XVI - Presente surpresa II

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... - Preciso conversar sério com você e com o Wilson e eu sei que se você ligar daqui a pouco ele chega. Posso entrar? ...

- Pode, claro. - falei meio sem jeito - É algo muito sério o que você tem pra nos contar? Alguma coisa que você possa adiantar?

- É muito sério sim, mas prefiro falar com ele aqui, assim, falo uma vez só.

- Tudo bem então, vou ligar pra ele.

Liguei pra Will, disse que ele precisava vir aqui pra casa que tinhamos um assunto muito sério para conversar com uma pessoa que ele não gostava muito, mas ele deveria chegar o mais rápido possível. Em 15 minutos ele estava na sala.

Ele já chegou falando - E então amor? O que você... - foi quando percebeu quem estava ao meu lado - Brendah? Tá fazendo o que aqui?

- Esperando você chegar pra começar nossa" reunião" de "família" - ela fez aspas no ar quando disse essas duas palavras.

- Então comece! O que você tem pra falar de tão importante? - perguntei.

- Bom, eu preciso da ajuda de vocês p...

- É muito cara de madeira mesmo, você tem a coragem de vir aqui pedir nossa ajuda depois da humilhação que me fez passar no clube? - disse Will interrompendo-a.

- Se você entendesse meus motivos, saberia que não foi tão ruim assim pra você. - respondeu ela.

- Então explique seus motivos pra ele. - falei.

- Tudo bem, eu faria um resumo, mas já que querem a história completa. Lá vai. - dito isso, puxou um pouco de ar para os pulmões e começou - Quando você começou a faculdade a gente já ficava a bastante tempo, era quase um namoro e nós éramos inseparaveis. Mas quando você me pediu em namoro, começou a andar com o Danilo e eu vi algo diferente em seu olhar, você olhava pra ele de uma forma que nunca me olhou, falava dele de um jeito que parecia que só existia ele na Terra. Teve até uma noite em que dormi na sua casa que você chamou por ele enquanto dormia. Eu sabia que era ele quem você amava. Mulher sente essas coisas. - falou isso e olhou pra mim - Você foi criado por sua mãe, sabe que isso é verdade. Não é?

Eu olhei pra ela e apenas fiz que sim com a cabeça.

- Então, eu tentei várias vezes ver se eu conseguiria tomar o lugar do Danilo em seu coração, mas não consegui e decidi que te deixaria livre pra viver esse amor que você mesmo desconhecia. Decidi, então, que tinha que te fazer sofrer pra que você pudesse ser verdadeiramente feliz, por isso, fiz o que fiz. Eu sempre te amei Wilson, mas nem eu sou o amor de sua vida, nem você foi o da minha.

Ela disse isso e eu fiquei pasmo, agora tudo faz sentido. Todas as vezes que ela implicava comigo sem motivos, a mudança repentina de atitude dela, a cena do banheiro que ocorreu "do nada".

- Mas é muito fácil você chegar agora e se explicar achando que vou te perdoar - falou Will.

- Acho que você entendeu errado, a ajuda que quero não é perdão. Preciso que vocês cuidem de meu filho, na verdade, eu já vou chegar nessa parte.

Falou ela e continuou.

- Depois que eu fiz o que fiz com você , comecei a me envolver com o homem que foi o amor da minha vida.

- Por que "foi" e não "é"? - perguntei

- Porque aconteceu com ele o que vai acontecer daqui a uma semana, foi assassinado. - falou com tristeza no olhar - Deixe-me continuar.

- Uma semana depois da cena do banheiro conheci o Fernando, um homem que mexeu comigo da forma que você mexeu com Wilson - falou olhando pra mim - nós combinávamos em tudo, tudo dava certo, tinhamos até aquelas briguinhas bobas por motivos irrelevantes. Mas, como nada na vida é perfeito, ele tinha um amigo, Felipe, que também gostou de mim e estava disposto a tudo para ficar comigo. Até mesmo matar o homem que ele chamava de irmão, mas antes de morrer, Fernando deixou meu bem mais precioso, meu filho, Gustavo. - apontou para o bebê de mais ou menos um ano e meio que estava no carrinho - Felipe me deu um prazo que termina semana que vem, ou eu me caso com ele, ou morro. Em circunstancias normais eu casaria, mas eu estou com a saúde debilitada pra complementar minha história e ele odeia meu filho, tenho medo que ele faça alguma maldade com ele.

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