Capítulo 8

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Carolina estava paralisada. Não sabia de onde viera aquela mensagem. Olhou o perfil que a enviara mas seus posts eram todos muito aleatórios para que se chegasse a uma conclusão. Não seguia e nem era seguido por ninguém que conhecesse. Não havia fotos marcadas. Só poderia ser um perfil falso, o que dificultaria mais ainda as coisas.

Voltou para a mensagem e ficou-a encarando como se tal atitude fizesse com que sumisse. Pensou em quem poderia ter aquele perfil fake. Algum fã? Mas como saberia? Alguém do hotel? Qual a motivação de ir falar com ela? Cheiro? Não, Gabriela sempre falara o quão madura ela seria... Poderia ser alguma brincadeira, que ao final das contas nem saberiam de nada. Alguém tentando chamar sua atenção, só poderia ser isso.

Era muito assertiva, de fato. Mas não mencionava nomes, nem lugares nem datas. Carolina estava se preocupando à toa. Apagou a mensagem e respirou fundo, percebendo que todo seu desespero fora em vão. Decidiu dormir e descansar dos eventos atordoados daquela noite. No dia seguinte iria à sua academia preferida, faria seus treinos de rotina e estaria renovada. Era disso que precisava, sua rotina de volta.

Carol acordara um pouco mais tarde do que seu horário habitual. Ainda assim levantou-se animada, agradecendo por estar viva. Salvador retribuía seus agradecimentos dando-lhe um lindo dia ensolarado. Tão lindo que desistiu de ir à academia e resolveu correr na praia. Sua vida voltaria aos eixos e estava decidida a deixar toda aquela confusão interna que Gabriela lhe causara. Já estava mais do que na hora de parar de acreditar que até mesmo uma amizade sairia dali. E se não fosse para ser, de que adiantaria ficar sofrendo?

A praia estava um tanto vazia. Corria pelo mar quando viu um cachorro vindo em sua direção. Diminuiu o ritmo de sua corrida e passou a acompanhá-lo, sorrindo. Adorava animais, ainda mais quando eles pareciam retribuir seu amor. Aos poucos foi parando para que pudesse observar o que ele faria. Notou que havia uma coleira nele. O animal era de grande porte, com uma pelagem escura, quase preto. "Muito lindo, muito dócil", pensou, enquanto suas mãos acariciavam sua cabeça. Agachou-se para um carinho e o cão logo se animou, balançando o rabo e dando-lhe lambidas onde alcançava.

– Você é muito lindo, meu príncipe! – imitou uma voz de bebê que sempre fazia quando se comunicava com animais. Tentou olhar o nome em um pingente preso ao pescoço do cão. – Qual é seu nome? Deixe eu ver, ande!

– Mateo. – respondeu uma voz firme atrás dela, no exato momento em que lia "Nescau" e um número de telefone no pingente. Carol virou-se assustada quando ouviu aquela voz grave atrás de si. Reparou em um homem alto, com físico malhado, mas não forte demais, diferente daqueles tipos de academia.

Seus olhos negros prenderam sua atenção. Seu sorriso era seguro, como se esperasse alguma reação. O cabelo estava bagunçado, numa desarmonia proposital que lhe dava um charme a parte e sua barba era rala e por fazer. Carregava uma bolsa de praia no ombro, e vestia uma camisa azul de botão com shorts estampados em listras. Carol levantou devagar, ainda com a mão na cabeça de Nescau.

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