IV - Uma noite memorável.

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...Terminamos o beijo com selinhos e um silêncio constrangedor, até que ele abre a boca pra falar...

- Cara, tu beija bem de mais. Mas não sei porque fiz isso - falou - eu queria ir com calma e te conquistar com jeitinho.

- Deve ser o álcool comandando suas vontades - respondi - agora vamos esquecer o que aconteceu aqui, por hora, e vamos continuar curtindo. Amanhã a gente conversa sobre isso.

- Okay - disse.

Saímos do banheiro e fomos beber mais e eu fui pra pista novamente. Quando sinto alguém me agarrando por trás e dançando comigo, penso logo que é Wil e quando me viro para dançar de frente me assusto com um sorriso lindo/irritante que conheço muito bem.

- Giuliano? Deu pra me seguir agora?

- Claro que não, vim curtir a noite com uns amigos, te vi aqui dançando sozinho e resolvi vir aqui te dar um "oi" - respondeu bem próximo ao meu ouvido.

Eu sei que estávamos na pista de dança, mas não tinha necessidade dessa proximidade excessiva que ele estava fazendo questão de ter.

- Oi! Pronto, seu "oi" foi dado e respondido. Agora, volte pros seus "amigos" - fiz aspas com a mão - e me deixe curtir minha noite em paz com meu amigo.

- Cadê esse tal amigo que não estou vendo? - Perguntou.

- Ele está aqui - respondeu Wil que surgiu do nada atrás de Giuliano - e não está gostando nada desse agarramento que está rolando entre vocês dois.

- Se ele não está gostando, deveria virar o rosto pra não ver - disse Giuliano cinicamente.

- Talvez ele deva virar o SEU rosto pra você aprender a não mexer com o que é dos outros - falou isso é me pegou pelo braço me arrastando até o caixa pra pagar e depois saindo comigo da boate.

Quando entramos no carro ele já veio com o interrogatório:

- Quem era aquele otário? O que ele queria? E por que ele estava agarrado com você?

Respirei fundo e respondi com os olhos fechados e a cabeça encostada no banco.

- Giuliano Garibaldi, meu irmão de criação/ex-namorado; Ele queria conversar; E estava agarrado porque, não sei o porquê dele estar agarrado -respondi tudo calmamente e completei - Agora podemos ir? Tô cansadão.

Ele acariciou minha bochecha com seus dedos, chegou perto e me puxou o restante que faltava para colar nossos lábios em um selinho demorado.

- Agora podemos - respondeu ele com um sorrisinho no rosto.

Fomos o caminho todo ouvindo músicas do pendrive dele e cantando junto, até que começa a tocar "Need You Now" de Lady Anthebelum e eu começo a cantar desde o começo, mas quando chega a parte masculina ele começa a cantar para mim e ficamos fazendo um dueto, ou melhor, conversando através da letra...

"It's a quarter after one

I'm a little drunk and I need you now

I said I woldn't call

But I lost all control and I need you now

And I don't know how

I can't do without

I just need you now"

Depois dessa cantoria toda foi minha vez de puxá-lo para um selinho. Nunca achei que selinho fosse considerado beijo, mas os de Wil eram maravilhosos e a cada toque nosso eu sentia como se aquele desejo que senti no primeiro dia da faculdade voltasse um pouco mais.

Depois disso a gente foi ouvindo músicas ainda até chegarmos em minha casa.

- Cara dorme aqui? Amanhã a gente tem que fazer aquele trabalho da faculdade - falei.

- E ter aquela conversa também - completou ele.

- Também, mas só amanhã - falei.

Entramos e fomos logo tomar um banho e procurar algo pra comer - depois de beber e depois do sexo tenho uma fome sinistra - fiz um sanduíche para cada um de nós e o Wil fez o suco, comemos e fomos deitar.

Todas as vezes que ele dormia aqui em casa, dormia na minha cama porque é Kingsize - gosto de coisa grande.

Eu fiquei com minha roupa de dormir - cueca - e ele dormiu com um short de pijama que ele já tinha deixado lá em casa para o caso de dormir lá e não ter o que usar. Conversamos um pouco sobre o trabalho que faremos e, eventualmente, pegamos no sono.

Acordei no dia seguinte com a garganta seca, parecia de 700 híbridos de camelos com cactos do deserto do Saara depois de 10 meses sem água e corri pra cozinha - depois de minha higienização matinal, claro - bebi muita água e fiz um sanduba esperto pra mim e outro pro Wil, pois sabia que ele acordaria em pouco tempo. Quando estou acabando de comer ouço uma voz vinda da porta.

- Bom dia, to destruído - dizia Wil com uma mão na cabeça.

- Bom dia pinguço - falei rindo - fiz um sanduba pra você.

- Po, valeu.

Depois que comemos fomos pra sala ver o filme que estava passado, afinal, já passavam das 16:00. Quando ele me olha e fala.

- Podemos ter aquela conversa agora? - perguntou sério.

CONTINUA...

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