XII - Madrugada inesquecível

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As ruas de pedra estavam cobertas por uma fina camada de neve. O inverno havia dado suas boas-vindas, de uma forma branca e fria, fazendo todos se agasalharem bem durante as noites frias que se passavam no reino.
- Len, não esqueça de se agasalhar bem ao sair. – Disse Mikoto, enquanto Len parecia atrasado para a aula. – Pra que pressa? Os portões do colégio ainda nem devem estar abertos.
- Combinei de encontrar Yuya antes. E não se preocupe, estou bem agasalhado. – Disse ele, com um sorriso enquanto arrumava seu cachecol amarelo no pescoço. – Estou indo, até mais tarde, tia!
- Se cuide! – Gritou, pois Len já estava lá fora. – Ora, tão agitado logo de manhã...
Correndo na neve fofa, Len rapidamente chegou na cruzada onde encontrou Yuya, que havia acabado de chegar.
- Nessa velocidade, você vai acabar sentindo calor nesse frio. – Brincou. – Por que pediu que fôssemos mais cedo?
- Estou com um mau pressentimento, pensei em te pedir ajuda. – Disse Len, logo os dois foram caminhando no caminho para a escola.
- Bom, “pedir”? Me fez acordar 40min mais cedo, claro que vou ajudar.
- Desde que a Rin parou de ir ao colégio, estamos nos comunicando por cartas. Mas... – Suspiro.
- Mas?
- Ela não me responde desde ontem. E desde então algo me incomoda.
- Ah, é aquela parada de gêmeos, não é? Digo, quando algo acontece com um, o outro sente. Sério, isso é muito legal. – Len riu.
- É assim desde que éramos pequenos.
- Enfim, desembucha. O que queria me pedir?
- Tá afim de bisbilhotar o castelo? – Disse Len, com um sorriso sarcástico no rosto. O que fez soar como uma brincadeira, fazendo Yuya rir por alguns instantes. Parando ao notar o silêncio do amigo.
- Tá falando sério?
- Seríssimo. – Riu.
- Bom... – Disse, fingindo estar pensando. – É claro que – Deu uma pausa. – Eu aceito.
- Ótima escolha.
- Quando faremos isso?
- Agora! – Logo Len puxa seu amigo pela gola da camisa e corre em direção ao Castelo.
Ao seguir por um campo, os dois correm para os fundos do castelo. Procurando algo como uma grande árvore.
- Será que essa está boa? – Perguntou Yuya, parando de frente a uma árvore.
- Iremos só espiar, então acho que sim. – Respondeu Len, subindo na árvore. E logo Yuya fez o mesmo, quase caindo três vezes.
- Daqui está bom. – Disse Len, se acomodando em um forte galho. – Tem medo de altura? – Perguntou, ao notar que seu amigo parecia um pouco trêmulo.
- Aaah, só um pouco. – Respondeu. Quase pedindo pra descer naquele exato momento. – Acho que eu tenho algo perfeito para esse momento.
Logo Yuya se acomoda ao lado de Len, abrindo sua mochila e pegando um binóculo. Acidentalmente, algo veio pendurado nele e ia cair no chão – No outro lado do muro, graças às vento – Porém, Len rapidamente estica seu braço o apanhando.
- Essa foi por pouco. – Disse Yuya. Se lembrando de que havia guardas armados do lado de dentro. – Afinal, pode ficar se quiser. – Disse, ajustando seu binóculo.
- Isso é? – Len logo abre sua mão, que estava sem tato por conta das grossas luvas. – Um relógio de bolso?
- Sim, considere um presente por me fazer me aventurar em uma árvore. – Riu.
- Além do mais, por que havia um binóculo na sua mochila? – Perguntou Len, guardando o relógio em seu bolso.
- Eeer, seria melhor não saber. – Riu. – Eu o uso para espiar as garotas na educação física.
- É, eu não precisava e nem queria saber. – Riu. Logo Yuya entregou o binóculo já ajustado.
Com o equipamento em suas mãos, logo Len retira seus óculos falsos para por o binóculo. Podendo ver com atenção todas as janelas que aquele ângulo o permitia ver.
- Está vendo algo importante? – Perguntou Yuya, curioso.
- Ainda não. Afinal, é melhor você ser um Sentinela. Pois as vezes alguns guardas patrulham em volta do castelo.
- Bom, você podia ter me avisado isso antes. – Len riu. – Mas tudo bem, farei isso.
Len, com atenção em cada movimento no castelo, tem sua concentração mais afiada ao ver sua mãe sair de sua sala e descer as escadas, aparentemente para o salão principal.
Logo depois, sai Makita e Rin. E atrás, um rapaz que a julgar pelas vestes, seria um tipo de costureiro plebeu que trabalha para o castelo. Len tentou fazer leitura labial, mas nunca fora bom nisso. Depois ambos desceram as mesmas escadas que sua mãe havia descido antes, sumindo da vista de Len.
Ele suspira, e retira o binóculo. Com um leve sorriso por ver que Rin estava aparentemente bem.
- A encontrou? – Perguntou Yuya.
- Sim, ela parece bem. Mas ainda há algo que não consigo ver...
- Então acho melhor irmos... Agora. – Disse Yuya, puxando a borda da camisa de Len. Fazendo-o olhar para o lado e avistar dois guardas patrulhando.
- Então... – Respirou fundo. – Vamos!
Logo os dois foram descer rapidamente da árvore, um após o outro. Até o cachecol de Len prender em um carco do tronco, fazendo Yuya não conseguir descer, pois estava logo acima dele.
Enquanto Len tentava se soltar, os guardas estavam se aproximando, mas sem notar nada. Até o galho fino onde Yuya se segurava quebrar, e os dois caírem no chão.
- O foi aquilo? Você viu? – Perguntou um guarda ao outro.
Ao perceber que haviam sido vistos, os dois apenas correm abaixados para uma pequena floresta que havia próxima do castelo.
Os guardas gritam e tentam segui-los, mas os dois correm sem parar por meio de árvores e arbustos espinhosos – cujo já estavam acostumados a andar entre eles.
- Wuoaaaah! Sério... – Disse Yuya ofegante. Ao pararem próximos de um lago, após pararem de persegui-los. – Isso foi... – Parou pra respirar de novo. – In-crí-vel!
- Você tem um espírito valente, nobre cavalheiro. – Riu Len, logo após molhar o rosto com a água do lago. – Tem certeza que despistamos eles?
- Sim. Eu os ouviria. – Disse, ofegante. Logo fazendo o mesmo que Len. – Eu caçava com meu avô, quando mais novo.
- Bom, rapaz. – Disse Len, se encostando em uma árvore. – Só temos um problema. Meu cachecol ficou na árvore.
- Tem como saberem de quem é? – Perguntou Yuya, se sentando ao lado de Len.
- Espero que não. – os dois riram. – Acho que voltarei aqui mais tarde.
- Pra?
- Apenas fazer a mesma coisa. Mas não precisa se preocupar, virei sozinho.
- Não vá inventar de ser preso. – Zombou.
- Não serei. – Riu.
Os dois descansaram ali por mais alguns minutos, e logo foram para a escola. Seguiram um dia comum, mas a angústia que incomodava Len não passou. Fazendo-o não cogitar em voltar lá.
Depois de voltar da escola, e seguir com seu cotidiano até todos adormecerem, Len se viu acordado, olhando as horas no relógio de bolso prateado que havia ganhado mais cedo. Quando eram por volta das 23h, Len veste seu agasalho, e apanha uma lamparina. Logo pulando a janela para o telhado, e do telhado para o muro, e do muro ao chão.
Pôs o relógio dentro do bolso de seu casaco, e seguiu para o castelo sem emitir barulho.
Caminhou até encontrar aquela mesma árvore, apagou a lamparina, deixando-a no chão, e subiu. Ficou ali até dar exatas meia-noite. Que era a hora certa em que os guardas saíam do jardim.
Notando o silêncio, ele seguiu cuidadosamente até a ponta do galho, pisando nas muralhas do castelo – que eram bem altas por sinal – e as desceu, pondo seus pés e mãos nos poucos espaços entre os pedregulhos que formavam o imenso muro. Finalmente chegando ao chão.
Seguindo abaixado, Len caminhou até encontrar a janela do quarto de Rin, tentando não emitir muitos sons. Ao encontrar e perceber que a luz já estava apagada, Len cata pedrinhas pequenas para tacar no vidro da janela. Logo as encontrando e jogando-as uma por uma.
Ao ouvir o estranho som cerca de três vezes repetidas, Rin decide se levantar para confiscar o que seria. Avistando Len no jardim.
- Você está louco? – Sussurrou ela, em um tom que desse para ouvi-la. Len sorri ao ver Rin, e se prepara para escalar as vinhas. – Idiota... – Resmungou, encostando-se na grade da pequena sacada.
Poucos minutos depois, Len por fim chega em seu quarto, ofegante. Rin espera que este saísse da sacada, adentrando no quarto, para logo fechar a janela, e as cortinas.
- Melhor não acender as velas. – Disse ele, ao notar que Rin estava indo fazer exatamente isso.
- Tem razão. – Respondeu, ambos em sussurros, logo se sentando na beira da cama e chamando Len para fazer o mesmo.
- Não me respondeu mais, algo aconteceu? – perguntou ele, enquanto tirava seu casaco e se sentava ao lado de Rin.
- Mamãe prendeu suas cartas. – Disse ela, em um tom de voz triste. – Ela não quer que eu as leia, muito menos que eu escreva pra você.
Len a envolve com o braço esquerdo e beija sua cabeça, encostando-a em seu peito.
Rin levanta seu rosto, colando seus lábios aos de Len. Este que ergue as duas mãos para segurá-la, com seus dedos tocando em sua nuca. Entrelaçando-os em seu cabelo dourado.
- Senti sua falta. – Sussurrou Rin. Largando o peso de seu corpo e fazendo os dois se deitarem na cama espontaneamente.
- O que foi? – Perguntou Len, ao notar um incomum comportamento de Rin. Como se tentasse evitar que ele olhasse seu corpo.
- Minhas vestes não são apropriadas, idiota. – Resmungou, fazendo bico.
- Como se eu nunca tivesse a visto assim – Riu. – Okay, não olharei. – Logo Len fecha seus olhos, voltando a beijá-la.
Com o quarto totalmente escuro, apenas uma pequena luz era vista naquele aposento, que seria a luz da imensa lua. Refletida além do vidro da janela, tocando levemente as costas de Len, que estava a beijar sua gêmea.
Esquecendo-se que não podia ficar por muito tempo, Len solta seus lábios, descendo-os para seu pescoço. Nesse momento, um impulso percorre toda a espinha dos dois. Rin, tentando conter sua vergonha, estende sua mão direita acariciando os cabelos do loiro. Este que a apanha, entrelaçando suas mãos juntas fortemente.
Logo podendo sentir a diferença de tamanho de suas mãos: seus dedos já não eram mais do mesmo comprimento. Assim como o tamanho de ambos.
- Ai. – Soltou Rin, ao sentir uma leve mordida.
- Desculpe. – Riu levemente, logo afastando-se do pescoço de Rin. Disfarçando sua respiração, que estava um pouco ofegante.
“O quão errado é desejar sua irmã?” - Questionava-se.
- Continue. – Sussurrou Rin.
Ao ouvir a doce voz de Rin, que afastara quaisquer pensamento de que aquilo seria errado, Len não hesitou mais em tocá-la. Deslizando sua mão esquerda por todo seu corpo, até chegar em suas pernas, passando-a por baixo do fino tecido da camisola branca de Rin. E tocando sua pele diretamente, sentindo-a arrepiar-se.
Em silêncio, Rin apenas sente cada toque dado carinhosamente, enquanto entrega-se totalmente a seu irmão. Que parece não se importar com isso, enquanto desliza seus lábios por todo o corpo de Rin. Esta na qual tentava prender a voz, para que ninguém a ouvisse enquanto sentia o prazer que Len a consignava.
- Não farei algo que não queira. – Disse Len, sussurrando bem próximo de seu rosto, enquanto desabotoava sua própria camisa
- Não disse que não quero. – Sussurrou, sem conseguir desviar seu olhar do peitoral de Len – Na verdade – Deu uma pausa, por estar ofegante. – E-Eu quero ser tocada apenas por você!
Sem evitar, Len solta um leve sorriso malicioso ao ouvir as palavras de Rin. Amando-a mais e mais.

Far From Reality. [Vocaloid - LenxRin - Terminada]Onde histórias criam vida. Descubra agora