XI - Separados Novamente

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- “Não me chame por esse nome” Disse a garota “Ele me dá arrepios. Porém, por outro lado, aprecio a Cinderela.”
“Me atraio pela forma em que perderas seu sapatinho de cristal às exatas meia-noite. Enquanto fugia do príncipe, com receio de que seu tão almejado conto de fadas ousasse a terminar” E então, logo após ouvir com atenção suas palavras, ele concordou: “Sendo assim, te chamarei de Cinderella, e fugiremos como Julieta.”
- Você está lendo sem ler. – Disse uma garotinha de cabelos loiros, enquanto ouvia atentamente as palavras de seu irmão.
- É claro, já me pediu para ler isso tantas vezes que gravei na memória. – Reclamou ele. – Por que não lê você mesma, Rin?
- Wuah! P-porque eu gosto da forma que você lê! – Exclamou ela, ficando de pé na cama em que estavam.
- Eh? Ou será que você lê tãão devagar, que fica entediada?
- N-não é nada disso, seu idiota! – Os sons dos tapas que ela dava na cabeça de Len, ressoava por todo o castelo. – Idiota, idiota, idiota!
- Ai-ai-ai! – Len tentava usar o livro como um tipo de escudo, mas não conseguia. Ao menos não por completo.
- Não estrague os sonhos de uma garota. Humph. – Bufou ela, sentando-se novamente.
- Sonhos? Hohoho, ninguém irá querer fugir com você, abelha. – Zombou Len. – Zrrrrrt, zrrrrt.
- E-eh? Eu não sou uma abelha, e eu não faço esse som quando ezrtou irritada! Seuzrrtidiota! – Quando Rin se irritava, ela prendia a língua sem querer, emitindo um som como se fosse um zumbido de abelha.
- Zrrt zrrt! É idêntica a uma! – Riu len.
- Não sou uma abelha! – Rin pula em cima de Len, para bater nele como de costume. – Você é um idiota! Seu-
Como estavam na beira da cama, acidentalmente os dois acabam caindo no chão, enquanto tinham uma briga – como de costume –, fazendo Rin cair em cima dele, por ter sido ela que os derrubou.
- Aaai! Saia de cima de mim, você é gorda! – Disse ele, tentando empurrá-la.
- N-não sou gorda! Seu cabeça de banana.
- Que? – riu.
- N-Não vou sair daqui nunca mais! Irá ficar aí pra sempre! Sem-pre! – Afirmou ela. Cruzando seus braços, e o fitando com um olhar de mandona. Certa de que não sairia de cima dele nunca mais, de verdade.
- Urgh, apenas saia! – Len tenta empurrá-la novamente, mas não consegue. Pelo fato dos dois terem o mesmo peso. – Saia de cima de mim sua-
Estando totalmente imobilizado por Rin, ele acabar por fitar seu rosto mais que o de costume. Percebendo que na verdade, ela não era feia ou muito menos uma abelha. Pela primeira vez, Len havia se encantado pela aparência de sua irmã.
- Hm? Seu rosto está vermelho... Wuah! Será que estou sufocando você?
- N-Não... Não é... Isso. – Disse ele, envergonhado por ter visto sua irmã como uma garota.
- Mesmo? Está com febre? – Rin aproxima seu rosto ao de Len, e encosta suas testas.
- N-não preci- - Len tenta impedi-la, mas fica sem fala ao fitar seu olhos azuis tão próximos aos seus, e com seu coração batendo a milhas.
- Hm... Não está. Estranho.
- Apenas saia de cima de mim, droga. – Resmungou, tentando conter o nervosismo.
- Hehe, não! Hmm, na verdade... Sairei se me der um beijo.
- E-Eeeeeeeh!?
Seu coração palpita cada vez mais rápido, pelas palavras de Rin. Que parecia convicta do que queria, e não sairia de cima dele até que conseguisse o que queria.
- Ai! – Len sente uma forte dor na cabeça, ao ser acertado por um pequeno giz. Enquanto dormia na sala de aula. – Ah, Desculpe-me. – Se desculpou, e o resto da turma riu da reação de Len, ao ser acordado com um giz na testa.
- Um sonho? – Disse Len, pra si mesmo. Se recordando do sonho que teve, enquanto cochilou durante a aula. – Isso foi... Alguns meses antes de nos separarmos. – Sorriu.
Logo seus olhos se desviaram para o outro canto da sala, onde era a carteira de Rin. Cujo não havia ido para a aula naquele dia.
As horas se passaram, e as aulas do dia encerraram. Logo Len apanhou sua mochila e desceu as escadas de pedra, até o clube de arco e flecha. Ignorando a solidão que sentia pela ausência de Rin.
- Hey, Len. Como estão as coisas? – Perguntou Yuya se aproximando de Len, dando um tapa leve em suas costas.
- Bem. – bocejo.
- Rin não veio hoje novamente? – Perguntou ele, ao notar que a loira não estava ali.
- Não. – Disse, logo dando um cansado suspiro.
- Venha, se distrair é bom. – Disse Yuya, tentando animar Len. Já pegando seu material para o treino.
Len sorriu, e apanhou o arco que fora jogado até ele por Yuya. Indo praticar seus tiros com o mesmo.
Os dois se divertiram com o resto do clube, e logo as horas se passaram, por fim encerrando o tempo de atividade.
- E ai, vai fazer algo depois da escola? – Perguntou Yuya, enquanto se trocavam no vestiário.
- Hm? Não, acredito eu.
- Quer me ajudar a levar peixes para o castelo?
- Hm? Você entra lá?
- Sim. Bom, apenas atravesso o muro. – Riu. – Quem sabe não podemos encontrar uma maneira de esbarrar com a Rin?
- Pode ser uma boa. Obrigado, Yuya. – Sorriu.
Yuya fechou o clube, e ambos foram para suas casas juntos.
- Mikoto, irei ajudar Yuya hoje, tudo bem? – Disse Len, assim que chegou em casa.
- Ora, parece animado. – A mulher respondeu de forma carinhosa. – Sim, divirtam-se no castelo. – Pela forma que havia dito tais palavras, parecia saber exatamente os planos dos dois.
- Sim. – Sorriu Len, já descendo as escadas de banho tomado.
Com animação, Len saiu de casa e foi encontrar Yuya que morava bem próximo a ele. Yuya apareceu com dois cestos fechados e pesados, e dois cavalos.
- Já cavalgou? – Perguntou ele.
- Sim, é claro. – Disse Len, já subindo no cavalo como se fosse algo que fizesse todos os dias. – Tive aulas no castelo.
- Se lembra bem, mesmo fazendo cinco anos. – Brincou. – E eu não me lembro da matéria da prova, que aprendi semanas atrás. – Len riu.
- Ter uma boa memória é algo importante, jovem plebeu.
Os dois seguiram até o castelo, e cavalgaram para dentro dos portões sem ninguém perceber que um dos dois era Len.
Depois de entrarem, os dois amigos seguem até os fundos, onde Yuya entrega os peixes.
- Pronto. – Disse ele, descendo do cavalo e apanhando seu cesto. Logo Len faz o mesmo.
- Ora, podem entrar pela cozinha, por favor? Tenho que alimentar os peixes do lago, só um instante! – Disse um rapaz gorducho, um dos criados do castelo. E logo saiu caminhando para dentro do jardim, sumindo de vista
- Ora, interessante, não? – Brincou Yuya, para Len. – Onde fica a cozinha?
Len aponta para uma pequena porta de madeira. E os dois entram dentro do castelo.
- Ah, são os peixes? Podem me d- LEN?
- Olá, Makki-chan. – Sorriu ele, entregando seu cesto para ela.
- Como? Digo... E quem é esse rapaz? – Disse ela, apontando para Yuya.
- Não se preocupe, ele é um grande amigo meu e dos meus tios. Seu nome é Yuya.
- Prazer em conhecê-la, senhorita. – Yuya fez uma reverência para Makita que logo respirou fundo, aliviada.
- É um prazer, Yuya-san. – Sorriu. – Vamos, me deem os peixes!
- Wuah! – Yuya tira o boné que estava em sua cabeça, encantado com o tamanho da cozinha. – Só essa cozinha é três vezes maior que minha casa! – Len riu.
- Aproveitem a hospedagem enquanto Mari-sama ainda não chegou. – Disse Makita, carregando os dois cestos de uma só vez.
- Ela não está? E Rin?
- Rin está no quarto. Ela não saiu hora nenhuma de lá hoje, estou preocupada. – Logo Makita soltou os dois cestos, os deixando próximos da geladeira. – Se puder, aqui está uma bandeja com o almoço que ela se recusou comer... Se conseguir faze-la abrir a porta, ficarei agradecida.
- Sim. – Len assentiu, e apanhou a bandeja. – Tome conta do Yuya por mim, já voltarei.
- Como assim “tomar conta”? Não sou um bichinho de estimação, ei! – Reclamou.
Len deu de ombros, subindo logo as escadas e caminhando até o quarto de Rin. Com a bandeja em suas mãos.
- Serviço de quarto? – Brincou Len, ao bater na imensa porta de madeira, que pertencia ao quarto de Rin.
Assim que ouviu a voz de seu irmão, a loira se levantou de sua cama em um salto, e rapidamente abriu a porta.
- Boa tarde, Rin-sama. – Sorriu Len.
- Mamãe ainda não chegou? – Logo len negou com a cabeça, e Rin suspira aliviada. Permitindo que ele entrasse no quarto.
- Posso saber o motivo da senhorita não querer sair do quarto?
- Ela me impediu de ir para a escola hoje, pois queria que fizesse um ensaio de casamento. – Rin fecha a porta do quarto novamente, e ambos caminham até sua cama. Onde Len a entrega a bandeja com seu almoço. – Então eu me recusei de sair daqui.
- Percebi pelas suas vestes. – Disse ele, se referindo a camisola que Rin vestia. – Não está com fome? – Disse ele, ao notar que Rin nem tocava na comida.
- Estou.
- Então coma. – Len sentou ao seu lado, e beijou sua cabeça. Rin assentiu com um leve sorriso no rosto, pelo carinho do irmão e começou a comer seu almoço. - Irá pra escola amanhã?
- Não sei. – Respondeu. – Talvez eu não vá mais.
- Tudo bem. – Sorriu. – Darei um jeito de vir aqui, sempre que puder.
Ao ter terminado seu prato, Rin entrega a bandeja para Len. Que se levanta e a apanha.
- Não vai descer? – Perguntou ele, ao notar que Rin havia deitado novamente. Logo ela apenas puxa a coberta, e se vira para o outro lado. Ignorando seu irmão.
Len deixa a bandeja em cima de uma mesinha, e se senta na borda da cama.
- Vamos. – Disse ele, balançando Rin.
- Não quero descer. – Resmungou. Pondo a coberta até acima de sua cabeça, tampando-se por completo.
- Sabe do que me lembrei hoje? – Len retira seus sapatos, e se deita ao lado de Rin. Que fica quieta, esperando que ele continuasse a falar por conta própria. – Da última vez que li aquele livro pra você.
- Você disse que não leria mais. Pois eu era chata, e te batia muito. – Riu.
- Isso foi mentira, eu gostava de ler pra você.
- Então por que não leu mais, depois daquele dia?
- Você me pediu um beijo. – Riu Len. – Foi nesse dia que percebi que estava apaixonado por você. Por isso decidi que não leria mais.
Rin se vira para Len, e retira a coberta de cima de seu rosto. Fitando-o.
- Seu rosto está vermelho. – Sorriu Len.
- Eu achava que não gostava de mim, idiota. – Resmungou. Len riu levemente, e aproximou seu rosto ao dela.
- Como não gostar de você, minha cinderela? – Sorriu ele, e logo Rin deu impulso para abraçar fortemente seu irmão.
- Eu te amo, Len. – Sussurrou.
- Também te amo, Rin. – Disse ele, beijando-a.
Um forte barulho vindo do salão principal fez os dois rapidamente se afastarem e se levantarem da cama. Com medo que fosse sua mãe, Rin pede ajuda a seu irmão para trocar suas vestes rapidamente.
Enquanto Len estava terminando de amarrar os laços de suas vestes, uma voz aguda ecoa pelos corredores em alto tom, chamando Rin.
- Vamos, Rin! – Mari abre a gigante porta do quarto de Rin, encontrando Len ao seu lado. – Ora, o que está fazendo aqui, plebeu? – Após respirar fundo e acalmar o sangue que corria rapidamente em sua cabeça, Len apenas faz uma reverência.
- Desculpe a intromissão, vossa Majestade. – Disse ele. – Já irei me retirar.
- Não me entenda mal – Disse ela, em baixo tom de voz. – Apenas acho perigoso demais que continue vindo a este lugar.
- Sim, senhora. – Len, sem querer trazer problemas para Rin, apenas caminhou para fora do quarto.
- Além do mais, é muito preocupante uma garota noiva ficar tão próxima de um rapaz. – Afirmou. Len pensou em cogitar, mas achou melhor não dizer nada. – Por isso, acho melhor manter uma certa distância.
- Mas- - Soltou ele, acidentalmente.
- Sem “mas”, rapaz. – Disse, interrompendo-o. – Seu pai não está aqui para ouvi-lo.
Logo ela puxou Rin pelo braço, e caminhou pelos corredores levando-a.
- Len-sama? – Makita apareceu do outro lado do corredor, chamando Len. – Vamos, eu te acompanho.
- Não precisa. – Disse. – Eu sei o caminho para fora do castelo.
- Sinto muito.
- Você não tem nada a ver com isso, Makki-chan. Não se preocupe. – Sorriu, e logo seguiu caminhando para a cozinha novamente. Onde encontrou Yuya, que o aguardava, e ambos se retiraram do castelo.

Far From Reality. [Vocaloid - LenxRin - Terminada]Onde histórias criam vida. Descubra agora