Jungkook não pode deixar de pensar no que ocorrera naquela manhã. Ser ignorado de um modo tão simples e ao mesmo tempo, inaceitável.
Por um momento sentiu seu orgulho ferido. Aquilo nunca havia acontecido. Quer dizer, era impossível que acontecesse! Ao menos, era.
Agora sabia que até mesmo o que jamais passara em sua mente que poderia vir à tona, uma hora ou outra daria as caras.
Engoliu em seco antes de observar a turma que ainda esperava sua apresentação. O trabalho era extremamente importante e lá estava ele pensando em um fora que nem mesmo acontecera.
Suspirou, dando um belo sorriso cheio de confiança logo em seguida, iniciando a sua parte da apresentação. Afinal, seu professor pouco se importaria com o motivo de sua falta de responsabilidade para com a avaliação que fora proposta.
[...]
Alguns minutos se passaram, e lá estava o Jeon com o pensamento no vizinho agora não mais desconhecido.
Deve ter sido um engano. Sim, apenas isso. Pensou, apesar de que aquilo realmente afetara algo dentro de si.
Não é fácil ter um "império" gigantesco como o Jeon imaginava ter. Muito menos derrubá-lo. Mesmo que aquilo estivesse afortunando-o, algo ainda mais forte dizia que tudo não passava de um mero desentendido. E Jungkook acabava por imaginar assim: o tal Taehyung deveria tê-lo enxergado mal. Talvez necessitasse de um óculos?
Tinha certeza que o outro deveria estar chorando horrores depois de ter passado direto por ele com aquele ar de quem não liga para nada.
Deixou um sorriso soprado sair de seus lábios. Seu ego acabara de crescer novamente.
[...]
Jungkook havia guardado suas coisas quando a última aula terminou. Deu uma rápida olhada no celular para ver as horas, tendo plena consciência que demoraria poucas horas para anoitecer.
Agradeceu mentalmente por seu ônibus não demorar, chegando mais cedo em casa. Mas foi só entrar nela que o Jeon percebeu que fora um erro dos grandes.
Sua cara deveria ter sido a melhor: os olhos esbugalhados, os lábios entreabertos em tamanha surpresa, enquanto a ficha do que via não caia.
O que diabos aquele garoto fazia na sua casa?!
E se não bastasse, o outro nem mesmo mudou as expressões com ao perceber a sua chegada. O sorriso que ele esboçava para sua mãe continuava lá, intacto.
Mas Jungkook era orgulhoso demais. Ah, como era! Não daria o braço a torcer.
O sorriso lhe adornou os lábios, e o pequeno fingimento de que tudo estava as mil maravilhas foi posto em prática.
— Boa tarde — Jungkook disse, chamando a atenção das mais velhas dispostas na sala.
— Querido, que bom que chegou! Temos visita — sua mãe tratou de recebê-lo assim que o viu, pondo uma das mãos em sua costa enquanto o aproximava de Taehyung e sua mãe. — São os novos vizinhos — murmurou baixinho, para que apenas Jeon ouvisse.
Jungkook observou o sorriso genuíno que a vizinha de longos cabelos negros destinou para si, correspondendo com uma breve reverência.
— Olá, me chamo Jeon Jungkook — disse para a mulher, alternando para para o garoto e dando um sorriso de canto para o mesmo. Seu babaca! — É um prazer tê-los como vizinhos. Espero que possamos nos dar bem.
— É um prazer conhecê-lo, Jungkook. Sua mãe me falou muito bem de você. É um garoto exemplar. Espero que você e meu filho Taehyung possam ser amigos — a mulher falou com um olhar tão esperançoso que Jungkook até mesmo se obrigou a conservar sua face angelical no rosto.
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Como Ser Um Destruidor de Corações | taekook.
Fiksi PenggemarJeon Jungkook tornou-se alguém amargo e esnobe devido a um acontecimento em seu passado. Receber cantadas de outras pessoas e recusá-las quase que no automático havia se tornado sua rotina. Entretanto, algo novo desperta em seu coração ao conhecer o...