O Sonho sórdido

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Pov Elizabeth

Helena parecia se adaptar cada vez mais ao cuidar das crianças, ela realmente foi feita para isso.

Eu sempre soube que ela foi predestinada a estar comigo, em meu grupo.

Com essa aproximação fomos nos conhecendo e nos aproximando mais, fazendo com que nossa amizade ficasse cada vez mais forte.

Sua beleza era divina, me encantava cada vez mais.

Seus olhos azuis eram mais bonitos que o oceano, sua pele delicada como a de uma boneca, e seus cabelos dourados eram mais reluzentes que ouro, sim, mesmo com o véu em sua cabeça era possível vê-los, ela colocava sua franja para fora do véu, a deixando muito charmosa.

Estava com seus 24 anos de idade, apenas 4 anos mais nova que eu que já estava com 28 anos. Por sua inteligência parecia ser mais velha, e por sua beleza parecia mais jovem.

Naquela mesma semana, no dia 16 de agosto acolhemos um órfãozinho que percebemos ser o mais novo entre todas as crianças, sendo ainda um bebê. Ficamos encantadas com ele. Decidimos nomeá-lo com o santo do dia, Santo Estevão.

Era errado, mas Estevão tornou-se nosso menino favorito, Helena e eu até o chamávamos de nosso filho, quando estávamos sozinhas é claro.

Quando eu disse que minha vida estava perfeita aqui no convento e que era impossível melhorar, enganei-me completamente, sinto que agora está tudo perfeito, com Helena, Estevão e as outras crianças.

Pov Helena

Meus dias no convento tornavam-se cada vez mais agradáveis, eu adorava meu trabalho com as crianças e com meu pequeno Estevão, as irmãs eram gentis, principalmente Lizzy, era como eu chamava Elizabeth. Mas de uns tempos para cá fui percebendo algumas coisas estranhas, como por exemplo a irmã Laura. Ela sempre implicava comigo e algumas vezes a encontrava vigiando Lizzy, aquilo me incomodava, mas Lizzy dizia para eu não me importar.

Certo dia durante os horários de orações, onde nos reuníamos na igreja que havia no convento diariamente, enquanto caminhava em direção a entrada lateral para a igreja, a irmã Laura me surpreendeu.

– Onde pensa que está indo irmã? – Ela me perguntou com superioridade na voz, depois que foi proclamada sucessora da madre superiora, achava que era a dona de tudo.

– Estou indo fazer minhas orações matinais irmã.

– Você não irá entrar dessa forma!

Olhei para meu habito para ver o que havia de errado.

– Não estou compreendendo irmã Laura.

– O nosso véu serve para cobrirmos a cabeça por inteiro. – Ela então aproximou-se de mim e com rispidez colocou minha franja para dentro do véu. Em seguida me analisou por alguns segundos e concluiu.

– Assim está melhor. Da próxima vez irei cortar...

– Irá cortar o que irmã Laura? – Lizzy acabara de chegar.

– Os cabelos dessa menina. Ela sempre o deixa para fora do véu aparecendo e...

– É apenas uma franja irmã Laura. – Assim que Lizzy disse isso, aproximou-se de mim e delicadamente arrumou minha franja para fora do véu como antes. O que me fez sorrir para ela. Não havia como não sorrir para Lizzy.

– Você está me desautorizando irmã Elizabeth? – A raiva no olhar de Laura já era visível.

– Não. Estou apenas a ajudando a chegar ao caminho do céu irmã Laura, evitando sua implicância com a irmã Helena, e que Deus a abençoe.

Meu Santo AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora