Especial 12.5 (+18)

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O silêncio se tornava eterno naquele quarto largo e escuro; sendo apenas iluminado pela imensa lua cheia pregada ao céu. Len, com sua respiração ofegante, continuava quieto enquanto estava sentado ao lado de sua gêmea. Ambos na beirada da mesma cama que, tempos atrás, dormiam cobertos pelos mesmos lençóis com suas mãos dadas.

Aquele encontro era algo totalmente proibido. Não apenas por terem uma relação a mais que irmãos, mas também pelas grosseiras regras que Mari dava à Rin. Além de não poder sair das muralhas do castelo, agora também não podia ao menos escrever ou receber cartas de seu irmão. Len não aceitava aquilo, de maneira alguma, mas não havia o que fazer pois era apenas um plebeu. Tendo de dar um jeito de vê-la mesmo durante a madrugada. Sim, no horário em que todos já dormiam.

- N-Não me olhe! - Rin se emburrou, tentando cobrir seu corpo com os braços, em uma tentativa falha.

- O que foi? - Len sorriu carinhosamente.

- Minhas vestes não são apropriadas, idiota.

- Você fala como se eu nunca tivesse te visto assim antes. - Brincou, porém as bochechas de Rin se tornaram mais vermelhas. - se quiser, eu fecho os olhos.

Rin apenas se manteve em silêncio, agora o encarando totalmente corada.

Ele sabia o que ela pedia com aquele simples olhar. Sim, ela sempre o olhava daquela forma, tão mandona ao mesmo tempo que tão fofa. Entendo-a perfeitamente bem, Len sorri e logo se aproxima mais de Rin enquanto segurava sua nuca com a mão esquerda, entrelaçando seus dedos aos seus fios dourados.

Estando tão próximos à ponto de sentirem o hálito quente um do outro tocar seus lábios, Rin dá impulso para que se unissem, logo invadindo a boca de Len com sua língua áspera. Dando início ao beijo que ambos tanto esperavam entre os dias que estavam separados. A distância que acreditavam ter acabado havia retornado, porém, Rin e Len estavam dispostos a fazerem de tudo para que pudessem continuar juntos.

Se afastando novamente, ambos se encaram como quem visse um só reflexo no espelho. Mas, embora se conhecessem tão bem, era como olhar para outra pessoa. Naquele momento, os gêmeos não se viam mais como irmãos. O quão errado era aquilo? O quão errado era amar um alguém de seu parentesco? Ambos haviam nascido do mesmo ventre e possuíam o mesmo sangue, suas aparências eram idênticas, mas o que viam no profundo azul de seus olhos era diferente.

Naquela noite, naquele mesmo momento, eles estavam prestes a abandonar tudo aquilo. Derrubando o castelo de brinquedo feito em peças e quebrando aquele espelho com um martelo em suas mãos. Aquele mesmo que um rosto desconhecido já era refletido.

A culpa se misturava com o medo, no momento em que Len uniu seus lábios mais uma vez. Apagando sua antiga desculpa infantil, junto ao questionamento se deveria ou não continuar a amá-la, o loiro segurou sua cintura puxando-a ao seu encontro. Enquanto aprofundava mais seu beijo de forma lenta e carinhosa. Não havia mais volta, se um dia Len se impedisse de tocar nos cabelos de sua irmã, ele teria de contar mentiras até o fim de sua vida.

Rin, que já havia sido entregue ao seu irmão antes mesmo de notar, deixou que seu corpo fosse derrubado até deitar ao colchão de molas, sentindo os macios e confortáveis edredons que logo ficariam bagunçados. A promessa que um dia foi feita, se tornaria uma mentira caso não resistisse ao medo de continuar aquela noite, e esta cresceria em seu coração até que o mesmo parasse de funcionar. Para ela, nunca houve um ponto de retorno: Len era tudo que a garota tinha. E não deixaria seu sonho de lado por medo ou insegurança. Ela queria amá-lo.

Estando agora, deitados um encima do outro enquanto a noite prevalecia, Len se solta de seus lábios quentes para deslizar por seu pescoço, depositando beijos por todo o percurso que fazia até alcançar as alças da camisola que Rin vestia. A mesma arrepiava-se ao calor, era saboroso como os doces que comia quando criança. Deixando claro que estava a desfrutar de tais sensações, a mão de Rin se posicionou sobre os cabelos de seu gêmeo que eram ao mesmo tom que os seus. Entrelaçando seus dedos nos fios, como quem pedisse para Len não parar com as carícias.

Far From Reality. [Vocaloid - LenxRin - Terminada]Onde histórias criam vida. Descubra agora