...são péssimos no que fazem.
Minha mente ainda não aceitava que o Tiago estivesse mesmo com a Priscila depois daquele chifre que tomou na semana de jogos esportivos. Meu ego corroía da maneira mais dolorosa que o ego de alguém pode corroer aos 16 anos. Depois de chorar ao som de We Belong Together e ver o casalzinho de mãos dadas no intervalo, resolvi que já era de desencanar dessa sina.
- Sério que o Dinho chegou em você e você tá aí dando mole? - Erick disse embasbacado.
- Sério.
- Menina! Ele é um dos caras mais gatos do colégio e tem um carro maraaaaa!!!
- Problema dele e do carro dele. Eu hein... - Disse revoltada. - Antes fosse uma bicicleta, parece mais divertido e recreativo.
- Ui... Garota diferentona. Sei lá... Tu nessa vibe toda negativa, usa esse cara pra ver se passa isso.
Aquilo parecia uma ótima idéia. Sentado a três metros a minha frente estava Dinho com sua turma de garotos grotescos e idiotas. Franzi a testa fazendo um bico incomodado enquanto ele me acenava sorrindo. Depois da aula rolou um convite pro cinema e eu acabei aceitando.
Depois de uma semana indo a cinemas e sorveterias finalmente ele me chamou pra ir na sua casa. Eu estava de fato curiosa, afinal, pelo MSN ele parecia tão voraz sexualmente dizendo coisas como "vou destruir você todinha" "te parto no meio" "quando eu te pegar" e lá estava eu criando expectativas sobre uma transa online. De fato ler aquelas coisas me deixou excitada e isso era grave. Algo novo de fato. Será que os mais antigos transavam por cartas? Isso deveria ser uma transa longa...
Seria isso reflexo da minha total carência? A sociedade jovem atual está tão ligada ao amor líquido que precisa se satisfazer de alguma forma, mesmo que essa forma seja se masturbando lendo mensagens eróticas trocadas com um parceiro ou parceira enquanto imagina cenas sexuais em sua mente fértil e fantasiosa, quase criativa totalmente dominada pela pornografia? Todas estas coisas se passavam pela minha cabeça enquanto aquele filme chato rodava no DVD.
Depois de um momento de tensão inicial finalmente nos soltamos e o inevitável aconteceu.
E aí gata como foi? - Perguntou ainda ofegante.
Como foi o que? - Respondi tentando colocar o sutiã.
- A transa.
- Ah sim.
Sorriu de uma maneira quase fofa.
- Mas você quer assim uma análise mais profunda, rebuscada ou mais meia boca?
Seus olhos esbugalharam. - Uma mais profunda né gata. Quero saber se tá satisfeita.
Me sentei na cama novamente acertando a cinta liga enquanto tentava alcançar o salto jogado no canto direito do pé da cama. - Bom, saí com você sem muitas expectativas, você não é nem de longe o cara mais interessante do colégio e tampouco o mais inteligente ou engraçado e muito menos é o tipo de homo sapiens sapiens do sexo masculino que mais me atrai, então sendo assim eu já imaginava que essa foda não ia ser espetacular, mas um ego derrotado tentando se livrar da humilhação de um pé na bunda me fez embarcar nesse carrossel e viver esta aventura. Não esperava por tamanha mediocridade! A transa começa bem, preliminares são feitas de maneira muito modesta e humilde sem traços de preciosismo no sexo oral e excesso de manipulação com a lingua com a estratégia de um amador. Vê-se que lhe falta prática, mas sua tentativa fracassada de tentar compensar com os dedos não deixa de ser comovente. A verdadeira decepção ocorre no momento da penetração propriamente dita: seu órgão sexual masculino, nomeado como pênis, vulgarmente chamado de pau não diz a que veio! Falta cadência e sincronia, a inclinação leve para a direita não favorece na carimbação frenética, antes fosse para a esquerda, mas se houvesse melhor perícia na hora do sexo oral, saberia aonde exatamente está meu clitóris e assim ela não faria vista grossa pro direcionamento da sua flauta desafinada. O texto também não ajuda. Demonstrando falta de criatividade repetiu mecanicamente e de maneira robótica a frase "Isso vai vagabunda" confirmando sua baixa experiência e também conhecimento limitado do baixo calão e um certo machismo antiquado. A iluminação também não contribuí: uma luz dura, fria, do teto, ressaltando o formato oval da sua cabeça; triste! Por volta de cinco minutos de transa, me resta imaginar algum ator de Hollywood ou talvez algum garoto gostoso do colégio, que no caso foi o Josias do time de basquete, numa tentava desesperada de fazer minha glândula de Bertholin umedecer meus grandes lábios, já secos. Enfim, tenho um orgasmo, por volta dos oito minutos, gozando baldes, pensando no abdômen rachado, suado, reluzindo na pele ébano e naquele volume formidável, assustador, intimidador que ele exibe enquanto acerta a bola na cesta. Concluindo temos como resultado uma foda sem qualquer atrativo, medíocre, que como comédia não diverte, como drama não emociona, como terror não assusta, como suspense não atrai. Muito melhor seria estar vendo a reprise de Chocolate com Pimenta no Vale a Pena Ver de Novo. - Concluí finalmente colocando o salto.
Ele me olha com uma cara assustada. - E a mais meia boca? - Com os olhos lacrimejando me perguntou.
- Ah... Gostei. - Respondo fazendo uma bolha com chiclete que mascava.
💅🏻
Lembre-se meninas! Sexo só com camisinha e o mais importante, não finjam orgasmo!
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LILY PARA GAROTAS
Teen FictionOi! Nossa, nem sei como você veio parar aqui, mas agora que já chegou senta! Sou Liliane, para alguns Lília, há os que chamam de Lílian, mas para as garotas e todos aqueles que se sentem garotas, sou Lily. Já que está aqui podemos ser amigos? Não s...