas, meus ursinhos coloridos, até o skate que Henry me deu para me deixar feliz, era o preferido dele. Tento pegar o skate, mas acabo derrubando o mesmo sem querer.
Parabéns! Continue.
Resmungo pegando-o do chão e sentei na cama, analiso ele é sorrio, eu era péssima. Coloquei o skate azul ao meu lado e peguei o ursinho que Emma e David me deu, eles juntaram moedas para fazer isso, sorri ao me lembrar disso, éramos crianças felizes.
Quando virei adolescente, eu ainda mantive meu quarto cheio de ursos e bonecas, gostava.
Escuto a porta sendo aberta, olho para trás rápido e me deparo com Henry com um rodo nas mão assustado. Ele me olha surpreso e solta o rodo imediatamente.
Henry: Amber!!! - Abriu um sorriso enorme. - Meu Deus. Prima como você está linda. - Veio em minha direção me dando um abraço apertado.
Eu: Henry!!! Você mudou muito, está muito forte, quase me esmagou. - Ri saindo do abraço.
Henry é o filho da tia Bianca e do Pedro. Eu tive medo do Henry durante 5 anos, bastante. Pois eu acharia que se ele fosse filho de um monstro, meu primo seria. Mas ele é meu único primo que conheço, ele sofreu e se afastou de mim, não por mágoa de mim, e sim por que ele estava muito machucado também. Porém ele queria me dar apoio, mas não conseguia. E não tem nada parecido com o pai, nada mesmo. Depois fui tendo confiança nele, Henry tentou se aproximar, mas não era a mesma coisa.
Henry: O que está fazendo aqui? Pensei que era um ladrão invadindo a casa. - Soltou uma gargalhada.
Eu: Não sei, so decidi vir. E você? - Dei um leve tapa em seu ombro. - Está com quase 20 anos e ainda mora com a mãezinha? - Falei irônica.
Henry: Sabe como ela é, eu quis morar com uns amigos, ela disse que não seria boa idéia e tal. - Riu. - Me ama, ela. - Me olhou e depois olhou o quarto. - O skate que te dei. - Sorriu olhando para o mesmo na cama. - Como você está? - Forçou um sorriso.
Eu: Estou bem e você?
Henry: Também. - Ele pega o celular no bolso da calça, acho que ele vai sair, pois está arrumado. Henry mudou de uns 4 anos atrás, ele era mais magro e baixo, hoje está forte e cresceu muito, tirou o aparelho, aparenta que não usa mais óculos, mudou o corte do cabelo, ele era o típico nerd. Creio que as meninas que deram fora nele, se arrepende hoje. - Pronto! Eu iria sair com uns amigos, mas acho que temos que relembrar os velhos tempos, de quando fugiamos de casa para comprar cachorro quente do senhor Ilson. Pra falar a verdade a gente não comprava cachorro quente com 10 centavos, ele dava pra gente - Riu me puxando.
Eu: Espera! Ele ainda vende cachorro quente? - Perguntei e parei surpresa.
Henry: Claro, não estamos velhos. - Gargalhou. Andamos para fora da casa. Desde do dia que fui morar junto com Emma, eu não vi mais Henry, quando eu vinha aqui, ele não estava, e no restaurante ele não ia, literalmente nós nos afastamos.
No caminho até o ponto de cachorro quente do senhor Ilson, Henry contou como está indo na faculdade de psicologia, de que está trabalhando, está desconfiando que está apaixonado por uma garota da faculdade, eles até saíram juntos. Contei como Emma e David estão. David e Henry gostavam de jogar vídeo game juntos, David é apenas alguns meses mais novo que meu primo.
Senhor Ilson não me reconheceu, ele também estava bem de idade, com os cabelos de algodão, mas quando Henry citou meu nome, ele ficou todo feliz, disse que mudei muito, falou da sua esposa que ama fazer crochê, o netinho que estava por vir. Conversamos muito, e ainda o Sr. Ilson insistiu tanto para nos dar o lanche delicioso de graça, até que aceitamos.
Em seguida Henry e eu continuamos passeando por ali, pela calçada da rua. Parece que não venho aqui a séculos.
Henry: Amber. - Olhei para ele. - Você superou? - Sussurrou sem olhar para mim. - Desculpa, é que...
Eu: Ainda não, mas espero. Ou talvez esquecer a memória dos meus 9 anos. Não é fácil, mas espero conviver com isso. - Sentamos em um banco feito de madeira embaixo de uma árvore. - E você, foi lá nele?
Henry: Só se fosse para dar uns murros na cara dele. - Revirou os olhos. - Desculpa, Amber. - Olhei para ele confusa. - Por eu me afastar de você, eu só... não sabia como reagir, eu fiquei em choque. Eu deveria ter ficado ao seu lado, mas fui inútil. - Ele se vira de frente para mim. - Desculpe-me. - Pegou em minhas mãos. - Eu estava machucado, mas você estava mais. - Gaguejou, seus olhos estavam lacrimejando. - Eu nunca imaginária que isso aconteceria, ainda mais pelo meu próprio pai. - Engoli seco com um nó na garganta enorme
Eu: Ei! Você não tem culpa de nada, nunca teve. Só estava com medo, como eu. - Sorri. - Vai ficar tudo bem, tá? - Apertei suas mãos, tentando passar confiança a ele. Em seguida abracei ele por alguns minutos de silêncio. Nos soltamos do abraço e ficamos mais alguns segundos de silêncio.
Henry: Você se apaixonou por alguém depois do Victor? - Me suprendi com sua pergunta tão de repente.
Meo Deooos!! Que demora.
Desculpe-me, eu estava (estou) passando por um probleminhas pessoais, mas postei. Sério gente me desculpem.
E ai, como vocês estão?
É pecado ler sem votar e comentar.
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Eu não queria amar você
Teen FictionAmber cooper, uma garota de 17 anos, mora em um apartamento com sua melhor amiga Emma. A jovem sempre foi na dela, não esperava nada da vida, muito menos encontrar um amor. Mas algo muda quando a mesma esbarra em seu novo vizinho, Nicholas Diaz. Que...